domingo, 28 de novembro de 2010

Não é TPM, é TCC!!!


Não sei o que anda acontecendo, mas falei com uma pá de pessoas que está entregando TCC, tese de mestrado, de doutorado...que tá estudando pra mais um vestibular, ou pra tentar uma bolsa em tal país...uma pilha de nervos generalizada!

E, bem...
Estou bastante afastada desse universo acadêmico (embora pense em voltar alguma dia, já que me encanta aprender alguma coisa de diferente, ou aprofundar um conhecimento) , mas eu me debrucei nas minhas lembranças da época em que estava concluindo meus cursos, vivendo essa mesma situação.

Não sei se tenho muitos problemas mas, diferentemente da maioria, não me estressei nem um pouco.

Quer dizer...impossível não se estressar, mas eu procurei me organizar bastante, pra não ficar com o cronograma apertado, e arrancar metade dos cabelos da minha cabeça depois.
E cada vez que minha pressão queria subir, ou que me dava um pontinha de raiva, ou ansiedade, ou medo de alguma coisa, eu respirava fundo e via que não fazia o menor sentido: todas as pessoas do mundo (acadêmico) passam por essa fase, e saem vivas! Eu seria muito azarada se fosse vítima de alguma coisa contrária a isso.
Quase que como cair um raio na minha cabeça, entendem?

Então, na minha primeira experiência com fim de curso, eu estava tão excitada pra ver as coisas prontas, e pra receber meu diploma, num clima de total relax, que juntei todos os livros que embasaram a minha monografia, fiz um intensivo de horas ininterruptas na frente do computador e "pari" quase a metade de tudo em 3 dias e meio!!!
Só sei que em um mês eu acabei tudo, e tive outros quatro só pra revisar erros e fazer pequenas modificações. E nem precisei de maracujina!

Já a apresentação foi bem conturbada! Pra testar mesmo se eu era uma pessoa tranquila e de nervos domados! Lembro que várias pessoas estavam na sala assistindo - quase que todo o curso de Direito da universidade-, foi um entra e sai de gente (as pessoas não tem muita noção de respeito e de educação nessas horas), e pra fechar com chave de ouro, a minha orientadora quase saiu no tapa com um membro da banca, já por discussões antigas (e eu, sem fazer a menor noção do porquê de tantas agulhadas recíprocas!). Fiquei por duas horas respondendo quase que uma Enciclopédia Barsa de perguntas, mas acabei me saindo super bem - ou melhor que o esperado, considerando que o clima não foi dos melhores.
Acabei recebendo um 9,5 (fiquei super indignada com a minha nota, já que tinha me preparado pra um 10 com três estrelinhas - eu, uma das pessoas mais exigentes que Deus colocou na Terra), e quando me anunciaram o resultado da banca eu dava risada até não poder mais! Até hoje não sei se foi um riso de alívio, de alegria, de irritação, ou de nervoso...Só sei que, no fim das contas, foi um dos mais peculiarmente agradáveis que soltei até hoje...

Alguns meses depois, quando precisei enfrentar outro fim de curso, eu tava tão vacinada, que passei meu TCC inteiro com o "botão da abstração" ligado! Se antes eu já era mansa e imperturbável pra essas coisas, no segundo eu beirei o relapso! Tanto que, por isso, eu fiz a minha companheira de trabalho (era em dupla!) se estressar por nós duas, e acabamos com uma briga homérica uma semana antes da apresentação.
Hoje eu vejo que poderia ter me dedicado muito além! Não tanto com relação ao trabalho, que obteve um grau de qualidade desejado, mas de forma mais respeitosa com o sentimento alvoroçado dessa minha amiga. Afinal de contas, pra ela era a primeira vez (e ela era "normal", suscetível a enxaquecas de TCC!). Admito que minha postura de "tranquilidade inabalável" soou como desinteresse e indiferença.
Só pra terminar com emoção, nossa apresentação foi um bocado pesada. Fomos bombardeadas com críticas e questionamentos dignos do período da Inquisição. Não teve um "a" do nosso trabalho que tenha passado desapercebido, e essa foi a hora em que senti falta da maracujina que tinha recusado nos seis meses anteriores!
Entre mortos e feridos, todavia, saímos ilesas e felizes! E dessa vez, SIM, exibindo o tão esperado 10 com três estrelinhas...

Isso foi o que me restou de lembrança, desse período "obscuro em tese" da minha vida...
...

Sei que, pra essas ocasiões, talvez conselhos não valham muita coisa. Conheço gente que perdeu o sono, que emagreceu muito, que engordou muito, que brigou com a metade da família, que ficou insuportável...tudo por causa de tão uma tão abençoada conclusão de curso.
O estresse vem, quase que inevitável, mas a explosão de nervos é opcional.
Então, se adianta uma recomendaçãozinha pra quem está passando por uma situação parecida, dou até três:
1. Estudar nunca é demais! E quanto melhor a gente se prepara, menos fica propenso a ataques histéricos. Não dói nada, também!
2. O maior desafio nem é concluir o trabalho, mas é se organizar quanto a execução do trabalho! O ideal é acabar bem antes do tempo, pra não dar uma de brasileiro e deixar tudo pras vésperas. Com tempo sobrando dá pra revisar, modificar, estudar a apresentação, tirar dúvidas...e relaxar! Vai fazer em cima da hora, impossível ficar bom!
3. Não vale a pena se estressar! Não que o trabalho deva ficar uma porcaria, de tão mal feito! NÃO! Não há que se confundir relaxamento psicológico com irresponsabilidade! Mas coisas bem executadas não precisam vir carregadas de estresse e preocupação! Até porque, sabem onde vai parar o nosso material tão cuidadosamente desenvolvido??
Nem conto pra vocês...

De resto, meus caros, só partir pro abraço, porque, no fim das contas, todo estudante consegue aquilo que queria (mesmo que demore 10 anos pra isso!!)...
Se ainda assim ficar difícil, lembrem que, pra dar errado, IMPOSSÍVEL: mais fácil um raio cair na cabeça...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

E eis que a Martha me salva a falta de inspiração...

Estou cheia de coisas que descobri que precisava fazer antes de viajar - o que é sempre normal e precede a um período de férias - então não me sobrou muito tempo pra que eu pensasse em algo sobre o que escrever. Útil ou não, nada na cabeça.

Compartilho, então, um texto interessantíssimo da Martha Medeiros (adoro!), e que não deixa de ter super a ver com algumas coisas que penso com frequência (e também no dia de hoje):

O GRITO

Não sei o que está acontecendo comigo, diz a paciente para o psiquiatra.

Ela sabe.

Não sei se gosto mesmo da minha namorada, diz um amigo para outro.

Ele sabe.

Não sei se quero continuar com a vida que tenho, pensamos em silêncio. Sabemos, sim.

Sabemos tudo o que sentimos porque algo dentro de nós grita. Tentamos abafar este grito com conversas tolas, elocubrações, esoterismo, leituras dinâmicas, namoros virtuais, mas não importa o método que iremos utilizar para procurar uma verdade que se encaixe nos nossos planos: será infrutífero. A verdade já está dentro, a verdade se impõe, fala mais alto que nós, ela grita.

Sabemos se amamos ou não alguém, mesmo que esteja escrito que é um amor que não serve, que nos rejeita, um amor que não vai resultar em nada. Costumamos desviar este amor para outro amor, um amor aceitável, fácil, sereno. Podemos dar todas as provas ao mundo de que não amamos uma pessoa e amamos outra, mas sabemos, lá dentro, quem é que está no controle.

A verdade grita. Provoca febres, salta aos olhos, desenvolve úlceras. Nosso corpo é a casa da verdade, lá de dentro vêm todas as informações que passarão por uma triagem particular: algumas verdades a gente deixa sair, outras a gente aprisiona. Mas a verdade é só uma: ninguém tem dúvida sobre si mesmo.

Podemos passar anos nos dedicando a um emprego sabendo que ele não nos trará recompensa emocional. Podemos conviver com uma pessoa mesmo sabendo que ela não merece confiança. Fazemos essas escolhas por serem as mais sensatas ou práticas, mas nem sempre elas estão de acordo com os gritos de dentro, aquelas vozes que dizem: vá por este caminho, se preferir, mas você nasceu para o caminho oposto. Até mesmo a felicidade, tão propagada, pode ser uma opção contrária ao que intimamente desejamos. Você cumpre o ritual todinho, faz tudo como o esperado, e é feliz, puxa, como é feliz. E o grito lá dentro: mas você não queria ser feliz, queria viver!

Eu não sei se teria coragem de jogar tudo para o alto.

Sabe.

Eu não sei por que sou assim.

Sabe.


É...
No fundo, lá no fundinho, nós sempre sabemos de tudo...

Beijos a todos!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ozzy X Rio

Li no jornal ontem, o que Ozzy Osbourne comentou sobre o Rio:
“Fiquei desapontado com o lugar. Tinha esperado ver a Garota de Ipanema em cada esquina, mas não vi nenhuma. Havia só um monte de crianças pobres correndo pelo lugar como ratos. As pessoas eram ou absurdamente ricas ou viviam nas ruas, parecia não haver nada no meio.”


E eu, que já não era nada fã do dito cujo, passei a odiá-lo profundamente.

Não sou carioca, não moro no Rio, até concordo, de certa forma, com a opinião dele a respeito da cidade, MAS...acredito que não tem coisa mais irritante do que alguém falando mal do lugar onde a gente mora.
Como boa brasileira que sou, achei uma afronta!

Claro que impressões de lugar são extremamente pessoais (como são todas as outras impressões), e o fato de se gostar ou não de uma cidade visitada é relativo- depende da companhia, do humor, da temperatura, de sorte...
E, sim, todos temos um cantinho preferido, que nos surpreendeu, que nos agradou, ou que teve mais a ver com a nossa personalidade...

Mas acho que, mesmo quando vem o desapontamento e a decepção com um lugar específico, até por questão de educação (e principalmente por questão de educação!), o melhor é fechar a boca e guardar essa péssima impressão pra muito poucos (até porque a gente não vai fazer uma visita pra um amigo e chega dizendo, em primeiro lugar, que a casa dele tá precisando de uma reforma...bons modos, cadê?).

Uma vez quase saí no tapa com uma amiga (super desagradável) de uma amiga que veio passar um feriado aqui na minha cidade-paraíso e reclamou por quase 3 dias ininterruptos...que aqui não tinha isso, que não tinha aquilo, que o transporte isso, que a gente aquilo, que o preço sei lá mais o que...
"Amiga, volta pra casa!"

Outra coisa que também não entendo: como que alguém decide viajar - pra visitar uma cidade, país, o que seja - na intenção de viver alguns dias agradáveis, de descansar, aproveitar, conhecer pessoas e hábitos novos, E...SÓ SABE RECLAMAR QUE NÃO "SEI EM QUAL LUGAR O CÉU É BEM MAIS BONITO"...

Tem dó!

Até entendo que, pra uns afortunados aí (os viajantes de 1a. ordem) é bem complicado essa coisa de comparação, porque quanto mais os destinos visitados, maior fica o referencial... Só que a pessoa tem que ser muito de mal com a vida pra perder tempo com crítica em dia de descanso.

Então, Ozzy, junte-se ao grupo da amiga super-desagradável-total-rabugenta:
volta pra casa!!!

Pra todos os efeitos, o Rio de Janeiro continua lindíssimo...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Paul no Brasil

Acordei inconformada.

Inicialmente não quis comprar ingresso pro show do Paul porque achei o preço meio salgado, e porque jurei pra mim mesma que ia gastar menos com shows, eventos e entretenimento daqui pra frente...Meu consolo é que já tinha visto um pedaço do show dele no Live8 em 2005 (nem 1% da graça, mas era um consolo assim mesmo!)...
Too late...claro que me arrependi!

Depois de relatos surpreendentes de alguns amigos que conferiram ao vivo e que estão até agora sem muito fôlego, e de matérias nos jornais, na internet (em todos os lugares por onde eu passo, droga!), e de uma parte do show transmitida pela Globo, só posso agradecer pelo fato de que, AINDA BEM, arrependimento não mata.
(Fisicamente, porque por dentro, estou aos pedaços...)

...

Pausa pro dèja-vú.

...
Quando tava passando uma temporada nos EUA, em 2006, James Brown estava em turnê e ia se apresentar numa cidade pequena, próxima a que eu morava. Pensei na mesma hora em que fiquei sabendo: "Meu Deus! Preciso dar um jeito de ver um show desse homem, lenda do soul, a qualquer custo, antes que ele morra!"...
Eu quis fazer fila na frente do balcão da bilheteria horas antes de iniciarem as vendas, pra ter certeza de que teria meu ingresso garantido, mas achei a minha idéia estapafúrdia e tiete demais. Porque eu estava trabalhando e não tinha como me liberar (e queria mostrar pro meu chefe que existem brasileiros que levam o trabalho por lá a sério), acabei nem pedindo pra sair mais cedo, só pra comprar o bendito ingresso do show do homem...Que que eu ia dizer pro meu boss, sabe? Que eu tive uma diarréia no meio do expediente e que precisava sair urgente??? Ia falar a verdade, queimar meu filme, passar por louca, só pra matar o trabalho??? Não vi necessidade de mentir...era melhor ir bonitinha pro trabalho, afinal de contas ia ser um perrengue me deslocar até o local das vendas (ooooutra cidade), e imaginei que naquele fim de mundo onde eu estava, ninguém ia querer comprar o ingresso pro show dele, assim, imediatamente...Pensei com meus botões num fator extra: "tem tanto show bom por aqui, aposto que esses americanos não ficam nesse desespero todo..."

O que aconteceu??? Acabei me dando super mal por ser uma funcionária exemplar, porque americanos ficam, sim, nesse desespero todo e os ingressos se esgotaram pouco mais de 2 horas depois de liberados pra venda...Chupei meu dedo!
E ganha uma prêmio aquele que adivinhou que a história teve um fim bem trágico e o cara morreu poucos meses depois...

(Por também ser uma funcionária exemplar, naquela mesma época, perdi o show do BB King. Pra alívio da consciência, pelo menos, essa tá vivinho da Silva!)

...

Volto ao Hey Jude!

...
Não comentei nada disso porque, como num filme que já vi antes, prevejo a morte próxima de Paul McCartney.
Longe disso - vida longa pro Sir Paul!

Mas porque revivi a sensação péssima de ter perdido talvez a minha última chance.

Conheço muita gente que acha o som dos Beatles um saco, que não dá a mínima pra esse cara, e que nem sabe cantar meio refrão de alguma coisa que ele tenha feito em carreira solo.
Eu, porém, tenho uma história com ele.
Ou posso dizer que ele fez parte de uma boa parte da minha.

Cresci ouvindo as canções dos Beatles, e digo pra todo mundo que eles foram meus primeiros professores de inglês (eu, bem pequena, com uns 5, 6 anos, cantarolando "You say yes/ I say no/ You say stop/ but I say go go gooo...").
Assistia aos vídeos que meu pai colocava no extinto vídeo cassete repetidas vezes; passava várias tardes de sábado entre Get Back e Penny Lane, numa viagem aos vários álbuns do quarteto que também meu pai guardava com carinho de colecionador; sabia tudo da vida de John, Paul, George e Ringo, e com eles guardava uma intimidade como se fossem da minha família; cansei de chorar ouvindo Let it be...

Eis que Paul foi, basicamente, o que sobrou disso tudo.
De passagens fantásticas da minha infância remota...

E o mais sensacional é que eu não fui a única. Nem muito menos a última.
Semana passada, mesmo, estava em um casamento, com uns 5 garotinhos de uns 7 anos na frente, pedindo enlouquecidamente que tocassem Beatles. Quando a banda atendeu ao pedido e fez um medley com meia dúzia de músicas, fiquei sem palavras quando vi que eles sabiam a letra de TODAS ELAS!!
É a isso que me refiro quando digo que gênios musicais são os que se inserem na história das pessoas, e as modificam de certa forma...

Várias gerações, vários gostos...mesmo quem não curte, duvido que não se acabe pelo menos com um "shake it up babe now/ twist and shout" numa formatura ou festinha de família...

E eu perdi de também me acabar com essas e muitas outras com o super simpático do Paul no show de ontem! Até agora, não me acredito!
Muito Hard day´s night a minha noite de Yesterday, pro meu gosto...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sim, Senhor!

Conheço muita gente que, como eu, tem muita dificuldade pra dizer um não.
Não falo pelos outros, mas no meu caso, é quase sempre pra não me estressar, não criar caso com a pessoa que me pede um favor e tal...Eu acho todo mundo legal, muy amigo de mi corazón, quero contribuir, ser útil...E as vezes nem vai me custar tanta coisa, mesmo (na verdade, na verdade, acaba dando um certo trabalho, muito mais do que eu imaginava que fosse dar, massss...quando percebo, já fiz!). Posso fazer com a cara meio contrariada, mas sempre faço. A frase "SIM, deixa comigo", sai mais do que automática, involuntária...deve estar no meu DNA.
O resultado é que costumo fazer bem mais coisas que conseguiria, e que deveria. Eu me desdobro em 500 pra dar conta de ajudar várias pessoas, de cumprir vários prazos, de executar vários trabalhos. Pra estar em vários lugares.
E quando a "pessoa que não consegue dizer NÃO" tem uma característica exigente e perfeccionista, assim como eu (e geralmente tem, porque as pessoas que não sabem recusar pedidos acabam atoladas de coisa porque, no fundo, no fundo, sempre acham que poderiam fazer melhor do que se apenas delegassem pra uma outra pessoa...acrescento aí também as péssimas características de egocentrismo e autocontrole - quando não controle do outro - excessivo), o estresse físico e mental é algo que beira o desumano.
Porque, imagina só...se a meta é fazer de tudo e dar conta do
recado, sem perder a qualidade, ALGUMA COISA vai ter que pagar por isso.
Não meu caso, são as ruguinhas precoces. Vez ou outra alguém me diz que ando meio estressada, também.

...

Nem preciso dizer que a dificuldade em dizer não me rendeu umas boas sessões de terapia.
Passei (e ainda passo) por péssimos bocados pra tentar achar o tal equilíbrio entre o "fazer concessões e ser uma pessoa acessível" e o "fazer concessões demais, perder o controle e entrar pelo cano"...
Porque, obviamente, são vários os contras de se falar amém pra tudo.
Eu já aceitei trabalhos que nem me agradavam tanto assim, já me envolvi com pessoas que nem me acrescentaram tanto assim, já assumi compromisso que não era meu, e comprei briga por causa alheia...entre outras várias coisas que entraram pra minha lista de "arrependimentos da vida".
Sei que é um defeito, ou característica negativa, e que, como tal, precisa ser mudada.
Só que...NÃO É FÁCIL MUDAR!
Sempre acabo com a frase "ainda aprendo a dizer um NÃO bem bonito da próxima vez em que vierem me pedir isso", e saio me sentindo a pior pessoa do mundo...

...

Tudo isso pra dizer que hoje fiz uma reflexão séria pra canalizar essa minha característica autodestrutiva pra uma coisa muito boa. Percebi que, se sofro por um lado, tem outros vários coitados e infelizes de outro, que penam porque não conseguem dizer...SIM!!
Assisti pela terceira vez ao "Sim, Senhor" (aquele com o Jim Carrey), que estava passando em alguma canal da tv a cabo, e foi onde me ressurgiu essa viagem toda na cabeça.

Na comédia (lançada em 2008), Carl (Jim Carrey) vive uma situação deplorável de desânimo e depressão, não vê mais graça em nada na vida, quando um amigo o convida a um culto de autoajuda. Na palestra, a idéia é "se abrir pra vida" através da premissa de dizer SIM pra todas as coisas que acontecerem. E a vida dele muda radicalmente - pra muito melhor!
Como é filme, aparecem várias situações em que ninguém diria sim (mas é comédia, precisa ser engraçado), e essa idéia do "vamos aceitar as oportunidades que surgem" fica muito exagerada e surreal. Mas a reflexão é interessante: quantas coisas perdemos porque tivemos medo de encarar, ou porque dissemos NÃO, pelo simples hábito de estarmos acostumados a negar o que não é convencional? Quantas oportunidades nos escaparam porque não ousamos encarar o desafio??? Quantas portas nem vimos serem abertas porque nossas mentes estavam enclausuradas, ocupadas com várias outras coisas (quase sempre, inúteis)??? Quantas foram as vezes em que dissemos NÃO só por medo de aceitar a idéia de um SIM????
Inclusive EU, a pessoa mais "não digo não" que eu conheço, já me flagrei pensando em algumas coisas que posso ter perdido por uma recusa idiota...
Nada mais óbvio: se não tentarmos, se não nos dermos uma oportunidade, como um dia saberemos se foi uma grande ou péssima idéia?

Agora, claro: nem tanto ao céu, nem tanto ao mar, Flipper!
Equilíbrio é essencial (e o mais difícil, falo com sabedoria de causa!).
Até no filme, repleto de piadas bobas, a questão do exagero prejudicial aparece no fim do enredo. Novas oportunidades não podem ser confundidas com grandes irresponsabilidades...

Mas só encerro dizendo o seguinte: hoje fiquei mais aliviada, não me levei pro tronco pela trocentésima vez por causa do meu sentimento de culpa (por me sentir sempre a boba que não consegue negar um favor), e vi que posso ter adquirido várias coisas sensacionais por causa dos inúmeros "SIM" que disparei ao longo da minha vida...Um rol quase infindável de coisas que, se pelo menos não foram tão boas assim, que me rendem até hoje excelentes lembranças...

Na dúvida, então, que optemos por um SIM!

Já estamos fartos de saber que, de irreversível nesta vida, só mesmo a morte...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A história do sapinho

Achei um textinho que ganhei de uma amiga querida há uns anos, e que na época foi valiosíssimo pra mim.
É uma histórinha bem famosa, mas que vale a pena se relida de tempos em tempos.
Compartilho com vocês:

"Era uma vez uma corrida...
...de sapinhos !
O objetivo era atingir o alto de uma grande torre.
Havia no local uma multidão assistindo; muita gente para vibrar e torcer por eles.
Começou a competição.
Mas como a multidão não acreditava que os sapinhos pudessem alcançar o alto daquela torre,
o que mais se ouvia era:
"Que pena!... esses sapinhos não vão conseguir...não vão conseguir!"
E os sapinhos começaram a desistir. Entretanto, havia um que persistia e continuava a subida,
em busca do topo.
A multidão continuava gritando:
"Que pena! Vocês não vão conseguir!"
E os sapinhos estavam mesmo desistindo, um por um...menos aquele sapinho que continuava tranqüilo, embora cada vez mais arfante.
Já ao final da competição, todos desistiram, menos ele.
E a curiosidade tomou conta de todos, que queriam saber o que tinha acontecido...
E assim, quando foram perguntar ao sapinho como ele havia conseguido concluir a prova, aí sim, conseguiram descobrir:
ele era surdo! "

...

Não era pra ser assim, mas o que mais tem é gente que não se alegra com a nossa trajetória, e que tenta frustrar os nossos planos a qualquer custo.
Que espalha teorias pessimistas a respeito de tudo, que procura nos fazer mudar de idéia, que tenta plantar uma sementinha de desânimo quando estamos alcançando o topo, ou a discórdia entre as pessoas que ficaram pra trás, através de fofocas, injúrias ou comentários desagradáveis.
Criticar é muito fácil! Não é preciso ser inteligente, ou ter opinião formada sobre muita coisa pra simplesmente discordar do que alguém fez, falou, pensou. Basta apenas assumir a postura irredutível do "sou contra".
Reconhecer o esforço ou a genialidade do outro é que é muito difícil...exige humildade, amizade e, por que não, exige um certo esforço. É só para os de alma leve e coração puro, coisa para uns pouquíssimos privilegiados.
Se por aqui vale um conselho, que não sejamos os burros que atravessam negativamente o caminho dos que querem voar alto! E que não nos preocupemos com o que fazem e falam os que estão na frente, ao lado, ou atrás de nós - nada pode ser capaz de malograr nossas expectativas, se nossa vontade de vencer for suficientemente grande!
Quase sempre, bem melhor bancar o surdo, mesmo...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Quase um "adeus ano velho"

E hoje, depois de quase 4 semanas de negação, realmente absorvi a idéia de que 2010 está chegando ao fim. Já estava assustada com as decorações natalinas e vendas de panetone há dias, minha família programando quem vai fazer o que na ceia, sondagens pra amigo secreto - achei tudo muito precipitado demais, na minha ingênua relutância. Mas agora é fato: faltam exatos 45 dias pra que acabe o ano, e eu não tenho como dizer que isso é mentira...
Não que eu me ligue em datas, espacial e temporalmente falando, porque, no fim das contas, são apenas dias corridos. Se formos pensar mais profundamente, muito pouco vai mudar...dezembro, janeiro, tudo igual! E quase todo mundo vai acabar fazendo as mesmas coisas.
Mas agora, nesta exata altura do campeonato, datas à parte, entra o psicológico e emocional: é quando eu sempre olho pra trás e faço um balanço do meu ano. Pra pensar nas coisas que aconteceram, em planos que cumpri, metas que estabeleci. De fatos bons, do que deixei de realizar, de onde me faltou a sorte...Tirar proveito de alguns fatos, e tentar correr atrás do prejuízo, torcendo pra que ainda dê tempo...

Para mim, não foi um ano daqueles (embora, admita, sou exigente demais pra afirmar que tive "qualquer coisa" digna de um bom suspiro de satisfação...).
Comecei a mil, depois tropecei, caí, afundei...estagnei, voltei a 500, corri uma maratona, e agora creio ter alcançado uma excelente quilometragem. Ou melhor que a esperada.
Também não conversei com uma só pessoa que tenha falado que 2010 tenha sido bombástico, o que me consola.
No fundo, passou tão rápido, que nem deu pra fazer uma análise mais detalhada.
Nem deu pra sentir.

Acredito que essa "insatisfação" com esse ano tenha sido geral, porque também não conheço uma alma que não tenha esperado tudo e mais um pouco de 2010. E é aquele mesmo problema de sempre: expectativas exacerbadas, frustrações exacerbadas.
Não tem como!

POR OUTRO LADO, antes que alguém pense que este é um post de lamúrias e reclamações, por mais que eu, particularmente falando, tenha tido uma série de tropeços, foi o primeiro ano em que consegui estabelecer e cumprir alguns planos que criei em prol da minha sanidade mental.
(E ponto pra 2010!)
Sabe aquelas coisas que juramos iniciar no dia 1 de janeiro (aula disso, aula daquilo, estudar mais, fazer uma dieta, investir meu dinheiro sei lá onde...), desejos antigos, velhos novos projetos, e que não conseguimos executar nos 364 dias seguintes???
Então...

Pois este foi o primeiro ano da minha vida em que consegui realizar 100% das coisas que anotei como "metas do ano novo" no meu caderninho em dezembro do ano passado.
Fora as situações extraordinárias que entraram na minha vida nos últimos meses, que fizeram com que tudo acabasse valendo a pena, no fim das contas.

Mas, como boa reclamona, parei pra analisar com frieza, e vi que falta ainda muita coisa.
Queria voltar a estudar idiomas, até voltei...mas não obtive o nível que queria; planejei dar mais aulas, e dei...mas não com tanta frequência como queria; sonhei conhecer mais pessoas e mais lugares, e conheci...mas não com a intensidade que queria; quis me organizar pra economizar mais dinheiro, e até economizei...mas não o montante que queria...
Por essas e outras que finalizo com um 7,5 pra este ano, se considerarmos que a média é 7.

O que fazer agora?
Além de chorar minhas pitangas, pensar em onde e quando eu devo começar pra correr atrás dos 2,5 pontos restantes. Pra isso, eu tenho (nós temos!) apenas pouco mais que 7 semanas...
Mas nada de impossível, ainda que pareça.
Então, olhando pro meu ano como como uma observadora de fora, prometo pra mim mesma: eu vou correr atrás dos meus pontinhos saltitantes!
A velha e boa história: meu copo está com água pela metade, e sou eu quem decide se ele está meio CHEIO ou meio VAZIO...

Pois pra mim, está decidido: copo em fase de preenchimento, AINDA.
E mais 45 dias pra eu me esbaldar e me encher de tudo.
Literalmente...

sábado, 13 de novembro de 2010

Lista: 10 coisas diferentes pra se fazer em feriado!

Estamos nos aproximando de mais um feriado, e creio que sou uma das poucas que não curte tanto uma folga prolongada.

Não que eu não goste de feriados, explico melhor: quando se tem dinheiro sobrando, pra fazer uma viagem bacana, e tal, pouca coisa pode ser melhor; quando essa parte boa da história não existe, porém, o que resta é um dia chato, vazio, monótono, sem nada pra fazer...praticamente um domingo (e domingo não é o dia mais legal da semana, concordem comigo!).

Pensando nisso, que criei mais uma listinha: a de idéias de coisas legais pra serem feitas em feriado! E o melhor de tudo: soluções bastante econômicas, que exigem, praticamente, disposição e criatividade!
Segue a lista:

1. Reinvente o piquenique
Junte uma meia dúzia, faça ou compre guloseimas boas de "hora do café", e carregue tudo pra algum lugar bacana ao ar livre (que pode até ser o quintal da casa, mesmo!). Para as Amélias mais empolgadas, vale perder tempo com decoração, que fica uma graça!

2. Explore regiões desconhecidas do lugar onde você mora
Tem sempre algum lugar da nossa cidade, ou da vizinhança, que não conhecemos, ou que não temos o hábito de visitar. Num dia em que sobra tempo e faltam boas coisas pra se fazer, uma dessas pode virar lembrança de um passeio pra lá de inesquecível!

3. Doe roupas que você nunca mais vai usar
Faxina no armário às vezes é necessário! Além de desentulhar a casa, deixando a energia (e os bons hábitos da organização) fluir melhor, dá pra fazer a alegria pra alguém que realmente precisa! Pros mais pão-duros, dá pra juntar tudo e vender num brechó...

4. Volte ao passado, da forma mais saudável possível
Reveja fotos antigas, vídeos de família, álbuns de coisas importantes...Releia cartas, cartões, emails...Lembre de várias pessoas que nem existem mais, e de muitos dias que ficaram lá atrás, intocados. Aproveite todos os sentimentos que vierem com isso, que são deliciosos!

5. A velha e boa sessão de filme
Dia de ócio é bom pra começar a ver um seriado, pegando várias temporadas na locadora, pra assistir tudo de uma vez só...Ou trilogias. Ou uma série de alguns clássicos, de alguns diretores específicos...qualquer coisa que permita um dia inteiro de sofá, preguiça e pipoca!

6. Pratique algum esporte "mais diferente" um pouquinho
Nada melhor que um feriado pra apostar num esporte-lazer, desses que sempre queremos fazer, mas nunca temos tempo/ coragem/ dinheiro. Falo de uma aula de windsurf, de arvorismo, de trilhas, de rafting...pros mais corajosos, vôo duplo ou paraquedismo! Não é demais???

7. Aproveite para realizar os encontros há tempo prometidos
Não existe quem não deva uma visita pra alguém muito especial há dias...ou anos! Hora de pagar promessas e curtir um programa diferente com um amigo ou parente - sempre que arrumo uma dessas, eu me desmancho em risadas! É muito bom rever pessoas queridas!

8. Faça um 21
Não dá pra encontrar essas pessoas queridas por limitadores geográficos?? Pra essas coisas que existe o bendito telefone! Ligue pra quem mora longe, atualize as novidades e mate um pouco de saudade...Óbvio que pode ser internet, mas às vezes utilizar o bom e velho recurso da telefonia pode ser muito mais diferente e impessoal!

9. Exercite um hobbie novo, ou atualize um hobbie velho
Gama de possibilidades quase infinita: jardinagem, pintura, trabalho com madeira, artesanato, culinária, artes plásticas, e mil-e-uma-coisas. Dá pra ler um livro, no mínimo. Ou usar da artimanha pra benefício próprio, por exemplo (consertar alguma coisa que está estragada em casa há decênios!). Quem gosta de música pode aprender a tocar uma, ou compor alguma coisa nova. Quem gosta de escrever pode se inspirar de N maneiras. Quem gosta de cozinhar pode experimentar um prato novo. E por aí vai...sempre vai!

10. Registre esse dia
Uma vez, num feriado qualquer, eu e um amigo resolvemos fazer uma maratona fotográfica, quando estávamos no auge da nossa empolgação com as aulas de fotografia. Foi assim: escolhemos alguns temas, e cada um saiu pela cidade fotografando coisas que tivessem a ver com aquele tema. Como nós dois éramos nosso próprios jurados, ficou um pouco parcial demais escolher o autor das melhores fotos, mas o resultado foi que nos divertimos de sobra, e acabamos nosso dia entre risadas, fotos e papos de café.
Tudo bem que essa é uma idéia talvez um pouco excêntrica, e há quem não tenha ânimo pra perambular por aí batendo foto de feliz. Mas vale registrar o dia de outra forma, também: vídeos, fotos "normais", escrevendo num caderno ou num blog, gravando como nota de voz no celular...ótimas surpresas e lembranças sempre surgem quando entramos em contato com esse material tempos depois!


Agora que eu banquei a "repórter da Bons Fluidos" (pareceu materinha boba de revista como essa, é ou não é?), consegui pensar em outras trilhões de coisas que podemos inventar em dias paradinhos, então não admito que venham me dizer que não fizeram nada, ou que ficaram em casa dormindo o dia todo...
Pior: que separaram o dia pra colocar em dia o trabalho atrasado...
Aí é de matar, né?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dica - para quem curte boa música...

Estava xeretando o blog do Zeca Camargo, do qual sou leitora assídua (finalmente alguém que escreve textos mais longos que eu! Nunca vi ter tanta coisa pra contar!), e ele publicou um post falando do último trabalho da nossa super-talento-ser bizarro Amy Winehouse (leia aqui!).
Pra quem ainda está por fora, ela voltou a gravar, para o nosso deleite, e desta vez apostou num antigo sucesso com nova roupagem (ou não tão nova assim, em se tratando dela!), a It´s my party (original de Lesley Gore, de 1965). Falando sobre isso, o texto do Zeca foi basicamente sobre releituras e versões de músicas que já foram sucesso, numa volta ao passado sensacional, que só ele - com todo o conhecimento sobre música e cultura pop - consegue fazer com tamanha propriedade. E ele encerrou pedindo uma contribuição aos leitores, pra que citassem outras músicas que foram regravadas, e que ficaram boas. Ou nem tanto.

Como a música que deu gancho ao post foi a que citei acima, eu me lembrei de uma versão dessa mesma canção, na voz extraordinária de uma canadense, cujo trabalho conheci em viagem ao país no ano passado. E que, na minha opinião, ficou bem melhor que a versão da Amy (e olha que eu sou muito fã da Amy!). Foi com isso que dei meus pitacos no blog do Zeca!

O nome da dita cuja é Nadja, natural de Montrèal (veja o site), e por lá o som dela tocava em vários lugares, ou pelo menos nos mais "cool", incessantemente. Não precisou de muito para que eu, viciada em música e mais ainda em novidades, trouxesse uma cópia pra mim. Curti tanto que a voz dela girou no meu cd player por meses!
O trabalho foi todo produzido de forma independente, só com releituras de músicas que tocaram muito nas décadas de 50 e 60. O estilo lembra bastante o da Mrs. Winehouse, sim, com aquele jeito meio vintage e oldfashion de se fazer música, com a diferença que a voz dela é mais aguda um pouco. Igualmente impecável, porém. Daquelas bem de diva soul, mesmo!
Tem alguma coisa no YouTube, e embora ela tenha sido nomeada pra alguns prêmios canadenses e americanos, a cantora ainda não tem taaaanta notoriedade por lá (basta ver pelo número de acessos aos vídeos, que ainda não é muito expressivo!). As minhas faixas preferidas do cd são Hound Dog (Sim! Aquela que ficou famosa com o Elvis, de 1953!), e Be my baby (de 1962, gravada pelas The Ronettes).
Só pra terem uma noção do que ela é capaz de fazer ao vivo, aí vai:



E por aqui fica a minha sugestão do momento.
Ah, e digo a mesma coisa que escrevi no comentário do blog do Zeca: que ninguém me xingue se não gostar!
Mas acredito que, ainda que não seja do estilo do freguês, impossível falar que é ruim...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Nós, mulheres, as camaleoas

Esses dias passei em frente a uma loja de calçados (e assim como toda mulher, como quem não quer realmente nada, claro), e um tênis gracinha piscou pra mim - fiquei louca pra levar! Foi um de modelo e cor bem semelhantes a este da foto:
Na ocasião, entrei, provei, e vi que tinha tudo a ver pra eu usar em algum dia bem relax, num passeio de fim de tarde, talvez um café ou cineminha, só pra fazer um estilo e embarcar nessa nova onda do "sou colorida", ao qual se renderam quase todos os fashionistas e adolescentes deste nosso país (obviamente não sou nenhuma das duas coisas, mas curti bastante a moda do tênis!).
Senti que eu o tênis tínhamos uma dependência emocional quando, ao provar, ele se acomodou muito confortavelmente nos meus pés e eu fiquei parecendo uns 5 anos mais nova.
Namorei o dito cujo por quase uma hora, experimentei alguns modelos mais diferentes um pouco, testei outras cores (elegi um mais puxado pra um rosa choque, mesmo eu não sendo nada fã de tons de rosa...), e só não levei porque quiseram me cobrar quase 500 pratas pelo meu mimo juvenil.
Quase 500 Reais por um par de tênis, só porque é de marca, e só porque tá na moda??? E que eu vou usar uma vez ou outra??? Enlouqueceram?!?!?!?
Mulher que é mulher quase nunca (leia-se: NUNCA) se importa com um valor de um sapato/ calçado de forma geral se foi amor à primeira vista/ prova, mas a minha resposta naquele dia foi: NÃO, NÉ! NÃO PAGO ISSO POR UM PAR DE TÊNIS NEM QUE ELE VENHA PINTADO A OURO E COM PEDRINHAS DE CRISTAL SWAROVSKI!!

Voltei meio desalentada pra casa, na esperança de em outro lugar achar alguma coisa parecida, mas com preço de havaianas.

...

Passados uns dias do episódio, vi um mesmo modelo numa outra vitrina, com o preço também absurdamente elevado, e disparei na risada.
Daquela vez, não exatamente pelo valor da peça e minha indignação do outro dia, não!
Mas fiquei pensando em como que num mesmo armário cabem vários scarpins, sandálias de salto 10, peep toes, sapatinhos de boneca, sandálias de strass e...tênis naquele estilo!! Descabido demais pra ser verdade (porque, essencialmente falando, eu não tenho nada a ver com aquele tênis!)! Uma verdadeira aberração de...ESTILO!!!
E antes que eu pensasse na possibilidade de eu ter sérios problemas, por talvez não me encontrar no mundo da moda, concluí que não sou a única; nós, mulheres, somos assim...eternos seres "fashion mutantes", encarando várias personagens, com várias fantasias de moda e peças de vestuário das mais diversificadas possíveis. E talvez seja essa mutação, essa variação toda que nos torna especiais, e que torna a moda também especial.

É só analisar: mesmo a mulher mais básica do planeta tem um vestidinho preto de festa e um salto arrasador pra combinar. De outro lado, mesmo a mais patricinha tem pelo menos um jeans bem surrado e uma camiseta básica, com par de tênis ou chinelos pra arrematar o look.
E com esse carnaval de misturas, adquirimos novas formas, novos costumes, e até novas personalidades.
Ficamos com cara de executivas, se a ocasião nos exige ser assim; ficamos com jeitinho de Lolita, se a nossa intenção é bancar a moçoila sexy displicente; ficamos femininas, se optamos por lacinhos, frufrus extras, vestidos e salto alto; ficamos esportivas e grandes atletas, quando encaramos a roupa da academia com uma garrafinha de água pra acompanhar; ficamos casuais, se simplesmente escolhemos qualquer coisa básica do armário que nos faça sentir confortável; ficamos na última tendência, se copiamos alguma coisa que saiu da televisão ou das páginas das revistas femininas...podemos ser militares, hippies, Barbies, cowgirls, roqueiras, modernas, high-techs, vintages, delicadas e o que a nossa imaginação bem desejar (e os desfiles das últimas coleções, também!)!

Tudo isso não ocorre, obviamente, por não termos estilo ou identidade própria.
(Não descartando, porém, a máxima de que em moda nada se cria, tudo se copia! E, sim, mulheres se copiam constantemente!)
Mas ser mulher é exatamente isto: brincar com vários perfis e vários estilos, conformes nossas intenções ou humores do dia.

Graças a indústria da moda, cada vez mais diversificada e difundida, que podemos testar nossos vários "eus", brincando de descobrir qual deles é mais a nossa cara, mesmo.
Dependendo do que ou de quem está em voga, abrimos todo um leque de opções de vestir cada vez mais discrepante, e contraditoriamente falando, cada vez mais genial (eu que o diga!).

Bem nessas horas que sei porque sou tão fascinada por moda, e porque a cada dia me sinto tão agradecida por ter nascido mulher...
Aliás, eu e todas nós, as camaleoas!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Eat.Pray.Love

(Filmes hits do momento, sempre bom conferir!)

Mês passado comecei a leitura tardia do Eat Pray Love (tardia, mesmo, porque o livro foi lançado há um tempinho), da Elizabeth Gilbert, porque o filme tava meio que quase pra estrear, eu queria saber do que se tratava como boa curiosa que sou, e uma amiga minha não podia me ver que dizia que tava lendo, e que ela se lembrava de mim em toda santa página, e coisa e tal, porque parecia que a personagem era eu, e que era bem a minha carinha mesmo essa vibe de "vou sair por aí, perambulando pelo mundo, depois conto pra vocês como foi"...e blá blá blá.
Tá, né.
Li a versão original, mesmo. Em inglês (essa parte do comentário não é a parte arrogantezinha do "ó, gente! Eu leio em inglês!", não! Mas eu já tava há tempos querendo praticar mais o idioma, porque sinto que perdi muito de vocabulário, compreensão, e principalmente da escrita, e quando cheguei na livraria, o susto: Comer Rezar Amar - R$44,90 X Eat Pray Love - R$17,60 !! Preferi ser econômica e, ao mesmo tempo, dar uma forcinha pro meu cérebro! E aqui encerro o parênteses fazendo uma crítica revoltada sobre o preço dos nossos livros - um verdadeiro absurdo, por isso que ninguém lê!!!!).
O livro, adorei! Ouvi muita crítica negativa, mas euzinha achei uma delícia de ler!
Linguagem simples, bem-humorada, divertida. A história é muito boa, também. Tem um pouco de drama, um pouco de comédia, bastante de autoajuda, e a vontade que dá é mesmo a de sair correndo por aí em busca de alguma coisa completamente inédita, em termos de experiência pessoal, mesmo. Ou, no mínimo, juntar o dinheiro das calças, vender algum bem de mais valor pra engordar a economia, e parar na primeira agência de viagem que tenha qualquer coisa pra Itália, pra Índia, ou pra Indonésia.
E, sim, matando a curiosidade alheia, realmente eu me identifiquei MUITO com o livro, com a personagem (que é a própria autora, pra quem ainda não tá sabendo) e em várias partes eu me sentia muito EU contando aquela história (admito... "bem a minha carinha mesmo sair por aí perambulando o mundo e depois contar pra todo mundo como foi"). Nesse ponto, até que foi uma das poucas comparações que eu ouvi sobre mim que achei que correspondeu aos meus gostos, de verdade.

Já o filme...
Legalzinho, até.
Mas paradinho, paradinho.
De fato, como quase todas as adaptações: nunca ficam tão boas assim, porque é sempre mais rico e interessante ler o livro. Acho que só tiveram dois filmes nesses moldes que eu achei bem melhores que as versões impressas (pra quem interessa saber, Cidade de Deus e Sobre meninos e lobos, na minha modesta opinião; livros chatíssimos, filmes geniais!).
O Comer Rezar Amar ficou meio perdido no espaço, e quem não teve a oportunidade de ler o livro antes provavelmente não entendeu o sentido de várias coisas, ou achou tudo meio "normal demais" pela fama toda que teve.

Claro que tem paisagens belíssimas, e a nossa eterna Pretty Woman, que está mais pretty e charming que nunca, pra deixar tudo com um quê muito mais encantador. Dei umas risadinhas, também. Continuei querendo viajar AMANHÃ e tal.
Só que, pelo burburinho excessivo...sei não!

E daí foi onde fiquei me perguntando, depois que saí do cinema: por que raios uma coisa tão normal virou sucesso de bilheteria, de vendas nas livrarias, best seller total, e só se fala disso em todos os sites de notícias e entretenimento nas últimas 3 semanas???

É, meus caros...tem gente que nasceu com sorte!
Não porque a obra é ruim, porque já disse que não é, e não fui a única, muita gente amou...mas a sorte é imprescindível.

Essa Liz Gilbert aí: tava toda descornada, deprimida pelo fim do casamento, resolveu largar o trabalho e vendeu tudo pra ficar um ano fora de casa, fazendo as três coisas que lhe interessavam bastante (comer feito uma porca, rezar feito uma louca e procurar por um novo amor). Espertinha, elegeu três lugares magníficos, bem cheios de coisa pra se ver e pra contar. Impossível não escrever nada de interessante sobre esses três lugares! E, pra melhorar, ela tinha um propósito em cada um deles, o que ajudou na busca do conteúdo. Começou a jornada toda caidinha, numa deprê de dar dó, e quase nos 47 do segundo tempo...BUM! Achou o homem da vida dela numa ilha paradisíaca, e assim o livro/ filme terminam quase que em tom de "feliz pra sempre" (e eu fui bem desagradável agora, contando tudo!). Até agora eu acho que esse amor aí (que é verídico, eles se casaram) ela deve ter conhecido no meio ou no início da viagem, mas que não contou pra ninguém e adaptou a coisa, pra ficar mais fácil de vender depois, porque não é possível! Será que foi apenas sorte, mesmo????
Se foi, assim ela conseguiu o sonho de quase todo mundo (quase toda mulher, na verdade): dar a volta por cima, e acabar como em conto de fada! Parece ficção, mas aconteceu de verdade. E essa é a razão óbvia por que todo mundo consome a história, e quer vivenciar isso tudo, inclusive EU (sim, também quero um desfecho desses!)!!!

Já estou até aqui pensando: bem que podia me dar a louca também, pra eu ficar um bom tempo fora do país, encontrar muita coisa legal pelo caminho, e um príncipe montado num cavalo branco no fim dele, voltar com sorriso nas orelhas, escrever tudinho depois, ganhar alguns vários Reais com meu livro e, pra fechar com chave de ouro, ver que minha vida virou produção de Hollywood...Será que eu consigo???
Ou melhor: será que terei a mesma sorte???

Juro que quero muito ir pra Bali em 2011!!!
O triste vai ser aturar a superinflação de mulheres desesperadas por lá, querendo imitar a idéia...escrevam o que estou escrevendo!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Alguém aí tem medo dele???

Hoje, 25 de outubro, é dia do dentista.

Já acordei parabenizando as duas da minha família (mommy e sister, as responsáveis por manterem meu sorriso imperfeitinho e separado até hoje - porque em casa de ferreiro o espeto é sempre de pau, e essa é uma daquelas verdades absolutas!), e hoje em dia eu sei que dentistas merecem todo o respeito, sempre! São grandes profissionais!

Primeiro que quase todo mundo que eu conheço se pela de medo de ir num consultório odontológico, e até pouquíssimo tempo atrás eu não conseguia entender o porquê de tanto apavoro. E, claro, tudo que tememos, devemos respeitar (essa é a imposição de respeito número um - a psicológica!).

Só sei que cresci com uma mãe dentista dentro de casa e, embora tivesse a parte chata de não poder comer bala pra não dar cárie (ingestão de doces quase nunca!), e de eu receber uma fiscalização ferrenha na escovação dos meus dentinhos, a figura de um dentista nunca me deu medo. Até porque, obviamente, ela sempre me foi muito familiar. Dentre todos os meus amigos, eu era talvez a única que ADORAVA aplicações de flúor (que todo mundo reclama que tem um gosto que enche de ânsia!), e profilaxias, e brocas, e morria de dar risada quando eu precisava arrancar um dente de leite ou tomar uma anestesia (hoje sei que eu dou risada de nervoso, essa que é a verdade!). Até na época em que eu precisei passar pela chatice do aparelho ortodôntico, eu ia sem reclamar, felizinha da vida! Sempre relaxei tanto quando ia tratar meus dentes com a minha mãe, que às vezes ela precisava me acordar porque eu tinha pegado no sono, e consequentemente, tava fechando a minha boca e impossibilitando o tratamento. Também a vida inteira tive horror a sangue, e a cheiro de sangue, mas num consultório odontológico ver um dente recém- arrancado (que ela fazia questão de me mostrar com um "olha que lindo esse ciso que eu acabei de arrancar da paciente que saiu!!! Vê que raiz mais perfeita!!") nunca me fez nem cócegas no sistema nervoso. Confesso que até me agradava dos cheiros horrorosos de químicos e anestésicos - era o cheirinho da minha mãe!!!
Mas o fato é: passei a vida sendo uma das poucas e raras corajosas!

Dito isso, creio que seja o segundo motivo pelo qual um dentista merece todo o nosso reconhecimento: quase sempre ele tem que bancar o psicólogo, porque o medo é geral, mesmo. Pode ir o DataFolha fazer a enquete, que ninguém suporta ir ao dentista, vai ser o resultado certo! É um tal de paciente com mão suada, tremedeira, gagueira, pressão baixa, taquicardia, e as mais variadas reações nervosas, que não é nada raro ver que um dentista está fazendo todo um discurso filosófico, com a maior paciência do planeta, pra convencer o paciente de que não vai doer nadica de nada (quase nunca é verdade, às vezes dói mesmo, mas só o fato de convencer o felizardo a abrir a boca relaxadamente, é mais que 50% de todo o trabalho do odontólogo!).
Nada fácil para o profissional, reconheçamos!

O terceiro motivo dos meus parabéns sinceros aos dentistas é meio óbvio: imaginem como eles sofrem!
Tá certo...Nós os pacientes, sofremos demais, também, porque eu admito que boca é uma coisa íntima demais (e agora, pensando melhor, até acredito que é mais confortável ir num ginecologista...Não que abrir a perna - num ótimo sentido, importante frisar! - não seja também desagradável, mas pelo menos o médico/a não fica com a cara quase em cima da nossa cara, praticamente passando pela nossa garganta, e nós, sem nem idéia de pra onde olhar...Pelo menos quando é "mais pra baixo", respiramos fundo e ficamos procurando mofo no teto, sem ninguém pra conferir a nossa expressão de incomodidade...).
Mas ficar mirando paciente com cara de medo, de nojo, de pedra, de vítima de serial killer, com sudorese excessiva, não deve ser a coisa mais legal do mundo. Sem contar que não é todo mundo que tem higiene, e aparece limpinho (aturar mau hálito, que tristeza!). Tem também uns casos bem graves de doenças periodontais, com sangue, pus, mau cheiro...de vez em quando um restinho de comida...aaaaaaaaargh, que coisa mais nojenta!

Quarto motivo do parabéns de hoje: eles são heróis!
Mesmo quando parecem bandidos, eles são heróis, e só quem já teve uma dor de dente enlouquecedora sabe do que eu estou falando!
Lembram de mim e de toda a minha intrepidez na hora de abrir o bocão????
Pois é...
Pra tudo há uma primeira vez na vida!
Esses dias passei por uma dor DAQUELAS, que me fez perder a fome, o sono, a concentração, e que me deu vontade de arrancar o meu dente sozinha, só pra ver se eu eliminava radicalmente meu problema (também me lembrei da minha mãe, que já tinha me relatado N vezes, que v-á-r-i-o-s foram os pacientes que chegavam com o dente arrancado no bolso, falando "ó, doutora, tá aqui o dente: cutuquei até arrancar, porque não tava aguentando de dor!", e eu achando que era lenda urbana...A dor é tão descomunal, e tão desesperadora, e tão desconcertante, que eu só passei a acreditar nos tais relatos porque eu, no auge da minha consciência, cheguei a considerar seriamente a possibilidade - tive vontade de arrancar a minha cara fora, se possível fosse! E depois dessa dor, sem dúvida alguma, agora estou preparada pra um parto normal de quadrigêmeos, ou pra expelir pedras com 10 cm de diâmetro dos meus rins!!!!).
No meu caso específico, suei, tremi, tensionei todos os músculos do meu corpo, tive crise de riso (de nervoso!) e senti na pele o medo que eu nunca tinha vivenciado. E queimei minha língua!
(Isso porque a MINHA MÃE, a pessoa em quem eu naturalmente mais confio, que me atendeu!)
E só continuo gostando de dentistas porque, sim, eles ainda me são completamente familiares ( e eu também não vou desestimular a minha irmã em começo de carreira!)!!!!
Não entrarei em maiores detalhes do meu caso clínico, mas só pra resumir, tenho uma gengiva fina e magra demais (pode isso??), carente de gordura pra proteger meus dentes, e acabei tendo uma infiltração no nervo do pré-molar (acho que foi esse o abençoado). Alguém já viu nervo de dente??? Consegue ser mais fino que fio de cabelo, e não vi coisa pra incomodar mais...Jesussss!
A heroína da minha mãe entrou em cena, usou a tão eficaz psicologia, deu-me umas anestesiazinhas chatas e pra lá de doloridas, exerceu seus conhecimentos e sua experiência de mais de "bodas de prata", e ME LIBERTOU DA MINHA ANGÚSTIA!
No dia em que minha mãe tirou o nervo do meu dente, seguramente eu nasci de novo!
Eu praticamente comemoro 2 aniversários, agora!

E porque eu sei que dentistas sofrem, são importunados quando alguém tá se desmanchando em dor, suportam péssimos odores, e são vítimas de todo o pânico da sociedade (rejeitados, tadinhos, porque ninguém se agrada deles!), que demonstro minha admiração sincera por esses profissionais!
E encerro recomendando o uso correto de escovas de dente, fios dentais, e consultas mais do que periódicas. Por mais que o medo de dentista seja realmente grande, uma coisa é certa: não desejo a dor que senti nem pro pior cristão do mundo...
FLÚOR NELES!!!!!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Calores e fusos!

E aqui estamos nós, abençoados pela aparição de um Sol daqueles depois de intermináveis dias cinzentos, e tentando nos adaptar ao novo fuso.
Particularmente falando, sou fã do horário de verão. Porque sou fã da luz do dia, da claridade, de sol, de praia, e de qualquer coisa que lembre "dias de férias" (embora quase todo mundo pense o contrário, pelo fato de eu também trabalhar à noite e já ter declarado um bilhão de vezes que meu cérebro funciona melhor à medida em que os ponteiros do relógio se afastam dos horários matinais).
Até acho que no inverno deveríamos ter uma espécie de "horário de inverno", com a operação inversa de atrasar o relógio, pra que ninguém tivesse que acender as luzes as 4 da tarde. Falando sério: os meses do inverno tem um ar muito sombrio e deprimente - tristeza que só passar o dia com céu escuro!
Mas o que mais conheço é gente que detesta o "horário novo". Bem coisa do povo que tem uma idade mais avançadinha um pouco, de passar todos os meses da primavera e do verão reclamando que não conseguem dormir direito porque "o Governo tirou uma hora" do dia deles...A minha vó mesmo é uma, que passa quase 4 meses desconsiderando o horário de verão - se o relógio aponta 1 da tarde, ela diz que é meio dia, e que o almoço já vai pra mesa...Fora os mesmos 4 meses que ela passa se lamentando, e xingando que o relógio biológico dela está "desconcertado", e que ela tem dormido bem menos desde o dia em que ela foi forçada a adiantar o relógio em uma hora...
Morro de rir!

Obviamente, tem algumas desvantagens. Eu fico tão concentrada com várias coisas, e o dia ainda tão claro, que quando percebo, já são 8 da noite. E tenho a sensação de que me ocupei bem mais, e que o tempo passou consideravelmente mais rápido. Perdemos mesmo a noção do "fim da tarde", e do "fim do expediente"...
Por outro lado, e principalmente nos dias de Sol, com céu azul e sem nuvens, não consigo me lembrar de nenhum fenômeno natural que possa deixar meu dia mais feliz. Quando os primeiros raios solares me acordam lá pelas 6 e tantas, nem consigo ficar de mau humor por ter levantado um pouco antes do previsto - abrir a janela e ver um azul sem fim, com o mar parecendo um espelho de tão brilhante, já me arranca um sorriso do rosto (e é quando eu percebo que sou uma privilegiada e tanta por poder acordar e enxergar de frente o azul do mar, quase que todo só pra mim...Vida ruim, a minha!) ...

E não sou apenas eu - no calor, com a luz do dia, e Sol raiando, todo mundo parece mais feliz e mais cheio de humor! As pessoas saem mais às ruas, os pássaros cantam mais alto, tudo fica mais agitado, tem mais gente se exercitando, tem mais gente se cumprimentando, tem mais gente sorrindo sem motivo, tem mais gente rendendo no trabalho e, claro, tem até mais gente se amando!

Quanto a mim...
Passou um pouco das 19h, agora, já acabei o que tinha que acabar, e o Sol ainda faz um tremendo reflexo na tela do meu computador...Farei um lanche leve, e devo tomar um suco de abacaxi com hortelã pra refrescar...Provavelmente vai ser nessa parte que o Sol vai começar a se por.
Então deitarei relaxada no sofá, e me renderei a uma boa leitura, vivenciando a ilusão total de que sim, estou de férias!
E tudo isso graças ao bom tempo, ao Sol e ao tão criticado horário de verão...
PODE ALGUÉM NÃO GOSTAR DISSO????

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Paradoxos

Tem dias e dias.
Tem dias em que acordo sem muitas palavras, e passo horas assim, só querendo observar o barulho das coisas que me cercam, fazendo o máximo de silêncio pra poder prestar atenção em cada ruído de toda essa poluição sonora; tem dias que quero que todo mundo me ouça, mesmo nos lugares onde, fisicamente, a minha voz não pode chegar.
Tem dias que fico radiante de felicidade, mas que ela é tão minha, e tão íntima, que eu não consigo compartilhar com ninguém; mas também tem dias em que vivo uma tristeza igualmente egoísta: que só eu consigo entender, e que só eu posso deixar passar.
Tem dias em que, particularmente, não estou nem feliz, nem triste; mas são dias especiais e inesquecíveis, como muito poucos.
Em alguns momentos eu quero ficar só, comigo e com as minhas sensações; em outros eu quero reunir todas as grandes pessoas sensacionais da minha vida dentro de um abraço e ainda acho que seria pouco.
Tem horas que eu morro de saudade de várias coisas que já passaram, de vários lugares onde eu estive, de pessoas com quem cruzei, e outras por quem me apaixonei bastante; tem horas que eu acho que o passado não serve pra absolutamente mais nada, e eu me flagro com raiva de mim mesma por me lembrar de coisas que não voltam nunca mais.
Às vezes eu me arrependo profundamente de coisas que fiz, outras que deixei de fazer, momentos em que me expus, ou frases que falei, pensadamente ou não; outras vezes acredito que todas essas coisas foram completamente válidas, e inusitadamente essenciais, ainda que não queira ou não possa repetir nenhuma delas.
Tem dias que eu não sei se fiz a coisa certa; tem dias em que eu tenho certeza de que não poderia ter feito diferente.
Tem vezes em que faço questão de controlar, e de me controlar; outras, porém, em que prefiro que tudo fuja do controle...
Tem dias em que sei ouvir e dar bons conselhos; tem outros em que eu só quero falar, e berrar, e desabafar, sem escutar ou dar a mínima pra o que as pessoas pensam a respeito.
Tem dias em que eu me sinto linda, jovem, animada, sagaz, bem cuidada e exuberante; tem dias que o cabelo não para quieto, que roupa nenhuma me cai bem, que eu pareço não combinar com nenhum tom de cor, que minha pele tá mais feia, e que eu ganhei alguns quilos e que eu envelheci demais no último ano.
Tem dias que tenho a convicção de que sei de tudo, ou que sei bem as coisas que me ensinaram; tem outros em que vejo que ainda falta aprender coisa demais...
Tem dias em que faço mil planos: de conquistas várias coisas, de conhecer vários lugares, de aprimorar meus conhecimentos; tem dias que eu me conformo com o marasmo e até acho que ele é bom e faz parte, em certo sentido...
Tem dias que tudo tem graça, todos os lugares tem cheiros, todas as pessoas tem sabores; tem outros que passam num preto-e-branco deprimente, azedos e fétidos, numa podridão de secar os ossos, ainda que tenha gente que pense e sinta o contrário.
Tem dias que prefiro o Sol, o calor, torta de limão e suco de laranja; tem outros que sonho com um cobertor, arroz com feijão, e que peço a minha média mais escurinha.
Tem dias que estou mais pra rock; outros, completamente pra bossa nova.
Tem dias em que busco o inédito, o inexplorado, o desconhecido; tem dias em que nada me deixa mais feliz do que estar no mesmo lugar, convivendo com as mesmas pessoas, e seguindo a rotina que eu tanto faço questão de odiar.
Tem dias que eu quero ser mais rica, mais bonita, mais inteligente; tem dias que eu acho que já tá de bom tamanho eu ser eu mesma.
Tem dias em que eu penso que todas as coisas acontecem quando e porque elas tem que acontecer, que tudo é muito claro, muito óbvio, que faz muito sentido e funciona perfeitamente muito bem, e quem sou eu pra argumentar; tem dias que eu já não sei de mais nada, que não entendo e nem faço questão de, porque realmente é impossível explicar o inexplicável. Mas quero discutir e arrazoar mesmo assim.
Tem dias que assumo o papel de mãe, de irmã mais velha, de chefe; tem dias que eu choro feito criança pequena, quero mimos como filho caçula, e alguém pra me guiar e me conduzir no caminho o tempo inteiro.
Tem dias que me agrado com as coisas mais banais e modestas; tem dias que muito dinheiro não basta, e que todo amor ainda é muito insuficiente.
Tem dias de certo OU errado, isso OU aquilo, agora OU nunca; tem dias em que tudo DEPENDE...
Tem dias que eu peço a Deus que passe voando; tem dias que eu sonho que pudesse ser como antes, do jeito exato que já foi um dia...
Tem dias que a falta de tudo me consome; tem dias que eu acabo sobrando demais dentro de mim mesma.
Tem dias que eu sei que foi tudo uma questão de escolha; tem dias que eu imagino que foi tudo obra do destino...
Tem dias que eu acho que é tudo loucura, alucinação, alienação e insensatez; tem dias que eu acho que achar tudo isso é a coisa mais normal, banal e comum do mundo...

E agora eu pergunto: será que apenas EU tenho dias e dias assim??

domingo, 10 de outubro de 2010

10.10.10 - Faça sua parte!

Ô data bonita, essa de hoje!
Pra quem um dia ouviu borburinhos de que o mundo acabaria no ano 2000, até que chegamos longe!
Quando era criança, ficava fazendo mil cálculos no meu caderno de quantos anos teria em 2000 e poucos, como se fosse uma coisa super distante mesmo, e estou aqui eu, tentando entender porque esse tempo não passou um pouco mais devagar...


Lembranças a parte, hoje é dia de falar de coisa séria.

Uma data tão numericamente perfeita, com um quêzinho de místico (para aqueles que acreditam), foi a escolhida para o "global day of doing".
Mas, que diabos seria isso???
Explico melhor.
A iniciativa surgiu em Londres, espalhou-se pelo mundo todo e hoje essa campanha, por assim dizer, tem o intuito de reduzir a emissão de gases poluentes (principalmente o carbono) em 10% até o fim de 2010.
E a data holística-cabalística-espiritual-coincidentica de hoje foi a que escolheram, para que, em todo o globo, alguém tomasse alguma atitude em favor do meio ambiente e da redução dos chamados "carbon footprints" (algo como "vestígios poluidores").

Aliaram-se à idéia ambientalistas, políticos, esportistas, designers, celebridades - é claro - e pessoas do mundo inteiro que sabiamente dizem SIM à bandeira do "vamos salvar o planeta!".

Vale qualquer coisa: deixar o carro estacionado na garagem e andar de bicicleta ou a pé, plantar uma árvore, utilizar o mínimo de energia elétrica possível, reaproveitar material através da reciclagem, não desperdiçar comida...
E o bacana é que muitas pessoas que fizeram do 10.10.10 um dia ecologicamente correto, enviaram as fotos para o site e contaram essas experiências de bioética e sustentabilidade.
(Legal pra fazer com as crianças!)
Hoje eu separei meu lixo (como, na verdade, já faço há uns tempos) e joguei fora várias sacolas de plástico de supermercado, na intenção de substituí-las por outras que não agridem o meio ambiente. E, doeeeeeeu MUITO, mas consegui sair de carro só uma vez por hoje!!!

Claro que o dia já tá acabando, talvez não dê mais pra mandar as fotinhos pra lugar nenhum, mas vale conferir o site e se juntar à iniciativa (que, obviamente, não vai durar só por hoje!).
O material na web está todo em inglês, mas dá pra entender, né?? Lá tem reportagens, atualidades, venda de material da campanha e até espaço para doações. Além de várias dicas bem interessantes sobre o que fazer, diariamente, para cooperar com o meio ambiente.
Lembrando: atitudes limpas, ecológicas e sustentáveis demandam um certo esforço (às vezes BEM grande, diga-se de passagem) e precisam se tornar um hábito. Mas não existe costume que não tenha começado com uma certa contrariedade e repetidas vezes, e repetidas, e repetidas, até se tornar normal.

E ALGUÉM PRECISA FAZER ALGUMA COISA!!

Quero muito que meus filhos façam contas com um "2000 pra lá de distante", como também eu fazia quando pequena.
E você?