quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Eat.Pray.Love

(Filmes hits do momento, sempre bom conferir!)

Mês passado comecei a leitura tardia do Eat Pray Love (tardia, mesmo, porque o livro foi lançado há um tempinho), da Elizabeth Gilbert, porque o filme tava meio que quase pra estrear, eu queria saber do que se tratava como boa curiosa que sou, e uma amiga minha não podia me ver que dizia que tava lendo, e que ela se lembrava de mim em toda santa página, e coisa e tal, porque parecia que a personagem era eu, e que era bem a minha carinha mesmo essa vibe de "vou sair por aí, perambulando pelo mundo, depois conto pra vocês como foi"...e blá blá blá.
Tá, né.
Li a versão original, mesmo. Em inglês (essa parte do comentário não é a parte arrogantezinha do "ó, gente! Eu leio em inglês!", não! Mas eu já tava há tempos querendo praticar mais o idioma, porque sinto que perdi muito de vocabulário, compreensão, e principalmente da escrita, e quando cheguei na livraria, o susto: Comer Rezar Amar - R$44,90 X Eat Pray Love - R$17,60 !! Preferi ser econômica e, ao mesmo tempo, dar uma forcinha pro meu cérebro! E aqui encerro o parênteses fazendo uma crítica revoltada sobre o preço dos nossos livros - um verdadeiro absurdo, por isso que ninguém lê!!!!).
O livro, adorei! Ouvi muita crítica negativa, mas euzinha achei uma delícia de ler!
Linguagem simples, bem-humorada, divertida. A história é muito boa, também. Tem um pouco de drama, um pouco de comédia, bastante de autoajuda, e a vontade que dá é mesmo a de sair correndo por aí em busca de alguma coisa completamente inédita, em termos de experiência pessoal, mesmo. Ou, no mínimo, juntar o dinheiro das calças, vender algum bem de mais valor pra engordar a economia, e parar na primeira agência de viagem que tenha qualquer coisa pra Itália, pra Índia, ou pra Indonésia.
E, sim, matando a curiosidade alheia, realmente eu me identifiquei MUITO com o livro, com a personagem (que é a própria autora, pra quem ainda não tá sabendo) e em várias partes eu me sentia muito EU contando aquela história (admito... "bem a minha carinha mesmo sair por aí perambulando o mundo e depois contar pra todo mundo como foi"). Nesse ponto, até que foi uma das poucas comparações que eu ouvi sobre mim que achei que correspondeu aos meus gostos, de verdade.

Já o filme...
Legalzinho, até.
Mas paradinho, paradinho.
De fato, como quase todas as adaptações: nunca ficam tão boas assim, porque é sempre mais rico e interessante ler o livro. Acho que só tiveram dois filmes nesses moldes que eu achei bem melhores que as versões impressas (pra quem interessa saber, Cidade de Deus e Sobre meninos e lobos, na minha modesta opinião; livros chatíssimos, filmes geniais!).
O Comer Rezar Amar ficou meio perdido no espaço, e quem não teve a oportunidade de ler o livro antes provavelmente não entendeu o sentido de várias coisas, ou achou tudo meio "normal demais" pela fama toda que teve.

Claro que tem paisagens belíssimas, e a nossa eterna Pretty Woman, que está mais pretty e charming que nunca, pra deixar tudo com um quê muito mais encantador. Dei umas risadinhas, também. Continuei querendo viajar AMANHÃ e tal.
Só que, pelo burburinho excessivo...sei não!

E daí foi onde fiquei me perguntando, depois que saí do cinema: por que raios uma coisa tão normal virou sucesso de bilheteria, de vendas nas livrarias, best seller total, e só se fala disso em todos os sites de notícias e entretenimento nas últimas 3 semanas???

É, meus caros...tem gente que nasceu com sorte!
Não porque a obra é ruim, porque já disse que não é, e não fui a única, muita gente amou...mas a sorte é imprescindível.

Essa Liz Gilbert aí: tava toda descornada, deprimida pelo fim do casamento, resolveu largar o trabalho e vendeu tudo pra ficar um ano fora de casa, fazendo as três coisas que lhe interessavam bastante (comer feito uma porca, rezar feito uma louca e procurar por um novo amor). Espertinha, elegeu três lugares magníficos, bem cheios de coisa pra se ver e pra contar. Impossível não escrever nada de interessante sobre esses três lugares! E, pra melhorar, ela tinha um propósito em cada um deles, o que ajudou na busca do conteúdo. Começou a jornada toda caidinha, numa deprê de dar dó, e quase nos 47 do segundo tempo...BUM! Achou o homem da vida dela numa ilha paradisíaca, e assim o livro/ filme terminam quase que em tom de "feliz pra sempre" (e eu fui bem desagradável agora, contando tudo!). Até agora eu acho que esse amor aí (que é verídico, eles se casaram) ela deve ter conhecido no meio ou no início da viagem, mas que não contou pra ninguém e adaptou a coisa, pra ficar mais fácil de vender depois, porque não é possível! Será que foi apenas sorte, mesmo????
Se foi, assim ela conseguiu o sonho de quase todo mundo (quase toda mulher, na verdade): dar a volta por cima, e acabar como em conto de fada! Parece ficção, mas aconteceu de verdade. E essa é a razão óbvia por que todo mundo consome a história, e quer vivenciar isso tudo, inclusive EU (sim, também quero um desfecho desses!)!!!

Já estou até aqui pensando: bem que podia me dar a louca também, pra eu ficar um bom tempo fora do país, encontrar muita coisa legal pelo caminho, e um príncipe montado num cavalo branco no fim dele, voltar com sorriso nas orelhas, escrever tudinho depois, ganhar alguns vários Reais com meu livro e, pra fechar com chave de ouro, ver que minha vida virou produção de Hollywood...Será que eu consigo???
Ou melhor: será que terei a mesma sorte???

Juro que quero muito ir pra Bali em 2011!!!
O triste vai ser aturar a superinflação de mulheres desesperadas por lá, querendo imitar a idéia...escrevam o que estou escrevendo!

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