quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Saudade...

Hoje acordei doendo muito.

De saudade...

Talvez tenha sido TPM das bravas, mas acho que era só saudade, mesmo.

Nunca vi coisa pra tocar lá no fundo, a tal da saudade!

Saudades quase sempre machucam e nos levam às lágrimas.

Lembranças é que são boas.
E percebi tudo isso hoje!

Lembro-me com carinho das brincadeiras bobinhas de infância, dos churrascos de domingo, do tempo do colégio, das aulas e ensaios intermináveis e sofridos de ballet...Lembro-me dos meus antigos amores - muitos deles bem platônicos -, das festas da faculdade, do cheiro eterno de protetor solar no mês de janeiro...Lembro-me do meu pai me buscando no colégio, de esperar pelo almoço fantástico da minha mãe, do cheiro de mato das trilhas que fazíamos na férias, de escrever diários e ler revistas de adolescente...Lembro-me das ceias de Natal e de esperar ansiosa pelos presentes que eu já sabia que não eram de Noel, de comprar material escolar pro novo ano letivo, de encapar meus cadernos e costurar minhas sapatilhas...Lembro-me das festinhas americanas com refri e coxinha, de quando comprei meu primeiro sutiã, de quando pintei meu cabelo pela primeira vez, das sessões de cinema em grupo de 15 ou 20, no mínimo...Lembro-me de ir pra praia em ônibus lotado, das festas juninas lá em casa com fogueira de 3 metros, de todos os meus aniversários, de todos os meus amigos - alguns que nem fazem mais parte da minha vida...

Muito bom! Lembrar de cada imagem, de cada pessoa, de cada cheiro, de cada gosto...tudo isso remete a uma tarde chuvosa de domingo, ou qualquer coisa parecida, e faz um bem pra alma que só vendo!

O ruim é quando bate a saudade...Porque saudade é sentir falta do que foi e nunca mais vai voltar. E essa sensação realmente dói.

Então saudade é lembrança?

Olha...lembranças (as minhas, pelo menos) acabam arrancando um sorrisinho gostoso nos lábios.

O que imagino ser a diferença número 1.

Lembrança é a recordação de alguma coisa que, de fato, não vai mais voltar, mas por um motivo óbvio e bastante natural - simplesmente as pessoas envelhecem e o colégio passa, os namoricos passam, várias coisas passam.

Saudade é de alguma coisa que nos foi tirada. Ou roubada. Ou perdida. Ou todas essas coisas juntas.

Hoje senti saudade das pessoas que eu perdi, dos amigos que sumiram e de quem nunca mais tive notícia, das pessoas queridas que se foram...Senti uma saudade imensa da ingenuidade que eu tinha quando era criança e passei a tarde inteira me lamentando por crescer e ver o mundo de forma mais cruel...Senti saudade dos abraços que nunca mais ganhei, dos beijinhos carinhosos na testa que nunca mais beijei, dos amores que eu nunca mais pude amar...

E chorei muito.

Como em pouquíssimas outras vezes...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Um pouco de Clarice

"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto (...) das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
(...)
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR! "
(Clarice Lispector)
Texto lindo!
Se eu tivesse que escrever alguma coisa por hoje, teria sido Clarice por pelo menos uma noite.
Não, não peço desculpas! Nem por não ter tido imaginação maior. Menos ainda por não admitir que talvez tenha sido falta de alguma outra criação decente do meu cérebro. Ou de, pelo menos, qualquer criação do meu cérebro.
Mas com minhas próprias palavras, pelo menos agora, talvez não pudesse me descrever melhor .
Isso é muito EU.
E, ao mesmo tempo, é muito TODO MUNDO...
O "nós" e as "nossas contradições".
O "nós" e o que nos é "extremamente peculiar".
(Ou "extremamente comum", vai saber...)
Por hoje, então, é só isso.
E isso, no momento, É SIMPLESMENTE TUDO...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

"Inimigo" secreto

Sei que vai soar extremamente antissocial o que vou escrever agora, mas preciso desabafar: amigo secreto de fim de ano é uma coisa que às vezes (quase sempre!) estressa!

Ok, super legal! E divertido. Ou deveria ser.

Não existe uma pessoa que não participe de pelo menos um! E, tá...é meio que indispensável durante este período do ano, de forma que, quando não tem, parece que as festas passaram em branco...

E as intenções de um amigo secreto até são as melhores: tem o lado bacana de se presentear alguém por toda essa coisa de Natal, mas sem que seja preciso comprar presente PRA VÁRIAS PESSOAS - ou seja, é uma solução bem econômica, no fim das contas. É um "evento socializador", porque faz com que todo mundo tenha um motivo pra se reunir antes ou durante o Natal. É engraçado, quase sempre, porque das reuniões sempre saem histórias divertidas, e em toda turma seeeeempre tem aquele com apelo cômico que diverte a maioria, sempre tem surpresas e gracinhas na revelação/entrega dos presentes e tal.
Maaaaas, porém, todavia, contudo... amigo secreto, NA PRÁTICA, é motivo de dor de cabeça. Ou significa "fria na certa".

Explico melhor.

Acho que todo mundo conhece alguém que só se dá mal em amigo secreto, né? Desses que dão de presente a maior caixa da noite, e recebem um chaveirinho de consolo...

Então...tenho uma amiga que é hors concours em furadas na revelação do amigo. Dos três em que participamos juntas, vi a coitada quase voltar chorando pra casa em todos eles. No primeiro ano, ela ganhou um presente que, certamente já tinha sido ganhado (sabe esses que a gente vê que a pessoa ganhou do vizinho, não gostou e passou adiante? Pois é...tadinha!). No segundo ano, ela não ganhou, porque justo a pessoa que saiu com ela teve um problema sério de intoxicação alimentar e ficou internada 2 dias num hospital. Acredito eu que ela nem chegou a ver a cor do presente, mesmo depois disso...Nesse último, ela apareceu com a caixa de presente mais elaborada da noite e ganhou um kit com 2 sabonetes pintados. Quem quer ganhar sabonete de presente de Natal, conta aí?

Essa minha amiga azarada é um exemplo vivo de que amigo secreto é a furada do ano...

O triste é que ela não é um caso isolado...Quem nunca foi vítima de nenhuma tragédia dessas??? Ou pelo menos, parecida???

Pegar o chefe, por exemplo...
É horrível!
A pior (ou quase pior!) de todas as hipóteses!!!
Já me aconteceu isso... Não dá pra saber o que exatamente que vai agradar - se for uma coisa muito cara vai soar como puxação de saco, e se for simples demais pega feio demais...Afinal de contas, chefes tem um poderio todo especial. Não tem como, então: o presente do chefe acaba sendo o mais caro de todos, e azar de quem pegou! E pergunta se a gente recebe, pelo menos, o valor equivalente como presente...
Ruim, hein!

Sair com alguém com quem a gente não tem tanta intimidade assim também é horrível. Primeiro que nem tem tanta graça assim escolher o presente. Sim, porque quando é alguém que a gente gosta pra valer, até perde um certo tempo na escolha do mimo, pensa com carinho no que a pessoa gostaria de ganhar, tenta fazer uma surpresa extra, toda essa coisa. E segundo que, inevitavelmente, não se sabe o que comprar, porque a afinidade é zero, e daí onde começa todo um estresse pra escolha do presente e tudo o mais. E terceiro que é mau, né...por mais que o objetivo seja apenas "participar" ( quem discorda de mim e nunca disse "eu me peguei, todo mundo devolve os papeizinhos" porque pegou alguem mauzinho, que atire a primeira pedra!!) ...

Apesar de que, vendo pelo lado contrário, pegar alguém que a gente conhece bem demais não é a melhor coisa do universo "amigo-secretos". Também é péssimo. É igualmente complicado pra comprar presente, porque sempre dá a impressão de que tá simples demais, eesa coisa do "não, isso aqui não é exatamente a cara dessa pessoa, não vai ser um presente especial se eu der isto", e o resultado é triste na certa. Sem contar que a pessoa pode ser íntima demais e franca demais pra dizer que realmente não gostou e que vai trocar. Ou você descobrir depois que a pessoa trocou e morrer de raiva por conta disso (se bem que eu acho que morrer de raiva por conta disso é bem coisa de mulher! Homem não tá muito aí pra isso, não...) .

Comigo também já aconteceu uma coisa levemente desagradável. A pessoa que saiu comigo simplesmente tinha se esquecido quem tinha pegado (Como que alguém vai esquecer de uma pessoa simpática como eu, fala pra mim????). Claro que a pessoa não admitiu, sequer tocou no assunto, mas foi nítido e todo mundo percebeu. Essa pessoa foi ficando com uma cara apreensiva durante toda a revelação, porque se chegasse a vez dela não ia saber como descrever o amigo. Óbvio. A sorte (dessa pessoa!) foi que acabei ficando por último, mesmo, e a gafe até passou meio que sem maiores destaques. Lembro que quando abri o presente, era algo extremamente impessoal e unissex (lembrei, agora: era uma caneta!). Todo mundo ir recebendo presente e você a ver navios já é uma coisa meio chata; ficar por último, abrir na maior expectativa achando que tá recebendo o prêmio da megasena acumulada pra compensar a demora, e ganhar uma CANETA, digo pra vocês: é muito pior!

Triste é a cara de feliz que a gente tem que fingir em situações como essa...

Claro que essas reclamações todas não são em função do presente em si. Do que ele é ou deixou de ser. Acho super sem graça quando fazem lista - e geralmente com uma ou 2 opções só! - e a gente já sabe o que vai ganhar. Olha que antiesportivo! Onde fica o espírito da brincadeira??
(Se bem que não sei o que é pior: fazer lista e já saber o que vai ganhar, como se fosse uma grande surpresa OU não falar nada, pra ser etiquetamente muito correto e receber algo completamente desnecessário!).

Acho, de verdade, que por essas e outras razões deveria ter um "manual do amigo secreto". Com certas regras de conduta que elevariam o nível da brincadeira. Tipo...Ninguém poderia contar pra ninguém quem pegou (o que mais tem é estraga-prazeres, por isso!), sob pena de multa de um presente extra pra cada participante. Ninguém poderia comprar nada muito aquém, nem muito além do valor estipulado, sob pena de exclusão e banimento da festinha. Ninguém poderia enrolar demais, nem enrolar de menos na revelação, porque é o cúmulo do incoveniente. Ninguém deveria esquecer o presente em casa, porque É O MÍNIMO, né...

Certa tava uma conhecida minha, que anos atrás aí, comprou o melhor presente de todos - ela tinha se pegado de propósito, não quis contar pra ninguém e resolveu presentear a si própria com o que ela mais tava desejando...Criativíssima e certíssima ela, vai dizer...Todo ano falo que vou fazer isso e sempre esqueço!
Mas deixa eu parar de falar mal.
Até porque este ano eu saí com uma pessoa que eu amo de verdade.
Juro!
Melhor amigo secreto de todos de que participei...!
(Pelo menos por enquanto...Ninguém revelou nada, ainda não teve perrengue! Depois da semana que vem, conto pra vocês!)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Saudações natalinas!

Adoro esta época do ano!

E acredito que todo mundo espera pelo Natal e pelas festinhas de fim de ano ansiosamente durantes todos os 11 meses anteriores...Ou, pelo menos, durante os 3 últimos.

Tudo bem que em mês de dezembro não tem um individuozinho sequer que não esteja atarefado demais. Acúmulo de trabalho, correria pra entrega de várias coisas que precisam ficar prontas antes que todo mundo desapareça depois da semana do Natal, cansaço do ano inteiro acumulado...ninguém aguenta mais ver a cara de ninguém, o mundo inteiro quer tirar férias e já projetar o próximo ano (que nem começou!), 15 entre 10 pessoas dão uma de Papai Noel e ficam o saco cheio de tudo que está pra acabar, mas que não acabou ainda...

Dezembro é isso mesmo!
Mas tem seu lado fantástico!

Dezembro devia ser tido oficialmente como o mês da amizade e da cordialidade. É uma época propícia para reatar laços e estreitar relações sociais de qualquer ordem. Tipo...muita gente fica sem se ver o ANO INTEIRO, talvez até bem mais que isso, mas chega perto do Natal, todo mundo quer comemorar qualquer coisa junto. Quer se "rever". Começam a aparecer vários encontros: encontro da turma do primeiro grau do colégio, encontro da turma do segundo grau, encontro de ex-vizinhos, de ex-super amigos, de ex-"jogava-bola-comigo" ou ex-"dançava-ballet-na-minha-época", do pessoal do escritório, dos primos que não se viam há anos, do pessoal da academia, dos amigos dos amigos, da parentada sem fim...é encontro que não acaba mais! Quase todo dia tem um almoço, café ou jantar, o que dá uma movimentada significativa na vida social até do mais tímido dos seres!
Dezembro também é o mês da solidariedade. Sempre se quer fazer alguma coisa boa por alguém. E ainda começam a aparecer aquelas campanhas do "faça feliz o Natal de uma criança", "adote uma árvore", "doe um brinquedo", vai dando uma peninha de quem realmente não tem condições de ter um Natal um pouco mais farto, começam a aparecer imagens de crianças necessitadas na televisão, uma vontade de chorar...Daí que a gente percebe que, realmente, não custa nada ajudar e coloborar. Entrar mesmo no espírito natalino da coisa! Quase ninguém fez nada NUNCA, não doou uma bala pra ninguém, e nem um sorriso sequer pra nenhum velhinho, mas fim de ano todo mundo quer dar pannetone pra todo mundo! E mostrar que é solidário com a ceia de Natal alheia.
Dezembro, ainda, e pro bem comum da humanidade, é o mês da prosperidade. Já viu que todo mundo ganha bem mais em dezembro, né? Quer dizer...funcionários públicos, comerciantes, empresários, trabalhadores com carteira assinada, 13º e tal - esses tem o fim de ano garantido. Mas mesmo quem trabalha por conta própria, não tem do que reclamar quando chega o fim do ano. Na verdade, do que reclamar, todas as pessoas tem. É um tal de "esse ano foi horrível, tá tudo muito caro, não vou ter muita grana pra passar bem o Natal, é a crise, tá um caos", que só vendo...Mas na prática, mesmo, só o que se vê é gente com sacolas e mais sacolas! É o milagre da multiplicação dos presentes: tá todo mundo duro, mas todo mundo se arranja de alguma forma. Pode ser o tadinho que for...Ninguém fica sem presentear, os shoppings superlotam, e as operadores de cartões de credito ja tem motivos de sobra pra entrar o ano comemorando - afinal de contas, diz aí quem é que não entra o ano devendo uma prestaçãozinha qualquer?
Dezembro também é o mês da saudade. Porque dá uma saudaaaaaade de tanta gente...! De quem tá longe, de quem tá perto, de quem tá perto mas tá longe, de quem já se foi...Em nenhum mês a memória da gente é tão requisitada! São lembranças de infância, de outras noites de Natal, de como o Tio Fulano era bem mais magro, dos encontros da família, daquele amigo..."puxa, como aquele amigo era parceiro! Por onde será que ele anda?"...Dá uma vontade de ficar junto a todo mundo. Reunir numa sala todas as pessas do planeta que a gente mais gosta, ou que a gente já gostou demais, e dar pelo menos um super abraço de Feliz Natal...E chorar junto, e dar risada junto...E finalmente matar a saudade!

Ah, e claro: dezembro é o mês da saúde e da atividade! Ninguém caminhou 300 metros em nenhum outro mês do ano, todas as pessoas fugiram da academia durante o período de inverno ou de sobrecarga de trabalho (= de janeiro a novembro!), mas fim de ano, todo mundo quer aparecer bem na foto! É só "pintar" em qualquer academia pra ver se o movimento não aumentou! E centro de estética, então? Nunca vi época pra vender mais creme anticelulite! Nenhuma mulher quer ficar mal num biquini, nem mesmo as que nem vão pisar na praia nos meses de janeiro e fevereiro. Cabeleireiro, também. E não só pra mulheres, não! Tem muito homem que decide ficar limpinho e cheiroso (tá...pelo menos em dezembro, né?)! Cabelos novos e tal...E tava vendo não sei onde que médicos, dentistas, nutricionistas e congêneres trabalham horrores nesta reta final de ano. E faz bastante sentido: alguém quer começar um ano novo com o pé na cova e a saúde meio capengando? Não, né! Então, dá-lhe consultas e check-ups!

Dezembro, ainda por cima, é o mês oficial da reconciliação. Do perdão. Da trégua. E de todas essas coisas lindas. Não combina ficar mal com ninguém neste período tão sentimental do ano! É época de reunir, de agregar, de relevar. De ficar junto! É o momento ideal pra deixar passar aquele desaforo que a mãe falou, aquele comentário absurdamente dispensável que a sogra insistiu em fazer, ou aquela pisada de bola do amigo inconveniente (Sim! Todo mundo tem algum amigo incoveninete!) . É tempo de amores e de corações limpos!

Dezembro é mês de pessoas felizes. Que não se bicam tanto, às vezes, mas que desejam, pelo menos, "um Feliz Natal e um próspero Ano-Novo". E de todo coração!

É mês de pessoas bem-humoradas, porque todo mundo crê que "será bem melhor no ano que vem"...
É mês de festas, e quem não gosta de festas????
É mês de olhar pra frente...É mês de reflexão, e de boas energias.
E ainda faz um calor de torrar no hemisferio sul!
Coisa boa...!!!!
É por essas e outras que eu adoro esta época do ano!
Pensando bem...adoro, não!
Eu AMO esta época do ano!
Saudações natalinas, portanto! E aproveitem dezembro tão bem ou melhor que eu!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Saudade daquela época!

Sempre morria de indignação quando, no meio de qualquer conversa banal, minha avó, mãe ou alguma outra pessoa um pouco mais velha do que eu vinha com o papo de que "no meu tempo era bem melhor", e "porque na minha época não era assim ruim como hoje", ou "ah, não! Isso aí hoje não tem a menor graça. Bom era na minha juventude, e só se vocês tivessem vivido o que a minha geração viveu pra saber exatamente do que eu tô falando"...

Sempre o mesmo papo (e vai dizer: quem é que nunca ouviu a mãe falar uma frase do tipo?) !
Achava o cúmulo do saudosismo barato.
Na verdade, ficava bem irritada - que mania que esse povo tem até hoje de, insistentemente, achar que nós, juventude de hoje, vivemos um verdadeiro inferno e que eles, os sabichões do pedaço, que curtiram o supra-sumo do Planeta Terra!!
Só as coisas deles que eram boas!
É feio ficar desmerecendo a "geração alheia"!




Eis que essa semana andei queimando minha língua.

Tava observando umas crianças brincarem na rua - uma turminha de idade entre 6 e 9 anos - e comecei a filosofar sobre a vida deles hoje, em relação a minha vida, quando tinha essa mesma idade.
Cada brincadeira sem graça, com uns jogos modernosos e nada educativos, infantis menos ainda, e percebi que, SIM! , no meu tempo era bem melhor! Sem comparação. A começar pelo fato de que, NO MEU TEMPO, criança aproveitava bem mais a infância, porque era bem mais criança. Todo mundo podia brincar de pique, pega-pega, alerta, polícia e ladrão, ou qualquer outra coisa do gênero no meio da rua, até porque não era tão perigoso criança correr no meio da rua. Criança também era mais inocente, não se portava como adulto e nem se metia a tratar de assunto de adulto. Criança não tinha tanta malícia e nem sabia todas as coisas sobre sexo que só os adultos podiam saber. Ser criança era bem mais divertido!

NO MEU TEMPO a Xuxa ainda era a Rainha dos Baixinhos, todo mundo ganhava Fofão e uma Caloi no Natal, e todo mundo jogava Atari (que depois acabou evoluindo pro Mega Drive que por sua vez evoluiu pro Super Nintendo e todos os joguinhos do Super Mario e Street Fighter). Bem mais massa! As crianças brincavam de pogobol e pelo menos gastavam mais calorias; não ficavam nessa "engordação" de McDonalds a torto e a direito!
NO MEU TEMPO não se ouvia falar desse tanto de velho gagá que quer pegar criancinhas - pedofilia não era uma "prática" comum e corriqueira.
NO MEU TEMPO dava pra andar mais tranquilamente a noite, e ninguém falava de sequestro relâmpago, assaltos, assassinatos, ou "tranca a porta porque é perigoso". O mundo não era assim tão violento! E nem se via tanta gente assim nas calçadas fumando maconha, crack, dormindo na rua...
E favelas? Meu Deus, como proliferaram! Não tinha tantas assim no meu tempo, não!
NO MEU TEMPO o dinheiro parece que rendia bem mais. Comprava-se pão por bem menos do que hoje, e arroz, e feijão, e gasolina, e passe de ônibus...e ainda sobrava troco pra comprar figurinhas pra completar o álbum ou, no mínimo, um saco bem cheio de bala (já tentou comprar 50 centavos de bala hoje em dia? Não dá meia dúzia!!!)!!
NO MEU TEMPO as praias era beeeeeeem mais limpas. E as ruas, e avenidas, e lagoas, e praças. Aliás, no meu tempo, parece que tinha bem mais verde no mundo. Ninguém falava em desmatamento, poluição visual, sonora, menos ainda em aquecimento global, el niños, tsunamis, furacões e desastres climáticos.
NO MEU TEMPO minha mãe não ficava falando pra eu tomar banho rápido pra cooperar com a escassez de água na Terra. Muito pelo contrário: os jatos de mangueira no verão eram liberados, e a alegria de todo mundo era encher uma piscininha de 5 mil litros quando fazia um calor de rachar!
NO MEU TEMPO tinha mais verão. E mais inverno. E mais outono e primavera, também.
NO MEU TEMPO o tempo não passava assim tão rápido, o ano durava bem mais, e nem tinha tanta gente no auge do stress, sofrendo de depressão, síndrome do pânico, bipolaridade. Aliás, o que era depressão, pânico, transtorno bipolar????
NO MEU TEMPO não tinha essa taxa absurda de desemprego. Pelo que eu me lembro, o pai de todo mundo trabalhava bastante. A mãe de todo mundo trabalhava bastante, também.
NO MEU TEMPO, também, não morria tanta gente! Dizem as estatísticas que o brasileiro hoje vive bem mais, tá passando dos 80, mas cadê essa vida toda? Quando eu era criança não me lembro de ter ido a muitos velórios e funerais - posso contar nos dedos de uma única mão! Hoje em dia tá todo mundo morrendo de graça, de tanto beber, de tanta imprudência, de tanta ignorância, de tanta falta de tolerância...E é velho é, jovem, é todo mundo!
NO MEU TEMPO não tinha essa pouca vergonha toda! Ok, ok, ok! Desde que o mundo é mundo sempre teve a turminha do "sexo, drogas e rock n´roll" (mudando o gênero da música conforme a época, claro...mas sempre teve!). Só que não era tudo escancarado na televisão, nas revistas, nos jornais, na boca de todo mundo...não tinha essa libertinagem, essa transgressão de valores, essa falta de moral...
NO MEU TEMPO as novelas eram melhores. E as revistas, também. Os jornais informavam de verdade. Programas de televisão prestavam e entretinham, em sua maioria. Lia-se bem mais, também, com certeza. E, SEGURAMENTE, não tinha tanta gente burra assim no mundo.
NO MEU TEMPO escândalos políticos eram fatos históricos, e não diários. Ah, e eles ESCANDALIZAVAM, daí o termo!
NO MEU TEMPO não tinha tanto engarrafamento, nem se demorava tanto tempo pra ir de um lugar a outro 5 km adiante. Também não me lembro de ver tanta gente estressada no volante (talvez por isso!).
NO MEU TEMPO as pessoas se respeitavam mais. Ou fingiam isso bem melhor. E os relacionamentos eram mais sinceros, acredito que até mais lúdicos e românticos (éeee, Vó...não se faz mas homem como antigamente!!!...) ...
NO MEU TEMPO, quando os direitos não eram tão iguais assim, ou quando ninguém achava que tinha muito mais direitos que obrigações, não se via todo mundo querendo passar a perna em todo mundo, como se vê hoje!
NO MEU TEMPO tinha sundae, banana split, vaca preta. Também tinha lanche da escola com Mirinda ou Minuano (que davam um banho nessas H20 destemperadas de hoje em dia!). E Chaves, Chacrinha, Caverna do Dragão, Armação Ilimitada, Serginho Malandro e Vovó Mafalda. Muito mais divertido! Tinha filme dos Trapalhões disputadíssimo nos cinemas sempre que dava dezembro. E os especiais de Natal do tio Roberto eram bem melhores. As músicas eram melhores. Os filmes eram melhores! As roupas tinham mais identidade, e as pessoas, mais personalidade. O mundo também era mais mundo. Ou, pelo menos, mais humano...


É...só posso crer que estamos nos encaminhando pro fim dos tempos! Porque só pode esse ser o fim dos tempos! Nada muito pior que isto!
E eu...pensando bem...hoje em dia, TAMBÉM sinto, realmente, muita saudade do meu tempo...!