segunda-feira, 26 de abril de 2010

Lista: 10 filmes pra chorar muito!

Dizem que filme bom é aquele que te provoca emoções fortes e que te "insere", de certa forma, dentro da história.
Pra mim, particularmente falando, a definição de uma filme bom se resume a duas coisas: a capacidade que ele tem de não me fazer dormir nos primeiros 30 minutos e o tanto de lágrima que eu solto até que cheguem os créditos finais.
Com base nisso, fiz uma lista com os 10 filmes que mais me fizeram chorar desde que eu me conheço por gente.
Tudo bem que a vida de todo mundo já está cheia de sofrimentos, cada um com seu "inferninho" particular, mas é muito bom chorar. E se envolver, acima de tudo.
Por isso que estes valem muito a pena!
Cada um com um enredo bem diferenciado, merecem ser assistidos, ou reassistidos...até pra que se debatam outras coisas - subtemas, de extrema importância.
Confiram, que eu garanto!
Ah...Boa diversão e muito choro pra todo mundo!


1. O menino do pijama listrado
(The Boy in the Stripped Pyjamas, 2008, 94 min, drama. Dir.: Mark Herman. Com Asa Butterfield , Zac Mattoon O'Brien , Domonkos Németh e Vera Farmiga).
Sinopse - Alemanha, 2ª Guerra Mundial. É um filme sobre o Holocausto, mas não apenas. Retrata um lado nunca antes explorado em nenhuma outra obra que fala sobre guerras e tragédias. Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, é filho de um oficial nazista que assume um cargo em um campo de concentração. Por questões da eclosão da guerra, a família de Bruno tem que deixar Berlim e se deslocar a uma região afastada onde, além da falta do que fazer, a própria condição do conflito impossibilita um contato com o meio externo. Ao explorar o local quase "inexplorável", ele conhece Shmuel (Jack Scanlon), um garoto aproximadamente de sua idade que sempre está com um pijama listrado e do outro lado de uma cerca eletrificada. Bruno passa a visitá-lo frequentemente, e surge entre eles uma amizade surpreendente.
Não se tem, aqui, uma história clássica de guerra, com bandidos e mocinhos. Toda a "situação caótica " já é inusitadamente bem retratada, porque é vista pelos olhos de duas crianças (que, aliás, desenvolvem uma atuação sensacional de estréia! Os dois atores mirins estão fantásticos e impecáveis! Fiquei apaixonada por eles!). Então, ao mesmo tempo em que as cenas, e todo o enredo, causam sensação de ojeriza e de horror por tudo o que aconteceu nesse período, há uma ingenuidade e uma leveza por trás que dão o toque único pra este filme. É uma linda história de pureza, de inocência...e que não deixa de ser verossímil, no entanto. O final é tristeeeeee, que só vendo, e traz várias reflexões sérias e bem colocadas à mente. Sem dúvida, o que mais me emocionou nos últimos tempos!

2. À espera de um milagre
(The Green Mile, 1999, 188 min., Drama. Dir.: Frank Darabont. Com Tom Hanks, James Cromwell, Michael Clarke Duncan, Bonnie Hunt e David Morse)
Sinopse - A história é baseada no romance de Stephen King, que leva o mesmo do filme em inglês, e se passa em 1935. O cenário é o corredor da morte de uma prisão sulista americana. Paul Edgecomb (Tom Hanks) é o chefe de guarda da prisão, que tem John Coffey (Michael Clarke Duncan), acusado de estuprar e matar menininhas, como um de seus prisioneiros. Aos poucos, desenvolve-se entre eles uma relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso.
É um filme super longo (3 horas de duração), mas em momento algum a atenção é desviada para alguma outra coisa. Tinha tudo pra ser sombrio e pesado, já que se trata de prisão, crime, investigação (e por vezes o cenário é sempre o mesmo!) porém a história é contada com uma sutileza ímpar. Desperta uma coisa muito interessante em cada telespectador: a compaixão. Não tem como não se apaixonar pelo prisioneiro John Coffey e não torcer para que, por um milagre - e só por um milagre - ele escape da sentença de morte. Tom Hanks, como sempre, está fantástico! O fim do filme é divino, super tocante e, pelo conjunto da obra, vale a pena assistir a A espera de um milagre bem mais de uma vez! Na minha opinião, é peça de colecionador!

3. Em busca da Terra do nunca (Finding Neverland, 2004, 106 min., drama. Dir.: Marc Foster. Com Johnny Depp, Kate Winslet, Dustin Hoffman e Fredie Highman)Sinopse - J.M. Barrie (Johnny Depp) é um bem-sucedido autor de peças teatrais, que passa por uma péssima fase, já que seu último trabalho não teve boa aceitação por parte do público. Tentando superar as críticas, ele precisa de uma nova e fantástica inspiração, e a encontra ao fazer suas caminhadas pelos jardins Kensington, em Londres. É lá que ele conhece a família Davies, formada por Sylvia (Kate Winslet), uma viúva com seus quatro filhos. Barrie logo se torna amigo da família, ensinando às crianças alguns truques e criando histórias fantásticas para eles, envolvendo castelos, reis, piratas, vaqueiros e naufrágios. Inspirado por esta convivência, Barrie cria seu trabalho de maior sucesso: Peter Pan.
A história deste filme é baseada na verídica do autor do Peter Pan, e em como ele criou este clássico da literatura. Claro que, na versão dos cinemas, muito mais cheia de alegorias. Nem preciso dizer que Johnny Depp está perfeito, porque na minha opinião ele é o ator mais impecável para papéis "realidade X fantasia", "bizarrices teatrais", "personagens incomuns". O menino que faz o papel de Peter Pan (Highmore) é extremamente talentoso e rouba o filme em diversas cenas.
É um filme sensível, que fala sobre o poder da imaginação, da eternização do infantil, do amor e do cuidado. O final é sensacional de tão triste, e carinhosamente bem contado. Imperdível!

4. Marley e eu
(Marley and me, 2008, 120 min., comédia dramática. Dir.: David Frankel. Com Owen Wilson e Jennifer Aniston)
Sinopse - John (Owen Wilson) e Jennifer Grogan (Jennifer Aniston) casaram-se recentemente. Os dois escrevem para jornais concorrentes, trabalham pesado e enfrentam os desafios de uma nova vida a dois. Indeciso sobre sua capacidade em ser pai, John busca o conselho de seu colega Sebastian (Eric Dane), que sugere que compre um cachorro para a esposa. John aceita a sugestão e adota Marley, um labrador amável de 5 kg, que logo se transforma enum grande caos de 45 kg. O cachorro, que é o protagonista do filme, é um verdadeiro estorvo, vira a vida deles de cabeça pra baixo, e chega até a criar conflitos sérios no casamento. Mas o filme acompanha a trajetória de Marley e a forma como ele muda a vida de toda uma família.
Histórias com bichos são sempre cativantes, e esta se supera. Não sei se porque esperava muito menos (só assisti pelos inúmeros comentários, pra não me sentir "tão por fora"), mas impossível não se envolver. Dá vontade de arrancar o Marley das telas e levar pra casa! Quem tem cachorro, chora até não poder mais! Depois fiquei pensando: que coisa mais cruel! Como é que alguém tem coragem de fazer um filme triste com cachorros??? Mas é lindo! E porque é triste é que se torna especial e verdadeiro! É uma história de amor e de apego, nada racional e nada convencional, mas lindíssima mesmo assim.

5 .Homem de honra
(Man of honor , 2000, 128 min., drama. Dir. : George Tillman Jr. Com Robert De Niro, Cuba Gooding Jr. e Charlize Theron)
Sinopse - No enredo, Carl Brashear (Cuba Gooding Jr.) representa um jovem negro, vindo de família humilde que sonha em se tornar mergulhador da Marinha americana. Para concretizar seu sonho, no entanto, Carl tem que enfrentar, além de seus próprios limites físicos, todo o preconceito que dominava a América em meados dos anos 40 - só se admitiam negros e mestiços em subempregos, ainda assim condições de trabalho precárias e quase escravas. Carl, então, precisa se submeter a isso para atingir seu principal objetivo e entrar para a escola oficial de mergulhadores. Lá cruza com o comandante Billy Sunday (Robert De Niro), um instrutor de mergulho severo e despótico que faz de tudo para frustrar as ambições de Carl. Mas a ousadia e a perseverança do jovem chamam a atenção de Sunday, e os dois desenvolvem uma amizade fantástica, que supera preconceitos, hierarquias e diferenças. Baseado numa história real, é um filme que deixa claro onde a determinação pode levar uma pessoa e retrata emocionantemente temas como admiração e respeito mútuo. Robert De Niro está magistral em sua atuação e desperta as sensações, ora de aspereza, ora de entusiasmo e incentivo, muitíssimo bem! É um filme que te faz pensar longe, em desafios, em mudanças. Em superar o cômodo e o normal. E, sinceramente, não existem sonhos impossíveis - essa que é a mais pura verdade.

6. Menina de Ouro
(Million Dollar Baby, 2004, 137 min., drama. Dir.: Clint Eastwood. Com Clint Eastwood, Hilary Swank e Morgan Freeman)
Sinopse - Frankie Dunn (Clint Eastwood) era boxeador e, mais tarde, tornou-se agenciador dos melhores atletas da categoria. Como profissional dos ringues, ele é bem sucedido e reconhecido, mas sua vida pessoal definha aos poucos. A filha de Frankie se afastou da vida dele, ele não tem família, e no seu círculo de relacionamentos só restou Scrap (Morgan Freeman), seu único amigo. É quando surge Maggie Fitzgerald (Hilary Swank), uma jovem garçonete, pobre e caipira, e pede para ser treinada. Frankie se recusa a treiná-la, por não achar que mulheres possam ser hábeis o suficiente pra se tornarem boxeadoras campeãs, e por considerá-la velha demais pra uma carreira esportiva. Apesar da negativa de Frankie, Maggie decide treinar diariamente, e recebe todo o apoio de Scrap. A partir daí nasce um relacionamento paternal fantástico entre ela e o seu treinador, num enredo que mostra o que a superação e o incentivo podem fazer na vida de qualquer pessoa.
Sem questionamentos, o melhor filme dirigido por Eastwood. A atuação dele também é sensacional. Toda a história é narrada pela personagem de Morgan Freeman, que tem talento peculiar pra dar o nível necessário de leveza pra qualquer obra dramática. Hilary Swank, que passou 5 meses se preparando fisicamente só pra encarar esse papel, merecia ter ganhado o Oscar como melhor atriz. O roteiro é cuidadosamente bem desencadeado, e flui com ritmo. O filme, dentre outras coisas extremamente interessantes, homenageia as mulheres e o entusiasmo descomunal que existe em cada uma delas. Traz ainda, de forma tocante, várias temáticas como religiosidade e fragilidades, enfocando que cada um é realmente responsável pelo seu próprio destino.

7. Lendas da Paixão
(Legends of the fall, 1994, 125 min., drama. Dir.: Edward Zwick. Com Brad Pitt, Anthony Hopkins e Julia Ormond)
Sinopse - Três irmãos, três destinos. Alfred (Aidan Quinn) - o reservado, o caçula Samuel (Henry Thomas) - o protegido, e o do meio, Tristan (Brad Pitt) - o aventureiro deles. Ao trazer de volta para o rancho do pai (Anthony Hopkins) uma bela jovem (Julia Ormond), Samuel inicia um conflito de paixões que pode terminar em tragédia para sua família.
É um filme romântico M-E-S-M-O, abordando temas como paixão, amor, perdão, reconciliação!!! Na minha opinião, uma das melhores atuações de Brad Pitt (Na verdade, a que me despertou a característica dele de excelente ator, e não apenas a de galã de Hollywood). O filme levou a estatueta de melhor fotografia, e foi muito merecido. Todo o cenário é sensacional e construção das cenas é impecável.

8. Lendas da Vida
(The legend of Bagger Vance, 2000, 127 mim., drama. Dir.: Robert Redford. Com Matt Damon, Will Smith e Charlize Theron)
Sinopse - Rannulph Junnah (Matt Damon) tem tudo o que precisa para ser feliz: é o melhor golfista de Savannah, tem dinheiro, uma vida social invejável, e sua futura esposa, Adele Invergordon (Charlize Theron) é dona de uma beleza estoanteante e herdeira das mais ricas terras da região. Eis que Rannulph é convocado para a 1ª Guerra Mundial e sua vida despenca depois de então. Cheiro de traumas, sem autoestima e sem dinheiro, ele se entrega ao álcool e a um mundo de depressão e derrotas. Por uma ocasião do destino, Rannulph precisa voltar aos campos de golfe, mas já não tem habilidade, sequer força de vontade pra tanto. É onde entra o fantástico Bagger Vance (Will Smith), que se oferece para ajudar Junnah a recuperar seu verdadeiro balanço e habilidade no esporte.
O filme tinha tudo para ser comum: o roteiro é clichê, o final é bem óbvio e, apesar de muito boas, as atuações não chegam ao nível de sensacionais. Mas o diretor consegue dar um enfoque completamente diferente e transforma uma história simples, em marcante e genuína. Impossível não assistir a Lendas da Vida sem ganhar uma injeção extra de autoestima e de coragem, e sem derramar, meia lágrima, que seja, nas cenas finais!

9. Lilo e Stitch, o filme
(Lilo e Stitch, 2002, 85 min., animação. Dir.: Dean Deblois e Chris Sanders. Nas vozes de Daveigh Chase , Tia Carrere, Kevin McDonald e Chris Sanders)
Sinopse - Lilo (Daveigh Chase) é uma pequena garota havaiana de 5 anos, que ama a natureza e vive com sua irmã Nani (Tia Carrere). Lilo coleta lixo reciclável nas praias para, com o dinheiro recebido, comprar comida para peixes e nadar até o alto-mar para alimentá-los. Até que, num belo dia, ela encontra um "cachorro" perambulando na areia e decide adotá-lo. Este novo bichinho de estimação é Stitch (Chris Sanders), um ser alienígena que é um dos criminosos mais perigosos da galáxia. Stitch foi preso em um planeta distante pela polícia interplanetária, mas ao ser encaminhado para um planeta-prisão consegue escapar, caindo acidentalmente na Terra. Agora, para fugir da polícia que ainda o persegue, Stitch decide se fazer passar por um cachorro comum. Com o tempo, nasce uma relação de amizade e de amor entre eles fantástica, que precisará ser abalada quando Stitch tiver que voltar ao seu planeta de origem.
Pra começo de conversa, a Lilo é uma fofa! E é fã do Elvis, o que achei a coisa mais engraçadinha do mundo! O Stitch é uma praga que regenera, por amar demais a sua "dona". Muito embora o filme tenha sido bem aclamado pela crítica, recebeu vários comentários negativos por ser feito para crianças, mas trazendo uma personagem rebelde (Lilo) e outra (Stitch) com traços levemente maquiavélicos. Mas a malícia, na minha opinião, está nos olhos de quem a vê - pra quem é puro, tudo é puro! É EXTREMAMENTE infantil e traz, sim, vários pontos super educativos: a questão do amor a natureza e aos animais, a obediência, e a abolição de preconceitos de qualquer espécie. A Lilo é capaz de amar verdadeira e incondicionalmente "alguém" que é completamente diferente de tudo o que ela já viu na vida! Impossível não chorar quando ela precisa resgatar seu "cachorrinho". Genial e super diferente de todas as animações que já vi!


10. Doce novembro
(Sweet November, 2001, 119 min., romance. Dir.: Pat o´Connor. Com Keanu Reeves e Charlize Theron)
Sinopse - Nelson Moss (Keanu Reeves) é um atarefado executivo que só pensa em seu trabalho, vive em função dele e não faz a menor idéia do que é amar e é ser amado por alguém. Até que conhece Sara Deever (Charlize Theron - aqui, sim, no papel de protagonista), com uma personalidade extremamente passional - o total oposto dele - que acaba trazendo de volta o romantismo para sua vida. Ela o convence a passarem um mês juntos, para quem ambos possam consertar seus problemas emocionais e equilibrarem suas vidas. Eles vivem uma linda e intensa história de amor, no mais doce mês de novembro de ambos.
(Já deu pra ver que sou fã da Charlize!) Além do atrativo estético, já que os dois atores são lindos e estão fantásticos neste filme (a locação é a cidade de São Francisco, o que deixa tudo ainda mais visualmente perfeito!), tem uma triste história por trás de todo o romance: o tal do amor impossível, ou inadequado, ou "de hora errada". O final do filme é doloroso que só vendo, e foge do convencionalismo "vidas perfeitas, finais perfeitos" da quase totalidade das histórias românticas. Por outro lado, não deixa de ter o grande atrativo do gênero "água-com-açúcar": o amor que é lindo, incondicional, e suspirante enquanto dura.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Poderes divinos X escolhas humanas

Ócio de feriado faz coisa!
Ócio de feriado que começa com chuva, então...!

Estava ontem num papo-cabeça com a minha mãe, que nos levou pra beeeeeeeeem longe, permeando vários outros sub-assuntos e trazendo várias reflexões sérias a tona.

Uma pergunta quase cósmica surgiu: o que, de fato, acontece porque tinha que acontecer, e o que acontece porque nós escolhemos que acontecesse?

O que é destino e o que é escolha???

É uma OU outra coisa?? São as duas???
Ou nenhuma delas????

Situações da vida sem resposta, praticamente!

Se eu for desenvolver o assunto, pelo menos da forma como desenvolvemos eu e a minha mãe, terei texto pro blog até 2027. Ou justificativas suficientes pra tese e pesquisa científica-religiosa que vai render alguns bons exemplares.

Só vou pincelar o que foi comentado, então.

Começo explicando-me um pouco melhor:
Eu, hoje e mais do que nunca, acredito que existe um dedo divino em tudo o que nós fazemos (pra alguns mais afastados espiritualmente, talvez até um dedo diabólico, mas isso não vem ao caso!), naquilo que somos e naquilo em que nos tornamos. Porque creio completamente no poder de Deus, no plano Dele pra cada um de nós, na Sua Palavra...e essa minha crença vem por buscar a Deus mais frequentemente, por procurar alimentar o meu espírito e minha mente com coisas que vem de Deus...pela fé, principalmente. Entre outras coisas.
Mas quero dizer que creio absolutamente em Deus, penso que não cai uma árvore do pé se não for da vontade Dele.

E isso não é porque eu ando bitolada demais, não. Mesmo os que não acreditam em NADA (e eu conheço algumas pessoas, tenho alguns amigos que não crêem em Deus, em absolutamente NADA!) vez ou outra são flagrados comentando que "tudo acontece por um propósito, nada acontece por acaso".
Mesmo indiretamente, ou mesmo sem perceber, quase todo mundo acredita que existe algo ou alguma coisa por trás de tudo o que acontece.

Basta reparar: TODO MUNDO, pelo menos uma vez na vida, solta a frase "o que tiver de ser, será".

Bom...isso quer dizer que, conclusão 1:
Para crentes ou discrentes, existe, sim, alguma coisa muito maior. Que faz com que tudo aconteça.

MAS, também para crentes, e igualmente para discrentes, existe uma oportunidade pessoal de escolha. Um livre-arbítrio. Algumas coisas que acontecem porque nós, em nossas faculdades, e ocasiões, e desejos, e acertos, e erros, assim quisemos que fosse.

Já li várias divergências doutrinárias a respeito, mas até na Bíblia está escrito que Deus não influencia na capacidade de escolha das pessoas.

E é aí que vem a complexidade de tudo: Eu sou o que sou, penso o que penso, trabalho onde trabalho por um propósito de Deus, ou também por que eu escolhi??
Será que se eu optasse por fazer Arquitetura, por exemplo, em vez de ter feito o que fiz, teria eu sido bem sucedida? Mesmo sem uma aptidão nata pra coisa??? Aliás, como seria a minha vida, caso escolhesse pra mim um outro rumo profissional?
Será que se eu tivesse optado por continuar meu relacionamento com uma paixãozinha antiga aí, será que teria dado certo? Ou não aconteceu porque não tinha que acontecer???
Será que eu moro hoje onde eu moro porque eu quero??? Eu poderia morar sozinha! Ou em outra cidade, outro país!!!
O que eu tomo por prioridade de vida é escolha minha? Ou predestinação?
As atividades do meu dia são assim, hoje, porque eu desejei desta forma??
As minhas amizades, as coisas que eu vejo, os lugares que eu frequento, tudo o que eu sinto...são escolhas ou não?? O que eu procuro aprender, ou desaprender...escolha, também??
Poderia ter insistido mais em algumas coisas, talvez...?
Desistido de outras, quem sabe?
Formaturas, cursos, casamentos, filhos, mudanças, rupturas...são nossos, de nossa opção, até que ponto?

Que doido, né? Posso pegar minhas coisas agora e me mudar de cidade. Posso sair do meu trabalho hoje. Posso terminar um relacionamento hoje. Começar um relacionamento hoje.

Ou não!

Muito complexo entender ou sequer pensar sobre tudo isso. Se alguém diz que tudo é Deus, pode correr o risco de se render à preguiça, ao comodismo, ou ao fato de simplesmente não fazer nada, não projetar nada, nem correr atrás. Porque o que vai acontecer, vai acontecer, e o que não vai acontecer de jeito nenhum não vai acontecer e pronto. Assim, óbvio!
Mas se alguém diz que tudo é escolha, acaba invalidando o poder de Deus.

E aí, como fica?

Só pra acabar o que falamos, eu e minha mãe, e não enrolar por parágrafos a fio, o mais difícil é identificar quando entra a nossa parte de fazer ou deixar de fazer alguma coisa. É uma linha tênue demais entre escolher na hora certa, e deixar que Deus escolha, talvez sempre. Implica em renúncias, submissão, responsabilidade...em sabedoria e discernimento. E mais um monte de coisa, que só vivendo, mesmo, pra aprender.
Às vezes dá até um medinho, mesmo quando existe confiança demais em tudo o que acontece: aquela coisa de "Será que estou no caminho certo? Será que é isso que Deus tem pra mim?"

Da minha parte, preciso mesmo de uma luz de Deus. Sempre.
Pra ser bem direcionada em minhas escolhas e em minhas renúncias. E assim desejo a todos os que conheço, de todo o coração. Que haja, sim, o dedo de Deus em tudo e em todos.
Porque, alguns mistérios, algumas revelações, talvez morramos todos sem entender...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Solidariedade canina

Todo mundo entende um pouco porque cães são considerados os animais mais fiéis e amigos. Muita gente viu (um dos vídeos recentes mais assistidos do youtube!) aquele cachorrinho herói que arriscou a própria vida pra salvar um outro cachorrinho acidentado numa rodovia no Chile (foi lindo, aquilo!). Ou outros episódios do tipo envolvendo cães, como este que posto agora:


Da minha parte, assisti a algo "caninamente" inédito essa semana, ao vivo e a cores, e preciso compartilhar!

Tava voltando pra casa a noite, dirigindo numa via rápida, quando um cachorrinho parado no acostamento chamou minha atenção de longe. Como não era horário de movimento, estávamos praticamente só eu e o asfalto, e uma música de fundo mais ou menos alta (novas!) pra embalar minha solidão no volante.

Andei quase meio quilômetro (pelo meu senso de distância feminino!) só de olho no cachorro, querendo saber se ele tava morto, ou se tava vivo e prestes a se jogar na frente do meu carro (reparei no bicho por muitos metros, o que prova que eu não dirijo distraída e percebo tudo o que acontece ao meu redor sempre que viro pilota!). Como tenho pavor de bicho atropelado, e nunca quero ser cruel, nem sem querer, de matar uma coisinha dessas, diminuí bastante a minha velocidade e meu acautelei de prováveis tragédias.

Quando passei exatamente do lado da cena, vi que não era apenas um cachorro. Eram três! Um segundo tava deitado e um terceiro, menorzinho um pouco, meio que escondido atrás daquele que tinha reparado primeiro.
Não sei a razão, mas fiquei curiosa pra saber do que se tratava aquela reunião canina. Entrei na marginal e fiz o retorno, só pra passar novamente e mais de perto, e ver o que estava acontecendo. Do jeito que sou mole, até pensei em catar todos e levar pra casa, caso fosse algo muito terrível.

Juro que não me acreditei no que vi: o cachorrinho deitado tava MORTO, tinha sido atropelado (ainda não tava com o corpo completamente enrijecido, mas dava de constatar porque ele era sangue puro!), e os outros dois estavam "velando" o coitado!
EU PRESENCIEI UM VELÓRIO CANINO!!!

Precisei passar pelo lugar uma terceira vez pra me certificar de que eu não tava ficando louca e tinha visto direito: era mesmo um velório canino!

Foi uma das cenas mais lindas que já vi! Os dois cachorros estavam ao redor do morto, com o rostinho baixo, e não é exagero da minha parte dizer que eles tavam com carinha de tristeza, mesmo (quem tem cachorro sabe que cachorro fica com cara triste! Cara de manha, de solidão...essas coisas!).
O maiorzinho arrastava a patinha na grama, meio que tentando acordar o morto, ou num gesto de inconformidade, vai saber como são sentimentos de cachorros...

Foi muito real, muito verdadeiro e muito...HUMANO tudo o que pude reparar naqueles poucos segundos! Pareciam pessoas, e eu senti a tristeza de um velório de gente, mesmo! Bateu o pesar, como se eu tivesse perdido algum amigo ou conhecido...

Voltei pra casa, os 2km restantes, com lágrima no olho de escorrer sem que eu precisasse fechar o olho! Que dó que me deu! Tadinhos!

Eu tava tão sentimentalmente abalada, que abri a porta e abracei meu cachorro bem forte, que correspondeu carinhosamente com várias lambidas no meu choro...já sabendo, com certeza, que eu estava triste!

Juro que naquele instante eu quis ser um cachorro...