quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Saudade...

Hoje acordei doendo muito.

De saudade...

Talvez tenha sido TPM das bravas, mas acho que era só saudade, mesmo.

Nunca vi coisa pra tocar lá no fundo, a tal da saudade!

Saudades quase sempre machucam e nos levam às lágrimas.

Lembranças é que são boas.
E percebi tudo isso hoje!

Lembro-me com carinho das brincadeiras bobinhas de infância, dos churrascos de domingo, do tempo do colégio, das aulas e ensaios intermináveis e sofridos de ballet...Lembro-me dos meus antigos amores - muitos deles bem platônicos -, das festas da faculdade, do cheiro eterno de protetor solar no mês de janeiro...Lembro-me do meu pai me buscando no colégio, de esperar pelo almoço fantástico da minha mãe, do cheiro de mato das trilhas que fazíamos na férias, de escrever diários e ler revistas de adolescente...Lembro-me das ceias de Natal e de esperar ansiosa pelos presentes que eu já sabia que não eram de Noel, de comprar material escolar pro novo ano letivo, de encapar meus cadernos e costurar minhas sapatilhas...Lembro-me das festinhas americanas com refri e coxinha, de quando comprei meu primeiro sutiã, de quando pintei meu cabelo pela primeira vez, das sessões de cinema em grupo de 15 ou 20, no mínimo...Lembro-me de ir pra praia em ônibus lotado, das festas juninas lá em casa com fogueira de 3 metros, de todos os meus aniversários, de todos os meus amigos - alguns que nem fazem mais parte da minha vida...

Muito bom! Lembrar de cada imagem, de cada pessoa, de cada cheiro, de cada gosto...tudo isso remete a uma tarde chuvosa de domingo, ou qualquer coisa parecida, e faz um bem pra alma que só vendo!

O ruim é quando bate a saudade...Porque saudade é sentir falta do que foi e nunca mais vai voltar. E essa sensação realmente dói.

Então saudade é lembrança?

Olha...lembranças (as minhas, pelo menos) acabam arrancando um sorrisinho gostoso nos lábios.

O que imagino ser a diferença número 1.

Lembrança é a recordação de alguma coisa que, de fato, não vai mais voltar, mas por um motivo óbvio e bastante natural - simplesmente as pessoas envelhecem e o colégio passa, os namoricos passam, várias coisas passam.

Saudade é de alguma coisa que nos foi tirada. Ou roubada. Ou perdida. Ou todas essas coisas juntas.

Hoje senti saudade das pessoas que eu perdi, dos amigos que sumiram e de quem nunca mais tive notícia, das pessoas queridas que se foram...Senti uma saudade imensa da ingenuidade que eu tinha quando era criança e passei a tarde inteira me lamentando por crescer e ver o mundo de forma mais cruel...Senti saudade dos abraços que nunca mais ganhei, dos beijinhos carinhosos na testa que nunca mais beijei, dos amores que eu nunca mais pude amar...

E chorei muito.

Como em pouquíssimas outras vezes...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Um pouco de Clarice

"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto (...) das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
(...)
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR! "
(Clarice Lispector)
Texto lindo!
Se eu tivesse que escrever alguma coisa por hoje, teria sido Clarice por pelo menos uma noite.
Não, não peço desculpas! Nem por não ter tido imaginação maior. Menos ainda por não admitir que talvez tenha sido falta de alguma outra criação decente do meu cérebro. Ou de, pelo menos, qualquer criação do meu cérebro.
Mas com minhas próprias palavras, pelo menos agora, talvez não pudesse me descrever melhor .
Isso é muito EU.
E, ao mesmo tempo, é muito TODO MUNDO...
O "nós" e as "nossas contradições".
O "nós" e o que nos é "extremamente peculiar".
(Ou "extremamente comum", vai saber...)
Por hoje, então, é só isso.
E isso, no momento, É SIMPLESMENTE TUDO...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

"Inimigo" secreto

Sei que vai soar extremamente antissocial o que vou escrever agora, mas preciso desabafar: amigo secreto de fim de ano é uma coisa que às vezes (quase sempre!) estressa!

Ok, super legal! E divertido. Ou deveria ser.

Não existe uma pessoa que não participe de pelo menos um! E, tá...é meio que indispensável durante este período do ano, de forma que, quando não tem, parece que as festas passaram em branco...

E as intenções de um amigo secreto até são as melhores: tem o lado bacana de se presentear alguém por toda essa coisa de Natal, mas sem que seja preciso comprar presente PRA VÁRIAS PESSOAS - ou seja, é uma solução bem econômica, no fim das contas. É um "evento socializador", porque faz com que todo mundo tenha um motivo pra se reunir antes ou durante o Natal. É engraçado, quase sempre, porque das reuniões sempre saem histórias divertidas, e em toda turma seeeeempre tem aquele com apelo cômico que diverte a maioria, sempre tem surpresas e gracinhas na revelação/entrega dos presentes e tal.
Maaaaas, porém, todavia, contudo... amigo secreto, NA PRÁTICA, é motivo de dor de cabeça. Ou significa "fria na certa".

Explico melhor.

Acho que todo mundo conhece alguém que só se dá mal em amigo secreto, né? Desses que dão de presente a maior caixa da noite, e recebem um chaveirinho de consolo...

Então...tenho uma amiga que é hors concours em furadas na revelação do amigo. Dos três em que participamos juntas, vi a coitada quase voltar chorando pra casa em todos eles. No primeiro ano, ela ganhou um presente que, certamente já tinha sido ganhado (sabe esses que a gente vê que a pessoa ganhou do vizinho, não gostou e passou adiante? Pois é...tadinha!). No segundo ano, ela não ganhou, porque justo a pessoa que saiu com ela teve um problema sério de intoxicação alimentar e ficou internada 2 dias num hospital. Acredito eu que ela nem chegou a ver a cor do presente, mesmo depois disso...Nesse último, ela apareceu com a caixa de presente mais elaborada da noite e ganhou um kit com 2 sabonetes pintados. Quem quer ganhar sabonete de presente de Natal, conta aí?

Essa minha amiga azarada é um exemplo vivo de que amigo secreto é a furada do ano...

O triste é que ela não é um caso isolado...Quem nunca foi vítima de nenhuma tragédia dessas??? Ou pelo menos, parecida???

Pegar o chefe, por exemplo...
É horrível!
A pior (ou quase pior!) de todas as hipóteses!!!
Já me aconteceu isso... Não dá pra saber o que exatamente que vai agradar - se for uma coisa muito cara vai soar como puxação de saco, e se for simples demais pega feio demais...Afinal de contas, chefes tem um poderio todo especial. Não tem como, então: o presente do chefe acaba sendo o mais caro de todos, e azar de quem pegou! E pergunta se a gente recebe, pelo menos, o valor equivalente como presente...
Ruim, hein!

Sair com alguém com quem a gente não tem tanta intimidade assim também é horrível. Primeiro que nem tem tanta graça assim escolher o presente. Sim, porque quando é alguém que a gente gosta pra valer, até perde um certo tempo na escolha do mimo, pensa com carinho no que a pessoa gostaria de ganhar, tenta fazer uma surpresa extra, toda essa coisa. E segundo que, inevitavelmente, não se sabe o que comprar, porque a afinidade é zero, e daí onde começa todo um estresse pra escolha do presente e tudo o mais. E terceiro que é mau, né...por mais que o objetivo seja apenas "participar" ( quem discorda de mim e nunca disse "eu me peguei, todo mundo devolve os papeizinhos" porque pegou alguem mauzinho, que atire a primeira pedra!!) ...

Apesar de que, vendo pelo lado contrário, pegar alguém que a gente conhece bem demais não é a melhor coisa do universo "amigo-secretos". Também é péssimo. É igualmente complicado pra comprar presente, porque sempre dá a impressão de que tá simples demais, eesa coisa do "não, isso aqui não é exatamente a cara dessa pessoa, não vai ser um presente especial se eu der isto", e o resultado é triste na certa. Sem contar que a pessoa pode ser íntima demais e franca demais pra dizer que realmente não gostou e que vai trocar. Ou você descobrir depois que a pessoa trocou e morrer de raiva por conta disso (se bem que eu acho que morrer de raiva por conta disso é bem coisa de mulher! Homem não tá muito aí pra isso, não...) .

Comigo também já aconteceu uma coisa levemente desagradável. A pessoa que saiu comigo simplesmente tinha se esquecido quem tinha pegado (Como que alguém vai esquecer de uma pessoa simpática como eu, fala pra mim????). Claro que a pessoa não admitiu, sequer tocou no assunto, mas foi nítido e todo mundo percebeu. Essa pessoa foi ficando com uma cara apreensiva durante toda a revelação, porque se chegasse a vez dela não ia saber como descrever o amigo. Óbvio. A sorte (dessa pessoa!) foi que acabei ficando por último, mesmo, e a gafe até passou meio que sem maiores destaques. Lembro que quando abri o presente, era algo extremamente impessoal e unissex (lembrei, agora: era uma caneta!). Todo mundo ir recebendo presente e você a ver navios já é uma coisa meio chata; ficar por último, abrir na maior expectativa achando que tá recebendo o prêmio da megasena acumulada pra compensar a demora, e ganhar uma CANETA, digo pra vocês: é muito pior!

Triste é a cara de feliz que a gente tem que fingir em situações como essa...

Claro que essas reclamações todas não são em função do presente em si. Do que ele é ou deixou de ser. Acho super sem graça quando fazem lista - e geralmente com uma ou 2 opções só! - e a gente já sabe o que vai ganhar. Olha que antiesportivo! Onde fica o espírito da brincadeira??
(Se bem que não sei o que é pior: fazer lista e já saber o que vai ganhar, como se fosse uma grande surpresa OU não falar nada, pra ser etiquetamente muito correto e receber algo completamente desnecessário!).

Acho, de verdade, que por essas e outras razões deveria ter um "manual do amigo secreto". Com certas regras de conduta que elevariam o nível da brincadeira. Tipo...Ninguém poderia contar pra ninguém quem pegou (o que mais tem é estraga-prazeres, por isso!), sob pena de multa de um presente extra pra cada participante. Ninguém poderia comprar nada muito aquém, nem muito além do valor estipulado, sob pena de exclusão e banimento da festinha. Ninguém poderia enrolar demais, nem enrolar de menos na revelação, porque é o cúmulo do incoveniente. Ninguém deveria esquecer o presente em casa, porque É O MÍNIMO, né...

Certa tava uma conhecida minha, que anos atrás aí, comprou o melhor presente de todos - ela tinha se pegado de propósito, não quis contar pra ninguém e resolveu presentear a si própria com o que ela mais tava desejando...Criativíssima e certíssima ela, vai dizer...Todo ano falo que vou fazer isso e sempre esqueço!
Mas deixa eu parar de falar mal.
Até porque este ano eu saí com uma pessoa que eu amo de verdade.
Juro!
Melhor amigo secreto de todos de que participei...!
(Pelo menos por enquanto...Ninguém revelou nada, ainda não teve perrengue! Depois da semana que vem, conto pra vocês!)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Saudações natalinas!

Adoro esta época do ano!

E acredito que todo mundo espera pelo Natal e pelas festinhas de fim de ano ansiosamente durantes todos os 11 meses anteriores...Ou, pelo menos, durante os 3 últimos.

Tudo bem que em mês de dezembro não tem um individuozinho sequer que não esteja atarefado demais. Acúmulo de trabalho, correria pra entrega de várias coisas que precisam ficar prontas antes que todo mundo desapareça depois da semana do Natal, cansaço do ano inteiro acumulado...ninguém aguenta mais ver a cara de ninguém, o mundo inteiro quer tirar férias e já projetar o próximo ano (que nem começou!), 15 entre 10 pessoas dão uma de Papai Noel e ficam o saco cheio de tudo que está pra acabar, mas que não acabou ainda...

Dezembro é isso mesmo!
Mas tem seu lado fantástico!

Dezembro devia ser tido oficialmente como o mês da amizade e da cordialidade. É uma época propícia para reatar laços e estreitar relações sociais de qualquer ordem. Tipo...muita gente fica sem se ver o ANO INTEIRO, talvez até bem mais que isso, mas chega perto do Natal, todo mundo quer comemorar qualquer coisa junto. Quer se "rever". Começam a aparecer vários encontros: encontro da turma do primeiro grau do colégio, encontro da turma do segundo grau, encontro de ex-vizinhos, de ex-super amigos, de ex-"jogava-bola-comigo" ou ex-"dançava-ballet-na-minha-época", do pessoal do escritório, dos primos que não se viam há anos, do pessoal da academia, dos amigos dos amigos, da parentada sem fim...é encontro que não acaba mais! Quase todo dia tem um almoço, café ou jantar, o que dá uma movimentada significativa na vida social até do mais tímido dos seres!
Dezembro também é o mês da solidariedade. Sempre se quer fazer alguma coisa boa por alguém. E ainda começam a aparecer aquelas campanhas do "faça feliz o Natal de uma criança", "adote uma árvore", "doe um brinquedo", vai dando uma peninha de quem realmente não tem condições de ter um Natal um pouco mais farto, começam a aparecer imagens de crianças necessitadas na televisão, uma vontade de chorar...Daí que a gente percebe que, realmente, não custa nada ajudar e coloborar. Entrar mesmo no espírito natalino da coisa! Quase ninguém fez nada NUNCA, não doou uma bala pra ninguém, e nem um sorriso sequer pra nenhum velhinho, mas fim de ano todo mundo quer dar pannetone pra todo mundo! E mostrar que é solidário com a ceia de Natal alheia.
Dezembro, ainda, e pro bem comum da humanidade, é o mês da prosperidade. Já viu que todo mundo ganha bem mais em dezembro, né? Quer dizer...funcionários públicos, comerciantes, empresários, trabalhadores com carteira assinada, 13º e tal - esses tem o fim de ano garantido. Mas mesmo quem trabalha por conta própria, não tem do que reclamar quando chega o fim do ano. Na verdade, do que reclamar, todas as pessoas tem. É um tal de "esse ano foi horrível, tá tudo muito caro, não vou ter muita grana pra passar bem o Natal, é a crise, tá um caos", que só vendo...Mas na prática, mesmo, só o que se vê é gente com sacolas e mais sacolas! É o milagre da multiplicação dos presentes: tá todo mundo duro, mas todo mundo se arranja de alguma forma. Pode ser o tadinho que for...Ninguém fica sem presentear, os shoppings superlotam, e as operadores de cartões de credito ja tem motivos de sobra pra entrar o ano comemorando - afinal de contas, diz aí quem é que não entra o ano devendo uma prestaçãozinha qualquer?
Dezembro também é o mês da saudade. Porque dá uma saudaaaaaade de tanta gente...! De quem tá longe, de quem tá perto, de quem tá perto mas tá longe, de quem já se foi...Em nenhum mês a memória da gente é tão requisitada! São lembranças de infância, de outras noites de Natal, de como o Tio Fulano era bem mais magro, dos encontros da família, daquele amigo..."puxa, como aquele amigo era parceiro! Por onde será que ele anda?"...Dá uma vontade de ficar junto a todo mundo. Reunir numa sala todas as pessas do planeta que a gente mais gosta, ou que a gente já gostou demais, e dar pelo menos um super abraço de Feliz Natal...E chorar junto, e dar risada junto...E finalmente matar a saudade!

Ah, e claro: dezembro é o mês da saúde e da atividade! Ninguém caminhou 300 metros em nenhum outro mês do ano, todas as pessoas fugiram da academia durante o período de inverno ou de sobrecarga de trabalho (= de janeiro a novembro!), mas fim de ano, todo mundo quer aparecer bem na foto! É só "pintar" em qualquer academia pra ver se o movimento não aumentou! E centro de estética, então? Nunca vi época pra vender mais creme anticelulite! Nenhuma mulher quer ficar mal num biquini, nem mesmo as que nem vão pisar na praia nos meses de janeiro e fevereiro. Cabeleireiro, também. E não só pra mulheres, não! Tem muito homem que decide ficar limpinho e cheiroso (tá...pelo menos em dezembro, né?)! Cabelos novos e tal...E tava vendo não sei onde que médicos, dentistas, nutricionistas e congêneres trabalham horrores nesta reta final de ano. E faz bastante sentido: alguém quer começar um ano novo com o pé na cova e a saúde meio capengando? Não, né! Então, dá-lhe consultas e check-ups!

Dezembro, ainda por cima, é o mês oficial da reconciliação. Do perdão. Da trégua. E de todas essas coisas lindas. Não combina ficar mal com ninguém neste período tão sentimental do ano! É época de reunir, de agregar, de relevar. De ficar junto! É o momento ideal pra deixar passar aquele desaforo que a mãe falou, aquele comentário absurdamente dispensável que a sogra insistiu em fazer, ou aquela pisada de bola do amigo inconveniente (Sim! Todo mundo tem algum amigo incoveninete!) . É tempo de amores e de corações limpos!

Dezembro é mês de pessoas felizes. Que não se bicam tanto, às vezes, mas que desejam, pelo menos, "um Feliz Natal e um próspero Ano-Novo". E de todo coração!

É mês de pessoas bem-humoradas, porque todo mundo crê que "será bem melhor no ano que vem"...
É mês de festas, e quem não gosta de festas????
É mês de olhar pra frente...É mês de reflexão, e de boas energias.
E ainda faz um calor de torrar no hemisferio sul!
Coisa boa...!!!!
É por essas e outras que eu adoro esta época do ano!
Pensando bem...adoro, não!
Eu AMO esta época do ano!
Saudações natalinas, portanto! E aproveitem dezembro tão bem ou melhor que eu!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Saudade daquela época!

Sempre morria de indignação quando, no meio de qualquer conversa banal, minha avó, mãe ou alguma outra pessoa um pouco mais velha do que eu vinha com o papo de que "no meu tempo era bem melhor", e "porque na minha época não era assim ruim como hoje", ou "ah, não! Isso aí hoje não tem a menor graça. Bom era na minha juventude, e só se vocês tivessem vivido o que a minha geração viveu pra saber exatamente do que eu tô falando"...

Sempre o mesmo papo (e vai dizer: quem é que nunca ouviu a mãe falar uma frase do tipo?) !
Achava o cúmulo do saudosismo barato.
Na verdade, ficava bem irritada - que mania que esse povo tem até hoje de, insistentemente, achar que nós, juventude de hoje, vivemos um verdadeiro inferno e que eles, os sabichões do pedaço, que curtiram o supra-sumo do Planeta Terra!!
Só as coisas deles que eram boas!
É feio ficar desmerecendo a "geração alheia"!




Eis que essa semana andei queimando minha língua.

Tava observando umas crianças brincarem na rua - uma turminha de idade entre 6 e 9 anos - e comecei a filosofar sobre a vida deles hoje, em relação a minha vida, quando tinha essa mesma idade.
Cada brincadeira sem graça, com uns jogos modernosos e nada educativos, infantis menos ainda, e percebi que, SIM! , no meu tempo era bem melhor! Sem comparação. A começar pelo fato de que, NO MEU TEMPO, criança aproveitava bem mais a infância, porque era bem mais criança. Todo mundo podia brincar de pique, pega-pega, alerta, polícia e ladrão, ou qualquer outra coisa do gênero no meio da rua, até porque não era tão perigoso criança correr no meio da rua. Criança também era mais inocente, não se portava como adulto e nem se metia a tratar de assunto de adulto. Criança não tinha tanta malícia e nem sabia todas as coisas sobre sexo que só os adultos podiam saber. Ser criança era bem mais divertido!

NO MEU TEMPO a Xuxa ainda era a Rainha dos Baixinhos, todo mundo ganhava Fofão e uma Caloi no Natal, e todo mundo jogava Atari (que depois acabou evoluindo pro Mega Drive que por sua vez evoluiu pro Super Nintendo e todos os joguinhos do Super Mario e Street Fighter). Bem mais massa! As crianças brincavam de pogobol e pelo menos gastavam mais calorias; não ficavam nessa "engordação" de McDonalds a torto e a direito!
NO MEU TEMPO não se ouvia falar desse tanto de velho gagá que quer pegar criancinhas - pedofilia não era uma "prática" comum e corriqueira.
NO MEU TEMPO dava pra andar mais tranquilamente a noite, e ninguém falava de sequestro relâmpago, assaltos, assassinatos, ou "tranca a porta porque é perigoso". O mundo não era assim tão violento! E nem se via tanta gente assim nas calçadas fumando maconha, crack, dormindo na rua...
E favelas? Meu Deus, como proliferaram! Não tinha tantas assim no meu tempo, não!
NO MEU TEMPO o dinheiro parece que rendia bem mais. Comprava-se pão por bem menos do que hoje, e arroz, e feijão, e gasolina, e passe de ônibus...e ainda sobrava troco pra comprar figurinhas pra completar o álbum ou, no mínimo, um saco bem cheio de bala (já tentou comprar 50 centavos de bala hoje em dia? Não dá meia dúzia!!!)!!
NO MEU TEMPO as praias era beeeeeeem mais limpas. E as ruas, e avenidas, e lagoas, e praças. Aliás, no meu tempo, parece que tinha bem mais verde no mundo. Ninguém falava em desmatamento, poluição visual, sonora, menos ainda em aquecimento global, el niños, tsunamis, furacões e desastres climáticos.
NO MEU TEMPO minha mãe não ficava falando pra eu tomar banho rápido pra cooperar com a escassez de água na Terra. Muito pelo contrário: os jatos de mangueira no verão eram liberados, e a alegria de todo mundo era encher uma piscininha de 5 mil litros quando fazia um calor de rachar!
NO MEU TEMPO tinha mais verão. E mais inverno. E mais outono e primavera, também.
NO MEU TEMPO o tempo não passava assim tão rápido, o ano durava bem mais, e nem tinha tanta gente no auge do stress, sofrendo de depressão, síndrome do pânico, bipolaridade. Aliás, o que era depressão, pânico, transtorno bipolar????
NO MEU TEMPO não tinha essa taxa absurda de desemprego. Pelo que eu me lembro, o pai de todo mundo trabalhava bastante. A mãe de todo mundo trabalhava bastante, também.
NO MEU TEMPO, também, não morria tanta gente! Dizem as estatísticas que o brasileiro hoje vive bem mais, tá passando dos 80, mas cadê essa vida toda? Quando eu era criança não me lembro de ter ido a muitos velórios e funerais - posso contar nos dedos de uma única mão! Hoje em dia tá todo mundo morrendo de graça, de tanto beber, de tanta imprudência, de tanta ignorância, de tanta falta de tolerância...E é velho é, jovem, é todo mundo!
NO MEU TEMPO não tinha essa pouca vergonha toda! Ok, ok, ok! Desde que o mundo é mundo sempre teve a turminha do "sexo, drogas e rock n´roll" (mudando o gênero da música conforme a época, claro...mas sempre teve!). Só que não era tudo escancarado na televisão, nas revistas, nos jornais, na boca de todo mundo...não tinha essa libertinagem, essa transgressão de valores, essa falta de moral...
NO MEU TEMPO as novelas eram melhores. E as revistas, também. Os jornais informavam de verdade. Programas de televisão prestavam e entretinham, em sua maioria. Lia-se bem mais, também, com certeza. E, SEGURAMENTE, não tinha tanta gente burra assim no mundo.
NO MEU TEMPO escândalos políticos eram fatos históricos, e não diários. Ah, e eles ESCANDALIZAVAM, daí o termo!
NO MEU TEMPO não tinha tanto engarrafamento, nem se demorava tanto tempo pra ir de um lugar a outro 5 km adiante. Também não me lembro de ver tanta gente estressada no volante (talvez por isso!).
NO MEU TEMPO as pessoas se respeitavam mais. Ou fingiam isso bem melhor. E os relacionamentos eram mais sinceros, acredito que até mais lúdicos e românticos (éeee, Vó...não se faz mas homem como antigamente!!!...) ...
NO MEU TEMPO, quando os direitos não eram tão iguais assim, ou quando ninguém achava que tinha muito mais direitos que obrigações, não se via todo mundo querendo passar a perna em todo mundo, como se vê hoje!
NO MEU TEMPO tinha sundae, banana split, vaca preta. Também tinha lanche da escola com Mirinda ou Minuano (que davam um banho nessas H20 destemperadas de hoje em dia!). E Chaves, Chacrinha, Caverna do Dragão, Armação Ilimitada, Serginho Malandro e Vovó Mafalda. Muito mais divertido! Tinha filme dos Trapalhões disputadíssimo nos cinemas sempre que dava dezembro. E os especiais de Natal do tio Roberto eram bem melhores. As músicas eram melhores. Os filmes eram melhores! As roupas tinham mais identidade, e as pessoas, mais personalidade. O mundo também era mais mundo. Ou, pelo menos, mais humano...


É...só posso crer que estamos nos encaminhando pro fim dos tempos! Porque só pode esse ser o fim dos tempos! Nada muito pior que isto!
E eu...pensando bem...hoje em dia, TAMBÉM sinto, realmente, muita saudade do meu tempo...!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Esta experiência eu indico!

Não é pular de paraquedas, nem sair na rua dando gritos de alívio, nem preparar um trabalho voluntário com os velhinhos do Lar de Zulma, nem torrar o limite do cartão de crédito com compras no shopping pra aliviar o stress e melhorar a autoestima, nem se matricular numa aula de esgrima, nem iniciar na psicoterapia pra um autoconhecimento profundo, nem escrever um livro, plantar uma árvore...nada disso!

Quer dizer, todos esses prazeres são válidos, engrandecem, agradam e tal, e não tem uma pessoa sequer que não tenha pensado em fazer uma, ou várias dessas coisas. E até acho que se deve, mesmo. Mas nenhuma delas é "A" experiência. Dessas que não dá pra morrer sem. Dessas que mudam a nossa história de verdade, em vários aspectos. Dessas que fazem com que tenhamos histórias hilárias pra contar e relembrar depois de um tempo (até porque eu já plantei bem mais de uma árvore, fiz esse meu papel sócio-cultural-ecológico, e não morro de dar risada me lembrando disso!! Sequer tem esse momento registrado no meu álbum de fotos da infância!!!).

Falo, obviamente, de viagens. De uma merecida viagem de férias.

E falo, principalmente, da melhor e mais oportuna coisa que você pode fazer por você mesmo: tirar suas férias e ir viajar.

SOZINHO!

Sim, s-o-z-i-n-h-o!

Com nenhuma outra pessoa, além de você próprio, pra lhe acompanhar nessa longa jornada em busca do seu "EU INTERIOR" (adoro usar esse termo mané em textos!), dos prazeres sadios da vida, da pessoa fantástica, corajosa e destemida que algum dia você ousou ser e não sabe porque bananas não é mais.

Claro que viajar com o amor da vida é fantástico - todo aquele clima de romance, história de filme bobo e novela no ar, todo um mundo feliz e cor-de-rosa girando em torno de você...lua-de-mel total. Passeios em família também são bárbaros, e fortalecem os laços (também, ninguém melhor do que alguém da sua própria família pra lhe aturar por alguns dias ininterruptos!) - ou pelo menos viram boas imagens pros porta-retratos do canto da sala. Viajar com amigos, então, é o que há: tem coisa que só amigo mesmo é capaz de dividir com você, e topar com você, e tudo melhora se a amizade é mesmo especial e se a pessoa já tem um significado muito importante na sua vida (também, se não tem, passa a ter...é bem isso que acontece em viagens!)...MAS NADA É TÃO INUSITADAMENTE INTERESSANTE QUANTO FAZER TURISMO SOZINHO!

Falo sério...E, de fato, mais do que recomendo!

Eu, por exemplo...Tava bastante puteada com a vida, tentando buscar rumos novos, ou, no mínimo, desligar minha mente de algumas coisas que estavam me desgastando. Sempre acho que uma escapada física do meu atual status de vida (= viagem!) é a melhor coisa pra que eu retome minhas energias. SEMPRE "dou minhas escapadas", e SEMPRE que volto percebo que não poderia ter feito nada melhor pela minha saúde e pela minha integridade mental. Mas não tive muito tempo de me programar (na verdade, nenhum!), e não consegui achar nenhuma companhia em tempo hábil (aquela coisa de que quem quer acompanhar, não pode no momento, e vice-versa), e resolvi encarar minha falta de parceira como um sinal dos céus: "vai ver que é pra eu ir sozinha, mesmo".

E fui!

Comprei passagens, reservei hotéis, meio de transporte local, pesquisei sobre as cidades visitadas, programação cultural e tudo o mais, preparei minha máquina fotográfica e parti. Feliz da vida, por, PELO MENOS, 2 semanas de turismo e muitas alegrias (tinha cogitado a possibilidade de ficar até mais que isso...bem mais!).

Admito que só o fato de sentar na poltrona do avião já deu um medinho e uma sensação de "vou desistir dessa palhaçada agora! Só pra minha cara! Qual vai ser a graça das próximas semanas?". Se eu enfrentasse uma turbulência forte, nem poderia contar com o apoio moral de algum conhecido pra segurar na minha mão, já começou por aí. E isso não foi nada - esse primeiro panicozinho (panicozão, porque definitivamente não quero morrer em desastre aéreo! Muito menos sozinha, porque é bem mais trágico!!), trouxe outros ainda maiores na minha cabeça. Coisas do tipo: "vou pra um outro país sozinha, e se me prenderem por me acharem com cara de fugitiva, laranja de tráfico internacional de drogas, bizarrices assim?", "e se eu for assaltada?", "e se alguém me sequestrar?", "e se eu for estuprada? Tem maníaco no mundo inteiro!!!", "e se eu ficar doente, de cama, alguma epidemia, pandemia, quem vai procurar um médico pra mim??", "e se eu cair no metrô, ou for atropelada, morrer por lá, morte súbita, ataque cardíaco...como vão fazer pra me encontrar?"...

E nessas horas nunca vem coisas boas, como "vou encontrar meu príncipe, igualzinho em filme, e vou ser feliz pro resto da minha vida, é o meu destino, e sei que ele está lá". Ou, ainda que fosse só isso, "vai ser a viagem mais perfeita e inesquecível da minha vida". Só dá pra pensar em coisa ruim.

A sorte é que tive um flash de "Opaa! Volta, retoma a coragem, que vai dar tudo certo!", afivelei meu cinto, prestei atenção pela milionésima vez nas dicas de segurança teatralizada pela aeromoça, fiz uma oração e procurei relaxar. Optei pela opção do "é...quem sabe não dou de cara com meu príncipe??".

Bem melhor.

Bom...vou pular a parte do como, quando e todo o miolo, porque sei que tem informação até pra um livro (ainda mais em se tratando de mim, que quase não escrevo!). Mas asseguro que tem MUITA coisa boa em viagens solitárias. Eu podia acordar às 6:30, quando tava afim de curtir mais a cidade, ou fazer alguma passeio que fosse me exigir um tempo extra, como podia esticar meu sono pras 9, 10h, sem nenhum guia chato pra bater na porta do meu quarto ou ninguém pra dizer que o alarme já soou umas 3 vezes, e que tá todo mundo atrasado. Podia escolher andar de carro, de trem, de metrô, de busão ou de limusine, de acordo com minha condição de dinheiro do momento e do meu humor do dia. Poderia, também, pegar o carro errado, o trem errado, o metrô errado, o ônibus errado, ou qualquer outra coisa errada, que não ia ter ninguém pra me chamar de burra e ignorante e ficar a tarde inteira me culpando por eu não ter me informado o suficiente (mas ainda bem que não me perdi!). Eu podia optar pela minha programação noturna - se um teatro, uma volta no parque, um cinema, ou ir pra cama mais cedo - sem ter que fazer alguma coisa que não estivesse tanto afim de fazer, ou sem ter que aturar a cara de mau-humor das pessoas que cederam a minha vontade muito a contragosto. Eu podia ficar muito tempo numa mesma loja provando uma roupa, ou em várias lojas provando várias roupas. Ou podia passar a léguas de distância de um shopping por achar uma perda de tempo, e escolher visitar algum ponto específico da cidade, talvez mais "cult". Eu podia revisitar alguma coisa pela qual tivesse me encantado. Ou podia cortar alguma coisa da minha rota, por não fazer tanta questão. Eu podia escolher onde comer, e o que, e em que horas (respeitando a vontade do meu estômago: na hora em que ele roncasse!). Eu podia escolher qual o caminho tomar, e podia, também, dar uma de aventureira pirada e sair sem mapa. EU PODIA QUALQUER COISA, porque, naquele momento, o meu nariz era só meu e de mais ninguém!

Fora as tantas coisas bacanas, que só aconteceram porque eu tava sozinha. Resolvi escrever um diário de viagem (até faço isso quase sempre, mesmo!), mas achei muito chique o fato de eu me flagrar, no meio da tarde, numa praça, bem "woodstock", sentada na grama, relatando poeticamente o meu dia na cidade ou as minhas impressões do lugar. Pude fazer isso porque, como não tinha ninguém pra dividir meu tempo, ele acabava sobrando...Chique e relaxante, né? Vai dizer...

Outra coisa que também foi chique: eu era e não era uma turista! Eu batia fotos, visitava os lugares, aproveitava a parte boa de turistar, mas sem ficar naquela pagação de mico de se amontoar numa turma de 40, de um punhado de gente com filmadora na mão dando tchauzinho pro além, sem ficar com cara de perdida, com um mapa gigante e uma pessoa na frente com uma bandeirinha vermelha indicando o caminho, sem bancar a trouxa por gastar horrores com alguma coisa turisticamente muito idiota, sem fazer pose infanto-juvenil na frente de uma estátua nada a ver, esse tipo de situação!

Também perdia horas falando sozinha - ou porque via alguma coisa muito bonita, ou porque me espantava com alguma cena, ou por frases do tipo "xi, onde é que eu coloquei o troco?" - e como não tinha ninguém pra falar/perguntar/comentar, quando eu percebia, inevitavelmente, tava falando era comigo, mesmo! Acabei percebendo que falar sozinho é algo extremamente terapêutico! Bom...eu, pelo menos, voltei mais calma que nunca!

E o fato de estar sozinho torna você uma pessoa muito mais carente e, por uma consequencia óbvia, muito mais aberto a novas possibilidades e amizades. Eu escancarava um sorriso pra qualquer um que me desse uma informação, que cruzasse comigo na rua, que me perguntasse de onde eu era, de forma que troquei email e telefones com o tiozinho da banca de revistas, com o casal de idosos que bateu uma foto pra mim, com as japonesas que estavam hospedadas no mesmo lugar que eu, com uma turma de mochileiros europeus, com a querida que estava no guichê da companhia aérea, despachou minhas malas e ficou uns 20 minutos de papo comigo!
Até convidei uma meia dúzia aí pra conhecer a minha cidade e se hospedar na minha casa (quem sabe eles não venham, mesmo! Imagina que legal!!!) !!!

Ah, e claro, o melhor efeito de todos eles: pode parecer exagero dos imensos, mas voltei me sentindo uma pessoa bem melhor! Mais corajosa, sem dúvida. Com mais iniciativa, também (na verdade, a inicitativa é um pré-requisito pra uma investida dessas, não tem como!). Mais autoconfiante e me valorizando bem mais, porque eu descobri que sou, sim, uma companhia super agradável. Todo mundo é, na verdade (eu aprovei a experiência de ficar SÓ comigo, até quase encher o saco! Cada um de nós tem um que de muito engraçado, ou de solidário, ou de esperto, ou qualquer outra coisa muito boa bem no íntimo, e se ninguém procura isso lá no fundinho, ninguém acaba se achando!)...

Também não deixei de fazer ABSOLUTAMENTE NADA do meu script turístico porque estava sozinha, o que me levou a ultima conclusão de que: ser feliz junto é maravilhoso, mas ser feliz só é plenamente possível!

(e viva o egocentrismo!!!)

Agora...tá certo: curtir um turismo sozinho pode ser chique, relaxante, necessário, maduro, terapêutico, transformador, e mais esse monte de coisa que eu falei aí, mas nem tudo é bom 100%. Claro que passei por alguns perrengues!

Primeiro que quem viaja sozinho, se não tem a sorte de se hospedar em albergues, ou alojamentos baratos, ou se odeia esse tipo de coisa, vai ter que gastar bem mais, do que se tivesse acompanhado. Transporte também encarece (não dá pra dividir táxi, por exemplo). E alguns outros gastos extras me fizeram crer que o mundo foi feito para os pares. Pelo menos o mundo econômico e o matemático (dividir por 2, ou 4 é melhor que dividir por um!).

Segundo que, inevitavelmente, é indicado achar alguma atividade extra, porque sobra tempo. Eu tomava café em 10 minutos, almoçava em 5 , e às vezes nem jantava. Saía andando pela rua, olhava no relógio: 16h15. Andava, andava, andava, andaaaaaaaava, batia algumas fotinhos, e olhava no relógio novamente: 16h30!!! E só tinham se passado 15 minutos entre milhares de coisas que eu tinha feito!!!! Tive que arrumar um livro pra ler, e palavra-cruzada, e tal...Passei boa parte escrevendo, também foi uma boa. Quem viaja sozinho tem que arrumar uma atividade-companhia a parte, senão também é ócio demais!

Terceiro que é claro que tem coisa que perde o charme: jantar no melhor retaurante da cidade fica completamente sem propósito sem uma excelente companhia!

Quarto que é necessário aturar a cara de espanto das pessoas que ficam sabendo que você viaja só, sem excursão, sem conhecido, sem nada. E ainda entender quando te olham com expressão de peninha (tipo: "ai, que tadinha, tá sozinha!"), e ter paciência pra dar trezentas mil vezes a mesma resposta: "ah, eu tô sozinha por opção, dessa vez..." ...

Quinto que, comigo não aconteceu (Graças a Deus!), e até pode não acontecer com ninguém, mas vai que dá alguma zica, mesmo (noc, noc, noc na madeira 3 vezes, credo!) ? Doença, acidente, transtorno, imprevisto...??? Resolver sozinho é realmente bem mais complicado! Quando não impossível...

Ah, e uma sexta coisa fundamental: não conta com ninguém pra bater foto pra você, que cansa ficar pedindo sempre, ou nem sempre é possível, e acho que nenhuma pessoa inteligente quer montar um álbum de viagem com 200 fotos ou mais de um cabeção, ora no canto direito, ora no esquerdo, né! Faz como eu e leva um tripé!!!! (Garanto: é meio chatinho montar sempre, mas as fotos saem bem boas!)

Mas o ideal mesmo é nem pensar nessas coisas ruins e nesses poréns. Ainda vale a coragem do "vou curtir um tempo de férias completamente sozinho!". Nem que não seja um passeio distante, caro, longo. Pela experiência, acredito que 2 dias já valem!!

(E vai que, como em filme, aconteça o que aconteceu comigo, de ainda arrebatar um "romance/flerte/amizade colorida" com o vizinho da poltrona no vôo de retorno!!!! Pode ser o meu príncipe, só Deus sabe!)

ENTÃO, já aviso...
Férias sozinha, turismo solitário, agora é pelo menos 1 vez por ano!
E não aceito parceiras, de jeito nenhum!
Nem tentem me convencer do contrário!!!!!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

"Quando termina é porque acabou - juntando os caquinhos e dando a volta por cima"

Não sei porque cargas d'água esse livro foi parar na minha casa, mas o fato é que ele foi parar lá, e me fez dar boas risadas.

Como sabiamente propõe o título, ele é um manual para términos de relacionamentos. Para os piores momentos de fossa. Para que, realmente, quem se vê sozinho depois de algum tempo em que esteve "junto" (ou quase isso!), possa dar a volta por cima e reconstruir a vida da melhor forma possível.


Os autores, Greg e Amiira Behrendt, são os mesmos do "Ele simplesmente não está a fim de você" (o mesmo que baseou o filme "Ele não está tão a fim de você", mas que não foi tão bom, porque perdeu a parte cômica que recheou o livro e o tornou interessante, na minha modestíssima opinião). Com doses de bom-humor e de realismo crítico, o texto te ajuda a passar por uma situação de solidão, de sofrimento, de rupturas e enxergar uma luz no fim desse túnel tão sombrio.

Colo aqui um trechinho, só pra dar uma noção:


" A melhor pior notícia é que vocês terminaram. Você está bem no meio disso. Não há mais o medo de saber se, ou quando, vai acontecer, nem até que ponto você vai ficar arrasada. Você está vivendo esse momento e, como em tudo mais na vida, a realidade nunca é tão ruim como você temia que fosse. Você não morreu, o mundo não acabou, a comida ainda tem um gosto decente e agora você tem tempo para procurar seus amigos, atualizar suas leituras e se espalhar na cama inteira, se não tiver nada melhor pra fazer.
A parte pior mesmo é se adaptar a essa nova realidade e, claro, aguentar uma dor de cotovelo bem real. O que acontece com um relacionamento que termina e o sofrimento que vem junto é que as duas coisas não podem simplesmente ser desfeitas ou melhoradas. Até mesmo as separações mais consensuais costumam machucar mais um do que o outro, e podem levar a uma avalanche de emoções que demora algum tempo para passar. Mas o outro lado dessa moeda do fim do relacionamento - e aqui vai a melhor notícia - é que você está se libertando de um relacionamento que não está dando certo. Liberdade significa o fim da agonia, o fim do drama e o fim do tempo desperdiçado com alguém que não dava valor a quem você realmente é. Liberdade significa que você pode reprojetar a sua vida, e o céu é o limite - pode pegar todas as coisas que esperava ter no seu relacionamento, todos os seus sonhos sobre o que o amor devia ser, qual a sensação que devia provocar e de que maneira devia funcionar, e encontrar um cara que realmente transforme tudo isso em realidade. Durante esse tempo em que você se sente arrasada e impotente, lembre que ainda controla pelo menos uma coisa: você mesma. E, apesar de não poder fazer com que alguém desfaça o fim do relacionamento, você pode determinar o que acontece depois. É você que resolve se vai usar essa situação como uma virada na vida, se vai sofrer com dignidade, ou se vai deixar essa dor tomar conta de você e impedi-la de viver. Então, comece agora. Comece hoje. Não seja uma vítima do coração partido, seja uma superestrela no controle de tudo!
(É, isso é meio brega, mas você sabe o que eu quero dizer.)"



A parte do "como superar isso" é exemplificada com historinhas hilárias, que no livro são fictícias, mas que costumam acontecer em qualquer relacionamento. E dão lições do tipo "se a pessoa não liga é porque não está afim de ligar, só isso", "se não quis saber por onde você anda, é porque você realmente não tem mais importância na vida dessa pessoa, acorda!", "se não quis pegar com você alguns objetos pessoais, é porque a última coisa que essa pessoa quer é ver você, e é melhor não ver mesmo, vai por mim", "se algum dia essa pessoa perceber que você é o amor da vida dela e que ela fez uma burrada, vai perceber isso sozinha, não precisa ajudar", "não diga coisas que sabe que podem levá-lo a ter esperança de alguma volta no futuro, se não vai haver futuro","quem ama fica junto, se não estão junto é porque esse amor acabou, ou nunca existiu!" e por aí vai.



Às vezes até dói ler alguns dos conselhos e dicas, mas é exatamente o que se precisa ler. Quem passa por uma situação dessas quase sempre precisa parar de se vitimizar e entender, de uma vez por todas, que, se não deu certo, é porque não era pra dar. E que, pra felicidade geral da nação, alguma coisa melhor sempre está a caminho! O único problema é que isso só é óbvio pra quem tá de fora da história. Quem vive a paixão e o amor, custa a acreditar nisso, mas é a mais pura verdade (e Graças a Deus é a mais pura verdade!)! Sabe aquela coisa do "não quer, tem quem queira"? Então. B-a-t-a-t-a!

Até pode parecer meio óbvia, às vezes, essa coisa do "não fale mais com essa pessoa", "evite contato", "arrume algum amigo pra te distrair", "ocupe sua mente", mas quando se trata do momento "tô mal, levei um pé-na-bunda", todo e qualquer clichê do tipo é extremamente valioso. E quem sabe como é dor de fossa, sabe que funciona alguém ou algo que te lembre sempre "esse tanto de frase e conselho clichês".

Por isso que eu indico o livro! Além de sábias reflexões sobre romances e comportamentos, é uma leitura leve e engraçadíssima! Que te faz pensar "Meu Deus, como fui idiota!", sem te fazer passar por uma total idiota - até o contrário: ele te dá uma injeção de auto-estima e tanto!

Pensei, inclusive, em comprar alguns exemplares pra pra presentear alguns amigos mais problemáticos no quesito "relacionamentos" (Ok, se alguém ganhar um desse de mim, não leva a mal! Sou apenas uma amiga zelosa e preocupada!).

Depois da leitura, só resta mesmo dar a volta por cima. Em grande estilo, óbvio.
Porque, ainda bem, tudo nessa vida passa...

Façamos passar mais cedo e mais rápido, então!
Por favor!

Feliz dia do amigo!

Feliz de quem, num dia como hoje, pode pensar com carinho em alguém a quem chame de verdadeiro amigo.
É ele quem te conta histórias engraçadas, que te dá conselhos imparciais, que quer ver a tua felicidade sem necessariamente lucrar com isso, que quer te ver melhor e mais feliz, e depois se lembrar de uma forma muito gostosa de quando tu não eras nem tão bom, ou tão feliz assim.
É o teu grande amigo que sabe boa parte dos teus segredos, e que escuta um milhão de vezes a mesma história, ou histórias diferentes com velhas roupagens, e ainda consegue ver graça ou oferecer o ombro incessantes vezes, como se fossem sempre a primeira.
É ele que enumera muito bem as tuas qualidades, e que as ressalta quando estás passando por um momento peculiar de baixíssima auto-estima.
É ele quem conhece boa parte dos teus defeitos, detesta muitos deles, mas releva, e atura, e pondera, porque ser amigo é aceitar a pessoa do jeito que ela é, de fato.
É o teu amigo que compartilha os melhores e o mais sofridos momentos da tua vida. É ele quem tira sarro dos teus antigos cortes de cabelo e dos teus namoricos que não deram certo. Só ele pode sentir a mesma dor que tu sentes por uma perda, uma decepção ou um fracasso. Só ele sabe como e quando tu estás verdadeiramente feliz, até porque, muito provavelmente, a ele é creditada boa parte dessa felicidade.
É um amigo verdadeiro que te dá as opiniões mais sinceras sobre como tu deves te portar, o que deves dizer, e quando e pra quem. Sobre como anda o teu trabalho, a tua aparência ou o teu relacionamento. Até porque ele te cohece quase melhor do que tu conheces a ti mesmo, se duvidar. É o teu amigo que vai te defender em todas as horas, não importa onde e nem o tamanho da tua encrenca.
Somente o teu verdadeiro amigo pode te dar uma bronca necessária, quando necessário, sem soar mesquinho demais. Somente o teu verdadeiro amigo tem credibilidade pra te abrir os olhos a respeito de várias coisas, sem parecer intrometido demais. Somente do teu verdadeiro amigo tens o aval pra iniciar qualquer empreitada. Somente por ele é que tens oportunidade de conhecer o que é parceira, respeito, carinho, consideração e outras tantas coisas fantásticas, que somente amigos se proporcionam, mesmo.
É ele quem está no teu álbum de aniversário ou no de formatura, nos cartões de fim de ano, nos melhores momentos da última viagem de férias, num passeio de domingo, na festa mais divertida de todos os tempos...Talvez ele nem seja tão íntimo ou tão presente assim, e tenha perdido todos esses momentos, mas, de todas as formas, é ele quem está no teu coração, num cantinho intocável, sendo lembrado com um sorriso no rosto e uma saudade única.
Ele pode ser teu parente, teu vizinho, ou pode estar a milhas de distância, só que isso é o que menos importa. O que importa é que ele está ali, do teu lado, não interessa em quais circunstâncias. Ele é teu amigo, ele é especial e imprescindível na tua vida. É só isso que importa.
E é só isso que basta...



Sou feliz porque tenho uma lista incontável de amigos sinceros, verdadeiros e que eu amo de todas as formas. Amigos que já passaram por momentos únicos comigo, que já me levantaram várias vezes e que estiveram comigo quando subi mais um degrau. Amigos a quem desejo nada mais do que TODA a felicidade do planeta.
Sou grata por estar cercada de pessoas tão queridas!
Fica aqui, então, uma homenagem a todas essas pessoas.
Hoje, especificamente, um obrigada muito especial aos meus amigos mais que especiais (não que outros não sejam, mas hoje a homenagem é diferente! Em ordem alfabética , pra ninguém brigar comigo!): Ana, Breno, Cris, Lá, Luiz, Manu, Murilo, Pri. Eu realmente não sei que espécie de ser humano eu seria sem a passagem de vocês na minha vida!
Amo vocês, incondicionalmente!

domingo, 14 de junho de 2009

Muito LSD na cabeça...

Não!

Não mato baratas.
Nem lagartixas.
Nem moscas.
Muito menos formigas.

E nem é porque sou ativista do greenpeace, ou porque coleciono insetos em potes de palmito e azeitona. Muito pelo contrário, até: sofro de alergia mortal de tudo quanto é tipo de bicho pequeno que incomoda por aí, e tenho pavor de qualquer coisa que voa ou que se arrasta pelo chão.

Mas sou capaz de passar horas observando o "ritmo de vida" de cada um desses serezinhos. Que nem criança pequena...

Alguém já viu mosca piscar??
Eu já...

Formiga carregando comida todo mundo já viu, né? Vai uma atrás da outra, de forma que se uma faz uma curva um pouco pra direita a outra também faz, num movimento idêntico...Depois elas vão passando o alimento de pata em pata (pata de formiga é pata, mesmo??), até chegar no esconderijo secreto da comunidade de formigas, ou até que uma mais alvoraçada coma tudo sem deixar pra nenhuma outra...

Bonitinho também é ver grilo namorar. Grilo é um bicho engraçado - eles tem o corpo meio robusto e perninhas bem fininhas...e bem ágeis! Daí quando o grilo quer dar uns beijinhos na grila, ele cruza as "mãozinhas" e fica de "rosto" virado pra ela, até que eles encontram os "focinhos" e balançam as mãos freneticamente...Se isso não é namoro, pode ser briga das feias, também. Não sou grilo pra saber...mas é o que eu imagino!

Abelhas, mesmo...Se não fosse tão arriscado de ficar observando, eu diria que era genial!!! Como elas são organizadas! Uma vez vi uma pequeninha se enfiar no quadradinho de mel da outra, vieram umas três indignadas, partiram de tapa pra cima dela e expulsaram a coitada da colméia...Só pra deixar bem claro que cada uma tem seu espaço e que sofre de pena de morte a que se atreve a fuçar no buraquinho alheio!...

Passo horas analisando cada uma dessas "comunidades"...Coloco um "zoom +" na minha vista, aproximo o rosto e fico reparando nos detalhes. No que cada bicho tá fazendo, como que eles se movimentam, como que eles comem, ou como eles se apaixonam...Às vezes para um de frente pro outro e os dois balançam a cabeça por vários segundos (com mosca e formiga acontece muito!). Acredito que é a forma como eles conversam...Ou que um dá ordem pro outro, vai saber...

É lindo de ver!!

E é por isso que não mato inseto!

Sempre fico pensando: será que não somos as formiguinhas, ou as lagartixas, ou as baratas na vida de outros bichos infinitamente maiores que nós??? Tipo: quando tem formiga no prato, caçando restinhos de comida, alguém pega esse prato, joga na pia e abre a torneira...Daí a formiga sai berrando socorro desesperada e morre descendo pelo ralo...Será que um "bicho homem gigante" não resolve abrir a torneira da nossa pia, e por isso que acontece um tsunami gigante?? Ou um maremoto??

Ou quando jogamos inseticida em barata...Será que quando morre uma galera por causa de uma pandemia, uma gripe suína dessas, não é um ser vivo 900 milhões de vezes maior que jogou veneno, pra ver se morria um pouco "de nós"???

Ou quando cortamos um pedaço do rabo da lagartixa, pra ver se ela morre (e ela não morre!)...será que quando alguém fica doente de parar no hospital, com um câncer ou qualquer coisa parecida, não foi um "Golias" que meteu a faca na nossa cauda, pra nos vez agonizar até a morte????

Pois é...

Não cutuco os pequenos, pra que não cutuquem comigo!!!
Quem é que me diz que não tem bicho muito maior que o homem, que girafa, que dinossauro???

É POR ISSO QUE NÃO MATO BICHO!!!

Ok, ok...pernilongo eu mato!!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Drummond, Drummond...


NÃO DEIXE O AMOR PASSAR

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.

TER OU NÃO TER NAMORADO

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro.
Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil.
Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção.
A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar.
Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade.

Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto.

Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado.

Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos.

Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança.
De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela.
Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada.
Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

ENLOU-CREÇA!

Carlos Drummond de Andrade


Entre maravilhas de Pessoa, Vinícius, Quintana e outras tantas coisas doces, escolhi essas duas do Drummond. E tem coisa mais atual do que esses dois textos românticos???
Nem me atrevo a escrever mais nada...

P.S.: Talvez amanhã também não me pinte nenhum atrevimento; Depois de amanhã, muito menos: imagino ter coisas mais úteis pra fazer em dia dos namorados, não?? hahahahahaha...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Semana dos namorados!

De vez em quando eu me inspiro e incorporo LEGAL uma Martha Medeiros, uma Lya Luft...e saio por aí digitando melodramas e reflexões comportamentais a torto e a direito!
(Aliás, quem não tem desses momentos, hein?)
Mas durante esta semana, acho que valem mesmo boas inspirações: ainda que seja apenas uma data, como outra qualquer, o dia dos namorados desperta mesmo esse desejo por amor, deixa todo um clima de romance no ar, lembra paixões e nos mostra que amar é gostoso, sim. Pelo menos, que ter um amor saudável é o que todo mundo quer.

Aproveitando a ocasião, dedico meus textinhos da semana aos vários tipos de amores. A tudo que eu, e todo mundo, pensamos quando estamos apaixonados...

Ai, ai...

O "primeiro da saga" é relativamente antigo, escrito há quase 2 anos, que achei vasculhando minhas coisas. Adaptei e atualizei algumas partes, porque ele surgiu num outro momento, que não o "semana dos namorados" (foi o momento "Lya Luft", mesmo!) ...
Enamorem-se!!!

"Quero um amor desses de filme. Das mais adocicadas comédias românticas.
Quero a minha metadinha, a tampinha da minha laranja, alguém que eu pense que é mesmo a minha alma-gêmea de uma vida inteira.
Quero procurar, procurar, procurar e não me fartar disso. E ficar mais apaixonada, o quanto mais durar minha busca. Mas que venha logo o encontro.
Enquanto o amor não vem, ou não se realiza, portanto, não custa sonhar.
Vou continuar de braços abertos pra receber alguém que vá me explicar o verdadeiro significado da felicidade;
pra quem vá me ensinar o que eu já sei e tudo que eu ainda nem faço idéia sobre relacionamentos;
pra alguém que deposite em mim um voto de confiança, e em quem eu confie, mesmo sabendo que não é a coisa mais certa a ser feita, mas só porque quem gosta e ama confia cegamente, mesmo;
pra alguém que vai amar minhas qualidades e relevar meus defeitos, mesmo constatando que eles possam ser um pouquinho maiores do que pareciam no início;
um cara que vai ter como principal passatempo tentar descobrir eternamente qual é a minha magia e o meu segredo;
alguém que, mais cedo ou mais tarde, vai descobrir que minha magia e meu segredo são apenas e simplesmente, o amor que eu sinto, ou que desejo sentir, como qualquer simples mortal;
alguém que saiba que a gente quebra todas as regras pra valer quando passa a gostar e se importar com alguém- e que isso é muito saudável;
alguém a quem eu vá supreender com alguma coisa absolutamente idiota, mas sempre com toda a verdade e todo o coração- e vai ser engraçado, no final das contas;
uma pessoa que vai entender as inconstâncias femininas, melhor do que ninguém, e vai acabar dando risada com essas crises estranhas;
alguém que vai saber que eu só xingo quem eu amo e com quem me importo, e que todo mundo é assim, na verdade;
alguém que vai saber que eu realmente sou sensível, que as mulheres são sensíveis;
um cara que também vai respeitar minha sensibilidade quadriplicada e minha vontade imensa de chorar durante o meu período pré- menstrual;
alguém que, abraçado comigo, vai me dizer: "eu preferia teu cabelo de antes..." porque falar coisinhas desagradáveis mesmo sabendo que o outro detesta faz parte de todo e qualquer relacionamento;
alguém (esse mesmo alguém que falou que meu cabelo já foi melhor, e que, não contente, arrematou dizendo que eu tô mais gordinha), pra quem eu vá olhar muito puta e indignada, comentando que eu poderia ter passado sem essa, daí eu vou brigar feio, porque o bom de briguinhas é sempre tentar uma reconciliação;
alguém que vai saber o quê e como fazer, da exata maneira que eu amo;
alguém a quem eu possa fazer rir e gozar, e que vai me responder a altura, porque prazer e diversão são essenciais em qualquer historinha de amor (e isso nem fui eu quem disse; é fisiológico- pode perguntar pra um médico o que que ativa a sensação de bem-estar no cérebro das pessoas);
alguém que saiba que fazer o que o coração manda e o que se tem vontade, e na hora que se tem vontade, é a melhor coisa do mundo (melhor ainda que a melhor coisa do mundo eleita por 99,9% dos homens, apesar de que, muito frequentemente, as duas coisas estão interligadas);
alguém que vai dizer, de verdade verdadeira, e de uma vez por todas, "eu te quero", "eu preciso de ti", e "eu não quero deixar de ficar contigo", que vai acabar evoluindo inevitavelmente pra um "eu te amo";
alguém que, antes de dormir e com a cabeça no travesseiro, vai fazer uma oração agradecendo a Deus por ter me encontrado;
um cara que vai merecer um tópico especial nas minhas rezas: "Senhor, até que enfim!";
alguém que vai jurar que me conhece muitíssimamente bem (e o pior é que vai conhecer mesmo!), mas mesmo assim vai se surpreender comigo quase todos os dias;
alguém que vai passar horas fazendo e recebendo carinhozinhos e chamegos, porque é gostoso e faz bem (assim como o sorvete da Kibon!!);
alguém que vai me dar o abraço mais abraço de todos os abraços que eu já abracei até hoje (e que dificilmente eu vá esquecer);
alguém de quem eu vá sentir orgulho;
alguém por quem meu olho vai brilhar de uma forma mais especial;
alguém que vai ter uma super empolgação de querer me ver sempre, de mal dar um tchauzinho e querer ver de novo, de deixar de ver e quase morrer do coração;
alguém que também vai me deixar empolgada como nunca, e com "paixonite crônica" incurável;
alguém que vá contribuir pra que essa minha "paixonite" nunca acabe, contrariando todos os dados da psicologia e da psiquiatria de que ela só dura, no máximo, um ano;
alguém que, mesmo não tendo super poderes de manutenção de "paixonite", vai me deixar nesse estado por 6 meses, 3 meses, 3 dias, ou o suficiente apenas pra me fazer feliz- o que já vai valer muita coisa!;
alguém que vá me ligar, não porque eu pedi, mas porque teve uma vontade súbita e inexplicável, quase todas as horas;
alguém que também vai me ligar porque eu pedi;
alguém pra quem eu também vá ligar só pra dizer que fiquei 1% mais bonita porque acabei de sair do salão , com a unha feita, e passei "Paris" essa semana;
alguém que vai pensar "e eu com isso??", mas que vai acabar concordando que eu realmente fiquei mais bonita porque passei "Paris" nas unhas;
alguém que eu não queira mandar embora;
alguém que me faça dar um beijo de tchau com muito custo;
alguém que vai fazer meu coração bater mais forte, e que vai quase explodir e infartar quando estiver comigo;
alguém que vai fazer comigo as duas coisas que todo mundo tem que fazer antes de morrer: escrever um livro e plantar uma árvore;
alguém que tope ir comigo a Paramaribo, ou a qualquer outro lugar, só pra ser um pouco mais feliz que o normal;
um cara com quem eu possa fazer planos a longuíssimo prazo, de construir várias coisas e mudar o mundo, mesmo que o namorico tenha prazo de validade super curto;
alguém que não vai querer cair na rotina comigo nunca, mas que se cair, vai achar legal porque vai ser comigo;
alguém a quem eu possa dizer: "tás certo mesmo", ou "acho que tás errado, mas vou te apoiar mesmo assim";
uma pessoa que saiba que tem horas pra ser alegre, tem horas pra ser triste, e que eu vou estar em todas elas porque é esse o verdadeiro significado da palavra "parceria";
alguém que vai se importar comigo se eu estiver sofrendo ou ansiosa, e de quem eu vá sentir uma preocupação bastante forte e natural, típica de pessoas que se gostam;
uma pessoa em quem eu possa dar uns esporrinhos e umas broncas de vez em quando;
uma pessoa que vai fazer o mesmo comigo;
alguém de quem eu sinta um ciuminho bobo e que vai também ficar cabreirinho quando me ver falando com outra pessoa;
alguém que queira mais ou menos as mesmas coisas que eu, lá no fundinho, e ache a maior graça no fato de eu ainda insistir em querer umas coisas muito bobas;
alguém com quem eu tenha uma afinidade tão grande, mas tão grande, mas tãaaaaao grande, que vai chegar à conclusão óbvia que me conhece de outros planetas, há quase 5 mil anos;
uma pessoa que, assim como eu, nunca vai acreditar que opostos se atraem, porque na prática os idênticos é que se amam...mas e se for oposto? "Fazer o que????";
alguém que deva ter uma dose extra de calma e paciência, porque relacionamentos requerem essas duas coisas ocasionalmente;
alguém pra me fazer colocar em prática uma receita culinária de grau de dificuldade "médio" do livro da Ofélia, que vai comer tudinho, não deixar nada no prato e dizer que amou;
alguém que, quando eu tentar pular pra receita de grau de dificuldade "só para gourmets", vai me surpreender com um super jantar no restaurante mais legal da cidade, com a alegação de que vai ser mais prático e bem mais romântico, só pra não ter que sofrer com a gororoba;
um cara que entenda que todos temos fragilidades, (aliás, muitas!);
alguém que faça tudo por mim, que comece qualquer coisa por mim, e que abandone qualquer coisa por mim;
um homem que tenha "peito" mesmo, só pra se desfazer de alguns "velhos moldes" e "velhas crenças", que mande tudo pro espaço, a meu favor;
alguém que tenha tempo e disponibilidade pra mim, sempre, mas que também saiba que cada um tem e deve ter seu espaço;
alguém que valoriza as pessoas e que me valoriza mais ainda;
uma pessoa que tenha essa mesma visão "colorida" dos amores, e que seja e esteja livre pra me amar mesmo;
alguém que faça cara de bobo e de feliz quando estiver na minha companhia;
um cara especial, e que me faça sentir especial;
Alguém que me mereça de verdade...
Alguém pra chamar de meu..."
Ai, Ai...Boas lembranças! Ótimos desejos!!
P.S.: Plágio e cópia sem sitação de fonte são crimes!! E eu sou má e processo todo mundo, já avisei!!!

domingo, 7 de junho de 2009

A Cabana

Raramente leio o que todo mundo está lendo no momento, porque sou bem do contra. Tenho um certo preconceito desse tal de best-seller, muito embora, pra mim, ele cause, SEMPRE, os mesmos efeitos de filmes nacionais - eu evito porque acho que é uma porcaria, acabo assistindo pra matar minha curiosidade e quase sempre gosto bastante, ou me surpreendo enormemente.
Com este livro não foi muito diferente. Parece até que ele me perseguiu: onde eu ia, via alguém carrengando um exemplar debaixo do braço. Pensei comigo: "mas que será que tem esse livro, hein?"...

Fui checar a olhos vivos.

E, olhem, posso dizer que tem coisa até demais.

É uma obra que trata de religião, de fé, de amor, compaixão, perdão, responsabilidade e outras tantas outras coisas vitais, imprescindíveis, mas que raramente trazemos para o nosso mundo numa reflexão coerente e sensata. Parece bobo demais, ou piegas demais, mas é verdade.
A história fala de um pai que perdeu uma filha, aparentemente assassinada, e depois dessa tragédia, ele a família afundam numa tristeza sem tamanho. Nada passa a ter graça, todos se sentem culpados pelo desaparecimento da menina e, inconformado, ele passa a duvidar da existência de Deus, "porque Deus não permitiria isso a uma criança inocente"...
Eis que, três anos após toda a depressão, Deus resolveu chamar esse pai descrente pra uma conversinha. E o que era pra ser, no mínimo, bizarro (uma bate-papo ao vivo e a cores com Deus), tornou-se a maior e melhor experiência que ele teve na vida.

Assim, esse é o resumo do resumo. Nem teria tanta graça contar um "a" a mais que isso.

Até não pesquisei melhor, mas não poderia precisar quanto tem de ficção, e quanto tem de realidade neste livro. "Irreal" ou nem tanto, ele serve pra várias reflexões. Eu me flagrei por várias vezes me sentindo um lixo de ser humano (não que a leitura seja degradante, nada disso! É só força de expressão, mesmo!), e aprendendo a ver muita coisa sob outra perspectiva. Pra variar, sob uma perspectiva que era completamente virgem aos meus olhos e ao meu modo de reagir a varias situações.

Aconselho a leitura para pessoas que perderam pessoas queridas, ou que sofreram grandes decepções, ou mesmo as sãs e felizes, mas que estão descontentes com o rumo que a vida toma de vez em quando (E todo mundo, pelo menos uma vez na vida, se irrita com o caminho que as coisas estão levando!).

O autor usa uma linguagem bem simples, rápida e direta: se duvidar, dá pra ler tudo num domingo ocioso, de uma só vez!

Eu peguei um exemplar emprestado, mas acredito até que vá comprar pra, vez ou outra, reler e reaprender as lições fantásticas desse livro.

Vale muito a pena!


P.S.: Se Deus me chamasse pra uma conversinha, uma das primeiras coisas que eu ia perguntar, completamente indignada, seria porque chove durante o dia. Chuva só serve pra abastecer o mundo de água, então que chovesse enquanto todos estivessem dormindo! Bem mais gostoso! Sair de casa com chuva só serve pra pegar doença, bater o carro, ficar de mau-humor...
Deus também bem que poderia dar a cada um de nós um "sensor de perigo iminente". Do tipo: "apitou!! Não vou que essa é fria!!"...Pra relacionamentos, mesmo, seria uma benção!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

"Só porque tenho por ela um apreço imenso..."

"...ela me esnoba, me esnoba, ME ESNOBA!!!!!!"

Tava cantarolando essa música, que grudou no meu cérebro o dia todo, e por mais de meia hora viajei no papo "click do amor". Essa coisa de "arrasto um bonde por essa pessoa e ela nem 'tchum'!". O amor desencontrado. Que vai amor e volta amizade, e que não bate num mesmo "click". Que tá completamente fora do tempo e quase sempre se perde em algum lugar.

Vai dizer: quem nunca teve um "apreço" gigante por alguém e foi esnobado??
Encontramos a pessoa perfeita, que tem as qualidades que julgamos perfeitas, claro que ela não tem defeito (porque amores e paixões não veem essas coisas!), e ela só não vira uma divindade na terra e nos faz "sonhar com um mundo melhor e mais divertido" porque...bom...
porque...porque ela não tá aí pro fato de que sonhamos, sim, com um mundo melhor e mais divertido!!!! Pra essa pessoa dos "nossos sonhos", somos apenas mais um pobre mortal (isso, usando um eufemismo: quase sempre não somos NADA pra pessoa por quem temos aqueeeeeeeele apreço!!!).

Não, e pra piorar, a nossa natureza débil-mental, suicida e sadomasoquista tridimensiona todo o sofrimento: quanto maior o amor de um lado, maior o desprezo do outro. Sempre assim!

Conclusão 1: o ser humano em estado de paixonites e amores gigantes é um tremendo idiota.
Conclusão 2: Talvez todo mundo goste mesmo de se sentir rejeitado.

Ok. Não tô dizendo que ninguém deve se apaixonar, que ninguém deve amar ninguém, ou ter apreço, consideração, esse tipo de coisa. Amor é um sentimento lindo, que todo mundo quer sentir. Sou uma defensora árdua de amores. Dos vários tipos de amores.

Também não sei se todo mundo, lá no fundinho, gosta de "sentir que tá perdendo espaço", que tá sendo deixado de lado...mas SÓ PODE SER!
As estatísticas comprovam: 19 entre 10 pessoas já morreram por alguém sem resposta alguma. Quer dizer, sem resposta, não; com resposta, mas das mais negativas (do tipo "tô nem aí pra você, não se tocou AINDA??")...

Às vezes acontece porque a pessoa amada não tem consciência nenhuma desse amor. Tá tudo num campo muito platônico demais. Era só uma amizade, ou às vezes nem era nada, o contato é quase que mínimo, e, claro, a pessoa não tem como advinhar. Só que, cuidado! - fazer com que se perceba esse amor todo é quase sempre ultra desastroso. Quem tá amando sempre acha que não se fez muito claro e peca pelo exagero: agrada demais, aparece demais, elogia demais, procura demais. Só pra ver se "o amor"acorda pra vida.
O resultado, óbvio, é que não tem como não pegar abuso de uma pessoa que fica demais no pé, que quer fazer parte da nossa vida a qualquer custo, e toda hora (eu que o diga! Tem gente que sabe ser inconveniente!!!).

(Puuuts, me achei "A super amada, agora!"...Hahahahahaha...)

Outras vezes esse amor não-correspondido aí acontece por um processo crescente e desmedido de autodestruição e autodesvalorização (assim em termos dramáticos, mesmo!). A pessoa não consegue perceber que ela própria tem muitos pontos positivos, e valores, e todo esse tipo de coisa, e tenta sempre achar no outro a razão de tudo. A felicidade plena só vai acontecer, e só nos sentiremos capazes e preenchidos se a pessoa-objeto do nosso amor estiver por perto. "Porque sem o (a) fulano (a) nada faz sentido", "não consigo me imaginar sem ele (a)" , "só ele (a) sabe como agir e o que fazer pra me fazer feliz"...
Solução??? Sempre tem! Nesses casos, vale sempre dar aquela sacudida na autoestima (agora sem hífem, é isso mesmo???). Amigos são essenciais nessas horas! Descobrir que somos úteis, felizes, amados por alguém...que temos virtudes e desejos faz bem pro pior e pro melhor dos egos! Qualquer coisa é válida: um passeio diferente, viagem, roupa nova, cabelo novo...O duro é que, cuidado novamente! - autoestima demais leva à agressividade. Quando estamos no meio de uma história de amor não-correspondido, e lá pelas tantas descobrimos num estalo que devemos ser valorizados, que aquela pessoa imbecil não nos merece, daí...Deus-nos-acuda!!! O amor vira ódio, esculacho, vingança, todo mundo sai dando patada em todo mundo (Pô...tem gente que até merece esculacho, porque esnoba demais e se acha até não ter como, mas o objetivo principal é amor mútuo, não é??? Então raiva não leva a lugar nenhum!!)...e o que era "amor" vira o demônio na terra, a situação mais trágica de todos os tempos, que não cicatriza de jeito nenhum...
Não, e mais drástico: nunca somos agressivos só com o outro; a agressividade acontece dentro de cada um de nós! Sempre rola um sentimento de culpa ou de desmerecimento porque o amor não deu certo...Uma vitimização sem fim!! A famosa crise do "sou Judas, mesmo, fazer o que?!"..."Tadinha (o) de mim!!!"...

Tem vezes, porém, que esse "amor de um lado só" aí não é nem platonice aguda, nem falta de amor-próprio. É cegueira e burrice, mesmo. Digo, de quem está amando. É muito fácil visualizar um bonequinho perfeito do nosso amor, que não tem defeitos, não xinga, não caga e não tem chulé. No fundo a pessoa não vale nada, é insuportável, feia ao extremo, ou burra ao extremo, ou desagradável ao extremo, mas só o que vemos é...uma pessoa mágica ao extremo!!!
Pura ilusão...
O problema é que nunca existe um "autodiagnóstico" de miopia, astigmatismo ou qualquer disfunção ocular desse naipe. Por mais que mil amigos falem que a pessoa não vale nada, por mais que todo o contexto demonstre que a pessoa realmente não merece todo o amor desprendido, não adianta: o cego nunca percebe nada! Nunca se enxerga (Claro!!!) !!!
Solução??? Não tem muita, não...
O jeito é deixar a coisa passar...
Porque, claro (e que bom!) , uma hora o amor termina e enxergamos alguma luzinha no fim do túnel!

Agora...triste mesmo é quando a "coisa" não bateu num mesmo tempo. A pessoa é super legal, nós nos sentimos super bem, não temos problema nenhum de auto-confiança, auto-sei-lá-o-que, nem estamos muito cegos, a situação é ótima e de parceria e agradabilidade mútua, mas, INFELIZMENTE, não rolou "aquele click" (o tal do "click do amor"). Sabe aquela história de que "nos damos super bem, temos coisas em comum, somos os dois livres, mas não rola"??? Falta de química, talvez.
Nesses casos, geralmente, um ama e é esnobado, e depois de meses, anos, o outro passa a amar também, só que já não adianta mais nada...Virou amor não-correspondido de novo, só que do outro lado.
Isso é pra chorar, a única solução. Até porque algumas vezes vezes não foi nem só falta de química e click batendo descompassado. Pode ter sido uma excelente oportunidade não-aproveitada. Ou desperdiçada. Quem sabe era só fazer uma forcinha, vai saber (até porque se o amor do outro lado chegou meio tarde, de certa forma, ele deve ter sempre existido, mesmo que muito pequenininho...) ...
Sei não...Mistérios da vida...

O fato é que , concusão 3: Quando não deu, de uma ou de outra forma, é porque não tinha que dar. Ou não tinha que dar AINDA.

Mas, de certa maneira, a conclusão 4 é que,
4a: As coisas sempre acontecem no tempo certo;
4b: O que é nosso tá guardado (e-n-t-e-r-r-a-d-o, em alguns casos) ;
e 4c: Uma hora todo esse desamor passa.

Aquela coisa, que a música diz: "...mas não tem nada, não, eu bem que me conheço, eu sei que um dia viro a mesa e mudo de endereço..."

"...e essa criatura, por quem eu tenho apreço, vai ficar cheia de culpa por me dar desprezo!".
Sempre rola um remorso da outra parte, é fato!
Não queria dizer nada, não, mas tô achando que é a conclusão n. 5.

Ô, tristeza!