
Tava cantarolando essa música, que grudou no meu cérebro o dia todo, e por mais de meia hora viajei no papo "click do amor". Essa coisa de "arrasto um bonde por essa pessoa e ela nem 'tchum'!". O amor desencontrado. Que vai amor e volta amizade, e que não bate num mesmo "click". Que tá completamente fora do tempo e quase sempre se perde em algum lugar.
Vai dizer: quem nunca teve um "apreço" gigante por alguém e foi esnobado??
Encontramos a pessoa perfeita, que tem as qualidades que julgamos perfeitas, claro que ela não tem defeito (porque amores e paixões não veem essas coisas!), e ela só não vira uma divindade na terra e nos faz "sonhar com um mundo melhor e mais divertido" porque...bom...
porque...porque ela não tá aí pro fato de que sonhamos, sim, com um mundo melhor e mais divertido!!!! Pra essa pessoa dos "nossos sonhos", somos apenas mais um pobre mortal (isso, usando um eufemismo: quase sempre não somos NADA pra pessoa por quem temos aqueeeeeeeele apreço!!!).
Não, e pra piorar, a nossa natureza débil-mental, suicida e sadomasoquista tridimensiona todo o sofrimento: quanto maior o amor de um lado, maior o desprezo do outro. Sempre assim!
Conclusão 1: o ser humano em estado de paixonites e amores gigantes é um tremendo idiota.
Conclusão 2: Talvez todo mundo goste mesmo de se sentir rejeitado.
Ok. Não tô dizendo que ninguém deve se apaixonar, que ninguém deve amar ninguém, ou ter apreço, consideração, esse tipo de coisa. Amor é um sentimento lindo, que todo mundo quer sentir. Sou uma defensora árdua de amores. Dos vários tipos de amores.
Também não sei se todo mundo, lá no fundinho, gosta de "sentir que tá perdendo espaço", que tá sendo deixado de lado...mas SÓ PODE SER!
As estatísticas comprovam: 19 entre 10 pessoas já morreram por alguém sem resposta alguma. Quer dizer, sem resposta, não; com resposta, mas das mais negativas (do tipo "tô nem aí pra você, não se tocou AINDA??")...
Às vezes acontece porque a pessoa amada não tem consciência nenhuma desse amor. Tá tudo num campo muito platônico
demais. Era só uma amizade, ou às vezes nem era nada, o contato é quase que mínimo, e, claro, a pessoa não tem como advinhar. Só que, cuidado! - fazer com que se perceba esse amor todo é quase sempre ultra desastroso. Quem tá amando sempre acha que não se fez muito claro e peca pelo exagero: agrada demais, aparece demais, elogia demais, procura demais. Só pra ver se "o amor"acorda pra vida.

O resultado, óbvio, é que não tem como não pegar abuso de uma pessoa que fica demais no pé, que quer fazer parte da nossa vida a qualquer custo, e toda hora (eu que o diga! Tem gente que sabe ser inconveniente!!!).
(Puuuts, me achei "A super amada, agora!"...Hahahahahaha...)
Outras vezes esse amor não-correspondido aí acontece por um processo crescente e desmedido de autodestruição e autodesvalorização (assim em termos dramáticos, mesmo!). A pessoa não consegue perceber que ela própria tem muitos pontos positivos, e valores, e todo esse tipo de coisa, e tenta sempre achar no outro a razão de tudo. A felicidade plena só vai acontecer, e só nos sentiremos capazes e preenchidos se a pessoa-objeto do nosso amor estiver por perto. "Porque sem o (a) fulano (a) nada faz sentido", "não consigo me imaginar sem ele (a)" , "só ele (a) sabe como agir e o que fazer pra me fazer feliz"...

Solução??? Sempre tem! Nesses casos, vale sempre dar aquela sacudida na autoestima (agora sem hífem, é isso mesmo???). Amigos são essenciais nessas horas! Descobrir que somos úteis, felizes, amados por alguém...que temos virtudes e desejos faz bem pro pior e pro melhor dos egos! Qualquer coisa é válida: um passeio diferente, viagem, roupa nova, cabelo novo...O duro é que, cuidado novamente! - autoestima demais leva à agressividade. Quando estamos no meio de uma história de amor não-correspondido, e lá pelas tantas descobrimos num estalo que devemos ser valorizados, que aquela pessoa imbecil não nos merece, daí...Deus-nos-acuda!!! O amor vira ódio, esculacho, vingança, todo mundo sai dando patada em todo mundo (Pô...tem gente que até merece esculacho, porque esnoba demais e se acha até não ter como, mas o objetivo principal é amor mútuo, não é??? Então raiva não leva a lugar nenhum!!)...e o que era "amor" vira o demônio na terra, a situação mais trágica de todos os tempos, que não cicatriza de jeito nenhum...
Não, e mais drástico: nunca somos agressivos só com o outro; a agressividade acontece dentro de cada um de nós! Sempre rola um sentimento de culpa ou de desmerecimento porque o amor não deu certo...Uma vitimização sem fim!! A famosa crise do "sou Judas, mesmo, fazer o que?!"..."Tadinha (o) de mim!!!"...
Tem vezes, porém, que esse "amor de um lado só" aí não é nem platonice aguda, nem falta de amor-próprio.
É cegueira e burrice, mesmo. Digo, de quem está amando. É muito fácil visualizar um bonequinho perfeito do nosso amor, que não tem defeitos, não xinga, não caga e não tem chulé. No fundo a pessoa não vale nada, é insuportável, feia ao extremo, ou burra ao extremo, ou desagradável ao extremo, mas só o que vemos é...uma pessoa mágica ao extremo!!!

Pura ilusão...
O problema é que nunca existe um "autodiagnóstico" de miopia, astigmatismo ou qualquer disfunção ocular desse naipe. Por mais que mil amigos falem que a pessoa não vale nada, por mais que todo o contexto demonstre que a pessoa realmente não merece todo o amor desprendido, não adianta: o cego nunca percebe nada! Nunca se enxerga (Claro!!!) !!!
Solução??? Não tem muita, não...
O jeito é deixar a coisa passar...
Porque, claro (e que bom!) , uma hora o amor termina e enxergamos alguma luzinha no fim do túnel!
Agora...triste mesmo é quando a "coisa" não bateu num mesmo tempo. A pessoa é super legal, nós nos sentimos super bem, não temos problema nenhum de auto-confiança, auto-sei-lá-o-que, nem estamos muito cegos, a situação é ótima e de parceria e agradabilidade mútua, mas, INFELIZMENTE, não rolou "aquele click" (o tal do "click do amor"). Sabe aquela história de que "nos damos super bem, temos coisas em comum, somos os dois livres, mas não rola"??? Falta de química, talvez.
Nesses casos, geralmente, um ama e é esnobado, e depois de meses, anos, o outro passa a amar também, só que já não adianta mais nada...Virou amor não-correspondido de novo, só que do outro lado.
Isso é pra chorar, a única solução. Até porque algumas vezes vezes não foi nem só falta de química e click batendo descompassado. Pode ter sido uma excelente oportunidade não-aproveitada. Ou desperdiçada. Quem sabe era só fazer uma forcinha, vai saber (até porque se o amor do outro lado chegou meio tarde, de certa forma, ele deve ter sempre existido, mesmo que muito pequenininho...) ...
Sei não...Mistérios da vida...
O fato é que , concusão 3: Quando não deu, de uma ou de outra forma, é porque não tinha que dar. Ou não tinha que dar AINDA.
Mas, de certa maneira, a conclusão 4 é que,
4a: As coisas sempre acontecem no tempo certo;
4b: O que é nosso tá guardado (e-n-t-e-r-r-a-d-o, em alguns casos) ;
e 4c: Uma hora todo esse desamor passa.
Aquela coisa, que a música diz: "...mas não tem nada, não, eu bem que me conheço, eu sei que um dia viro a mesa e mudo de endereço..."
"...e essa criatura, por quem eu tenho apreço, vai ficar cheia de culpa por me dar desprezo!".
Sempre rola um remorso da outra parte, é fato!
Não queria dizer nada, não, mas tô achando que é a conclusão n. 5.
Ô, tristeza!
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