terça-feira, 28 de setembro de 2010

O "status" da minha água e uma reflexão pra lá de interessante...

Se tem um hábito bastante saudável que sigo à risca, e do qual me orgulho desmedidamente, é o de beber uma quantidade pra lá de significativa de água todos os dias. 2,5 litros, quando muito pouco.

Na verdade, já tive uma educação alimentar regrada (e hoje agradeço a chatice da minha mãe na proibição de balas, besteiras e junkie food! Graças a Deus por ela!), sempre com muito água e várias combinações de sucos em substituição a toda podridão dos refrigerantes, e depois mesmo que passei a trabalhar com a voz, sair com uma garrafinha pra lubrificar minha garganta virou praxe.
Para hidratar, limpar, purificar todo o meu aparelho fonético, porém, sempre bebo água na temperatura ambiente (o que, na verdade, é o indicado). Gelo, nem pensar, que me deixa rouca (no mínimo). E desconforta minhas pregas vocais (assim disse meu otorrino, e pela prática, atesto como verdadeiro).
Um pouquinho só gelada, dessas que acabaram de ir pro refrigerador?
Nem pensar, também. Ainda que eu esteja sob um calor de 45°C.
Água pra mim tem que ser potável, natural, insípida, inodora e incolor. E em temperatura ambiente, fora do gelo.
Sem exceções.



Só pra começar, então, tem uma coisa bastante curiosa que sempre me acontece quando vou comprar garrafinha de água com essa "frescurinha" em bares, restaurantes, cafeterias, ou qualquer estabelecimento do tipo.
O garçom se aproxima e me pergunta:
- Pra senhorita, alguma coisa pra beber?
E eu questiono, precavidamente:
- Vocês tem água mineral fora do gelo...? Quero dizer, em temperatura ambiente, que não tá no freezer? Água...quente??
Sempre recebo um olhar todo solícito nessa hora, e é quando vem a resposta:
- Claro, claro! Eu posso pegar pra você, sim. É COM GÁS OU SEM GÁS?



E...pausa!


Exatamente aí, a minha parte intolerante e sarcástica ao extremo tem vontade de devolver:
- É com gás, por favor. Eu quero beber água quente COM GÁS, porque devo ter comido alguma coisa que não me desceu muito bem, e quem sabe assim eu já solto tudo de uma vez na hora em que os gases resolverem sair do meu corpo, o que deve acontecer n0 meu primeiro gole, ou segundo, no máximo...Ah, e a temperatura ambiente de vocês é de realmente 20°C??? Não, porque eu tava aqui pensando...Faz assim, ó: será que tem como ferver até sair fumacinha? Ou deixar uns 40 segundinhos no microondas, se for mais prático? Pra esquentar mais, sabe...quanto mais quente, melhor! Daí já aproveita e adiciona umas duas rodelas de limão, mas bem fininhas! Ai, fica uma delícia! Tomo todos os dias em casa antes de dormir!!! Aaaaah, moço, moço...MOÇO!!!! Peraí! Se tiver açucar mascavo, eu agradeço! É que já tô acostumada a beber na minha casa com esse açucar marronzinho...bem mais saudável!



Nãaaaao, porque é inacreditável!
Tudo bem que tem muito louco com cada mania extravagante...
Mas me parece bastante óbvio que se eu quero beber água "fora do gelo" ela é sem gás. O contrário disso seria tão insano quanto beber refrigerante quente.
Alguém suporta??
Só quem compra refri que não tá gelado é quem vai levar pra casa, e consumir depois de um bom tempo de refrigerador, e de uns bons cubos de gelo!
A única bebida quente gaseificada que eu conheço (até onde vai a minha larga cultura sobre bebidas) é remédio, desses tipo ENO!!!!!!!!!!!



(Tá. Vai que algum maluco resolve de inventar a moda do "chazinho de limão gaseificado", pra ingerir pelando de quente depois da refeição...Nunca se sabe!)



(Não. Mas é descabido ainda assim!)


Então, pra ainda ser cortês e eficiente, a pergunta-retórica do garçom deveria ser:
- a água é sem gás, né?
Pra que eu respondesse:
- sim, sim. Por favor.



Claro que nessas horas eu não perco a tolerância, nem faço piadinha, nem chamo o gerente, e só confirmo, numa educação de dar inveja até à Rainha Elizabeth II:
- Sim, moço! A água é sem gás, por gentileza.
E dou um sorrisinho simpático, por fim.



Sei que pode até parecer besteira, ou verdadeiramente debochado da minha parte todo esse papo. A única coisa que me ocorre, porém, é que eu fico embasbacada de ver como esse episódio ocorre em 100% das vezes em que eu vou comprar minha tão sonhada garrafinha.
Sério: eu disse 100% das vezes!
Já até tentei fazer um teste pra ver se algum abençoado NÃO me pergunta se é "com gás ou sem gás", mas não tem jeito! Parece que sai automático!

Daí sempre volto pra casa pensando se não existem pessoas que, de fato, pedem água quente com gás, e por isso que sempre me aparece essa...Mas não pode!


Cheguei a conclusão de que é tudo culpa da maldita força do hábito!



E olha que conclusão mais interessante, essa minha, mesmo: é uma frase que garçons estão tão habituados a perguntar quando alguém pede água, foram tão treinados pra isso, que ninguém se dá nem o trabalho de pensar antes de falar qualquer coisa, no que é óbvio ou não, e simplesmente sai...Deve ser como o cara do caixa, que ao receber um cartão pro pagamento, dispara um "é débito ou crédito?"...
(Aliás, é um teste bem válido a ser feito: aposto que seu der uma folha de cheque, do jeito que as coisas andam, ainda vão me perguntar se "é débito ou crédito?"...)



Nem preciso dizer que não se trata de nenhum ataque a garçons ou operadores de caixa.
E nem TPM.
Na verdade, na verdade, nem me irrito com essa coisa do status da minha água; acho até graça!



Só que voltei pra casa ontem pensativa, absorvida nas minhas "viagens", tentando tirar "lições de vida nas coisas mais simples, e olha que profundo!": "Será que também eu, nas minhas atividades ou situações do cotidiano, não solto várias dessas pérolas impensadas, e não saio perguntando imbecilmente 'se a água quente é com gás ou sem gás' "???... "Será que eu não estou tão habituada a determinadas fórmulas, que antes não paro pra perceber se elas funcionam, ou se elas não beiram a patetice"???... "SERÁ QUE EU PENSO ANTES DE FAZER O QUE EU COSTUMO FAZER SEMPRE"?????



Nem preciso dizer qual foi a conclusão da minha conclusão, mas digo mesmo assim: eu provavelmente faço várias coisas habituais sem pensar antes. E já devo ter disparado, certamente, várias frases "loiras" (mil perdões às loiras inteligentes que entenderam a piada!).
Eu e, decerto, TODO MUNDO!
Claro que o que nunca aconteceu foi de eu ter percebido.
Eu e, decerto, TODO MUNDO!

Coisa para se refletir daqui pra frente, então: raciocinar bastante antes de executar as tarefas mais comuns e corriqueiras do dia. Ser mais prático, mais funcional, mais eficaz e menos evidente!
Quero soltar nas próximas, então, um "2 min e já trago sua garrafa de água sem gás. Não gelada, como solicitado. Mais alguma coisa???"

Pensemos a respeito, meus caros. Pensemos!!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Movida a cafeína

Nunca usei drogas, não sou chegada a bebida alcoolica, cigarro me dá alergia, e nem tenho maiores compulsões, ou desvios comportamentais (não que eu saiba, ou já tenha diagnosticado...). Mas admito que ando viciada demais em café...
Não é crime, uma vez que não é ilegal; também não é contra os bons costumes da sociedade, porque não fere a moral de ninguém, nem causa dano ou perigo a ninguém; pelo que andei pesquisando não faz mal à saúde, tampouco...

É pecado, será?? Até deve ser, já que no meu caso é vício...MAS, já que dizem que há prazer no pecado, reconheço, mesmo, que esse é um dos meus.

Só que comecei a perceber que até mudo de humor quando não tomo um golinho nas horas estratégicas (começo da manhã e fim da tarde, geralmente). Sinal de perigo! E cheguei a conclusão de que o meu caso anda mesmo muito sério, tanto que comecei a sentir cheiro psicológico de café. E, esse cheiro costuma ter até hora marcada pra aparecer - não passa muito das 18h e eu solto um "que cheirinho sensacional de café passado. Alguém me acompanha?", quando não tem um grãozinho sequer nem próximo de mim.

E isso só pode ser coisa de gente viciada!

(Apesar de que, e isso é quase unânime, poucas coisas são tão boas quanto café feitinho na hora. O cheiro chega a ser até bem melhor do que o gosto, não é verdade?)

Mas deixa eu explicar (sim, porque todo mundo que tem um vício se justifica, provando por A + B que ele não é tão grande assim) : não passo o dia todo bebendo. Tem uns mesmo, e conheço vários assim, que a cada meia hora pedem pra alguém fazer um cafezinho, ou ligam a cafeteira, ou o que quer que seja. Eu sou mais contida nas frequências. E nem exalo ou salivo a substância "viciante" toda hora. Nas horas de café de verdade, porém, tomo quase meio litro numa sentada! Aliás, pro meu caso, acho que o nosso país deveria adotar a venda de café como nos EUA e suas redes a la Starbucks, por exemplo: os menores copos são de 350 ml. É de matar mesmo o desejo pela cafeína! E não sei como essa idéia genial ainda não foi amplamamente difundida por aqui, no próprio país do café!!! Eu, pelo menos, e importando a mania, já adotei a minha caneca GG.

Minhas defesas são as de que café previne doenças, estimula a memória, é rico em sais minerais, vitamina B (boa para pele, cabelo, olhos, saúde emocional e aparelho gastrointestinal, por exemplo), possui antioxidante natural, auxilia no combate a depressão e a perda de peso (o que, por si só, já justificaria o consumo diário pra 10 em cada 10 mulheres!!!). Fora outros tantos benefícios a saúde e ao bom funcionamento do corpo.

Não, e ainda tem a idéia sensacional de que café socializa as pessoas. Todo mundo quer encontrar todo mundo pra um cafezinho - parceiros de trabalho, amigos de longa data, clientes, affairs - sempre fica a promessa do "vamos tomar um café qualquer hora dessas!", como sinal de que "sou educado e muito me interessaria a sua companhia"...E uma xícarazinha oferecida pra uma visita é um demonstrativo cultural de gentiliza. Ir na casa de alguém e a pessoa não dispor nem um tantinho de café, é desfeita das mais grosseiras!

Ainda, pra mim, mais especificamente, é a bebida que cura qualquer solidão. Toda vez que estou sozinha, ou me sentindo mais isolada que o esperado, parece automático: grudo na minha xícara de café (GG, importante lembrar!) e vou ler alguma coisa. Nada mais estimulante!

O que me acusa, por outro lado, é que, como tudo consumido em exagero, não pode fazer bem, né? Essa semana eu me flagrei pensando que minha paixão desmedida por uma "média com leite mais escurinha" pode estar me causando um sério prejuízo, ou sendo o verdadeiro vilão da minha gordurinha acumulada na região abdominal.

"Ué??! mas café não faz perder barriga???"

Pois é...dizem vários nutricionistas que sim. Mas, pro meu caso, o bandido em questão nem chega a ser o café. É o açucar!!!

(Meu Deus, agora creio mesmo que estou viciada ao extremo! Todo "drogado" defende o uso da substância...e põe a culpa em outra coisa, completamente nada a ver!!!!!!)

Pensa bem: supondo que eu tomo 3 xícaras por dia (acredito que, em quantidade, até possa ser mais), são, no mínimo, 3 colheres de açucar pra adoçar. Ou adoçante dietético quando me pesa a consciência...

Também dizem os bons nutricionistas que ninguém deveria ingerir muito mais que duas colheres de açucar refinado por dia. A versão artificial não tem quase nada de calorias, nem contribui pra diabetes, mas já cansei de ouvir falar que adoçante demais faz um mal que só vendo...

Considerando que bebida amarga não é comigo, basta racionar logicamente: tem sobrado açucar no meu sangue e eu ando em déficit com a minha alimentação saudável...

É...preciso cortar o cafezinho!

Mas só de pensar nisso agora senti cheiro de café...
Pensando bem, por agora, preciso de um gole. AGORA eu só preciso de um gole!

Minha "abstinência" prometo que começa na segunda. Sempre na segunda!