domingo, 28 de novembro de 2010

Não é TPM, é TCC!!!


Não sei o que anda acontecendo, mas falei com uma pá de pessoas que está entregando TCC, tese de mestrado, de doutorado...que tá estudando pra mais um vestibular, ou pra tentar uma bolsa em tal país...uma pilha de nervos generalizada!

E, bem...
Estou bastante afastada desse universo acadêmico (embora pense em voltar alguma dia, já que me encanta aprender alguma coisa de diferente, ou aprofundar um conhecimento) , mas eu me debrucei nas minhas lembranças da época em que estava concluindo meus cursos, vivendo essa mesma situação.

Não sei se tenho muitos problemas mas, diferentemente da maioria, não me estressei nem um pouco.

Quer dizer...impossível não se estressar, mas eu procurei me organizar bastante, pra não ficar com o cronograma apertado, e arrancar metade dos cabelos da minha cabeça depois.
E cada vez que minha pressão queria subir, ou que me dava um pontinha de raiva, ou ansiedade, ou medo de alguma coisa, eu respirava fundo e via que não fazia o menor sentido: todas as pessoas do mundo (acadêmico) passam por essa fase, e saem vivas! Eu seria muito azarada se fosse vítima de alguma coisa contrária a isso.
Quase que como cair um raio na minha cabeça, entendem?

Então, na minha primeira experiência com fim de curso, eu estava tão excitada pra ver as coisas prontas, e pra receber meu diploma, num clima de total relax, que juntei todos os livros que embasaram a minha monografia, fiz um intensivo de horas ininterruptas na frente do computador e "pari" quase a metade de tudo em 3 dias e meio!!!
Só sei que em um mês eu acabei tudo, e tive outros quatro só pra revisar erros e fazer pequenas modificações. E nem precisei de maracujina!

Já a apresentação foi bem conturbada! Pra testar mesmo se eu era uma pessoa tranquila e de nervos domados! Lembro que várias pessoas estavam na sala assistindo - quase que todo o curso de Direito da universidade-, foi um entra e sai de gente (as pessoas não tem muita noção de respeito e de educação nessas horas), e pra fechar com chave de ouro, a minha orientadora quase saiu no tapa com um membro da banca, já por discussões antigas (e eu, sem fazer a menor noção do porquê de tantas agulhadas recíprocas!). Fiquei por duas horas respondendo quase que uma Enciclopédia Barsa de perguntas, mas acabei me saindo super bem - ou melhor que o esperado, considerando que o clima não foi dos melhores.
Acabei recebendo um 9,5 (fiquei super indignada com a minha nota, já que tinha me preparado pra um 10 com três estrelinhas - eu, uma das pessoas mais exigentes que Deus colocou na Terra), e quando me anunciaram o resultado da banca eu dava risada até não poder mais! Até hoje não sei se foi um riso de alívio, de alegria, de irritação, ou de nervoso...Só sei que, no fim das contas, foi um dos mais peculiarmente agradáveis que soltei até hoje...

Alguns meses depois, quando precisei enfrentar outro fim de curso, eu tava tão vacinada, que passei meu TCC inteiro com o "botão da abstração" ligado! Se antes eu já era mansa e imperturbável pra essas coisas, no segundo eu beirei o relapso! Tanto que, por isso, eu fiz a minha companheira de trabalho (era em dupla!) se estressar por nós duas, e acabamos com uma briga homérica uma semana antes da apresentação.
Hoje eu vejo que poderia ter me dedicado muito além! Não tanto com relação ao trabalho, que obteve um grau de qualidade desejado, mas de forma mais respeitosa com o sentimento alvoroçado dessa minha amiga. Afinal de contas, pra ela era a primeira vez (e ela era "normal", suscetível a enxaquecas de TCC!). Admito que minha postura de "tranquilidade inabalável" soou como desinteresse e indiferença.
Só pra terminar com emoção, nossa apresentação foi um bocado pesada. Fomos bombardeadas com críticas e questionamentos dignos do período da Inquisição. Não teve um "a" do nosso trabalho que tenha passado desapercebido, e essa foi a hora em que senti falta da maracujina que tinha recusado nos seis meses anteriores!
Entre mortos e feridos, todavia, saímos ilesas e felizes! E dessa vez, SIM, exibindo o tão esperado 10 com três estrelinhas...

Isso foi o que me restou de lembrança, desse período "obscuro em tese" da minha vida...
...

Sei que, pra essas ocasiões, talvez conselhos não valham muita coisa. Conheço gente que perdeu o sono, que emagreceu muito, que engordou muito, que brigou com a metade da família, que ficou insuportável...tudo por causa de tão uma tão abençoada conclusão de curso.
O estresse vem, quase que inevitável, mas a explosão de nervos é opcional.
Então, se adianta uma recomendaçãozinha pra quem está passando por uma situação parecida, dou até três:
1. Estudar nunca é demais! E quanto melhor a gente se prepara, menos fica propenso a ataques histéricos. Não dói nada, também!
2. O maior desafio nem é concluir o trabalho, mas é se organizar quanto a execução do trabalho! O ideal é acabar bem antes do tempo, pra não dar uma de brasileiro e deixar tudo pras vésperas. Com tempo sobrando dá pra revisar, modificar, estudar a apresentação, tirar dúvidas...e relaxar! Vai fazer em cima da hora, impossível ficar bom!
3. Não vale a pena se estressar! Não que o trabalho deva ficar uma porcaria, de tão mal feito! NÃO! Não há que se confundir relaxamento psicológico com irresponsabilidade! Mas coisas bem executadas não precisam vir carregadas de estresse e preocupação! Até porque, sabem onde vai parar o nosso material tão cuidadosamente desenvolvido??
Nem conto pra vocês...

De resto, meus caros, só partir pro abraço, porque, no fim das contas, todo estudante consegue aquilo que queria (mesmo que demore 10 anos pra isso!!)...
Se ainda assim ficar difícil, lembrem que, pra dar errado, IMPOSSÍVEL: mais fácil um raio cair na cabeça...

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