domingo, 28 de novembro de 2010

Não é TPM, é TCC!!!


Não sei o que anda acontecendo, mas falei com uma pá de pessoas que está entregando TCC, tese de mestrado, de doutorado...que tá estudando pra mais um vestibular, ou pra tentar uma bolsa em tal país...uma pilha de nervos generalizada!

E, bem...
Estou bastante afastada desse universo acadêmico (embora pense em voltar alguma dia, já que me encanta aprender alguma coisa de diferente, ou aprofundar um conhecimento) , mas eu me debrucei nas minhas lembranças da época em que estava concluindo meus cursos, vivendo essa mesma situação.

Não sei se tenho muitos problemas mas, diferentemente da maioria, não me estressei nem um pouco.

Quer dizer...impossível não se estressar, mas eu procurei me organizar bastante, pra não ficar com o cronograma apertado, e arrancar metade dos cabelos da minha cabeça depois.
E cada vez que minha pressão queria subir, ou que me dava um pontinha de raiva, ou ansiedade, ou medo de alguma coisa, eu respirava fundo e via que não fazia o menor sentido: todas as pessoas do mundo (acadêmico) passam por essa fase, e saem vivas! Eu seria muito azarada se fosse vítima de alguma coisa contrária a isso.
Quase que como cair um raio na minha cabeça, entendem?

Então, na minha primeira experiência com fim de curso, eu estava tão excitada pra ver as coisas prontas, e pra receber meu diploma, num clima de total relax, que juntei todos os livros que embasaram a minha monografia, fiz um intensivo de horas ininterruptas na frente do computador e "pari" quase a metade de tudo em 3 dias e meio!!!
Só sei que em um mês eu acabei tudo, e tive outros quatro só pra revisar erros e fazer pequenas modificações. E nem precisei de maracujina!

Já a apresentação foi bem conturbada! Pra testar mesmo se eu era uma pessoa tranquila e de nervos domados! Lembro que várias pessoas estavam na sala assistindo - quase que todo o curso de Direito da universidade-, foi um entra e sai de gente (as pessoas não tem muita noção de respeito e de educação nessas horas), e pra fechar com chave de ouro, a minha orientadora quase saiu no tapa com um membro da banca, já por discussões antigas (e eu, sem fazer a menor noção do porquê de tantas agulhadas recíprocas!). Fiquei por duas horas respondendo quase que uma Enciclopédia Barsa de perguntas, mas acabei me saindo super bem - ou melhor que o esperado, considerando que o clima não foi dos melhores.
Acabei recebendo um 9,5 (fiquei super indignada com a minha nota, já que tinha me preparado pra um 10 com três estrelinhas - eu, uma das pessoas mais exigentes que Deus colocou na Terra), e quando me anunciaram o resultado da banca eu dava risada até não poder mais! Até hoje não sei se foi um riso de alívio, de alegria, de irritação, ou de nervoso...Só sei que, no fim das contas, foi um dos mais peculiarmente agradáveis que soltei até hoje...

Alguns meses depois, quando precisei enfrentar outro fim de curso, eu tava tão vacinada, que passei meu TCC inteiro com o "botão da abstração" ligado! Se antes eu já era mansa e imperturbável pra essas coisas, no segundo eu beirei o relapso! Tanto que, por isso, eu fiz a minha companheira de trabalho (era em dupla!) se estressar por nós duas, e acabamos com uma briga homérica uma semana antes da apresentação.
Hoje eu vejo que poderia ter me dedicado muito além! Não tanto com relação ao trabalho, que obteve um grau de qualidade desejado, mas de forma mais respeitosa com o sentimento alvoroçado dessa minha amiga. Afinal de contas, pra ela era a primeira vez (e ela era "normal", suscetível a enxaquecas de TCC!). Admito que minha postura de "tranquilidade inabalável" soou como desinteresse e indiferença.
Só pra terminar com emoção, nossa apresentação foi um bocado pesada. Fomos bombardeadas com críticas e questionamentos dignos do período da Inquisição. Não teve um "a" do nosso trabalho que tenha passado desapercebido, e essa foi a hora em que senti falta da maracujina que tinha recusado nos seis meses anteriores!
Entre mortos e feridos, todavia, saímos ilesas e felizes! E dessa vez, SIM, exibindo o tão esperado 10 com três estrelinhas...

Isso foi o que me restou de lembrança, desse período "obscuro em tese" da minha vida...
...

Sei que, pra essas ocasiões, talvez conselhos não valham muita coisa. Conheço gente que perdeu o sono, que emagreceu muito, que engordou muito, que brigou com a metade da família, que ficou insuportável...tudo por causa de tão uma tão abençoada conclusão de curso.
O estresse vem, quase que inevitável, mas a explosão de nervos é opcional.
Então, se adianta uma recomendaçãozinha pra quem está passando por uma situação parecida, dou até três:
1. Estudar nunca é demais! E quanto melhor a gente se prepara, menos fica propenso a ataques histéricos. Não dói nada, também!
2. O maior desafio nem é concluir o trabalho, mas é se organizar quanto a execução do trabalho! O ideal é acabar bem antes do tempo, pra não dar uma de brasileiro e deixar tudo pras vésperas. Com tempo sobrando dá pra revisar, modificar, estudar a apresentação, tirar dúvidas...e relaxar! Vai fazer em cima da hora, impossível ficar bom!
3. Não vale a pena se estressar! Não que o trabalho deva ficar uma porcaria, de tão mal feito! NÃO! Não há que se confundir relaxamento psicológico com irresponsabilidade! Mas coisas bem executadas não precisam vir carregadas de estresse e preocupação! Até porque, sabem onde vai parar o nosso material tão cuidadosamente desenvolvido??
Nem conto pra vocês...

De resto, meus caros, só partir pro abraço, porque, no fim das contas, todo estudante consegue aquilo que queria (mesmo que demore 10 anos pra isso!!)...
Se ainda assim ficar difícil, lembrem que, pra dar errado, IMPOSSÍVEL: mais fácil um raio cair na cabeça...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

E eis que a Martha me salva a falta de inspiração...

Estou cheia de coisas que descobri que precisava fazer antes de viajar - o que é sempre normal e precede a um período de férias - então não me sobrou muito tempo pra que eu pensasse em algo sobre o que escrever. Útil ou não, nada na cabeça.

Compartilho, então, um texto interessantíssimo da Martha Medeiros (adoro!), e que não deixa de ter super a ver com algumas coisas que penso com frequência (e também no dia de hoje):

O GRITO

Não sei o que está acontecendo comigo, diz a paciente para o psiquiatra.

Ela sabe.

Não sei se gosto mesmo da minha namorada, diz um amigo para outro.

Ele sabe.

Não sei se quero continuar com a vida que tenho, pensamos em silêncio. Sabemos, sim.

Sabemos tudo o que sentimos porque algo dentro de nós grita. Tentamos abafar este grito com conversas tolas, elocubrações, esoterismo, leituras dinâmicas, namoros virtuais, mas não importa o método que iremos utilizar para procurar uma verdade que se encaixe nos nossos planos: será infrutífero. A verdade já está dentro, a verdade se impõe, fala mais alto que nós, ela grita.

Sabemos se amamos ou não alguém, mesmo que esteja escrito que é um amor que não serve, que nos rejeita, um amor que não vai resultar em nada. Costumamos desviar este amor para outro amor, um amor aceitável, fácil, sereno. Podemos dar todas as provas ao mundo de que não amamos uma pessoa e amamos outra, mas sabemos, lá dentro, quem é que está no controle.

A verdade grita. Provoca febres, salta aos olhos, desenvolve úlceras. Nosso corpo é a casa da verdade, lá de dentro vêm todas as informações que passarão por uma triagem particular: algumas verdades a gente deixa sair, outras a gente aprisiona. Mas a verdade é só uma: ninguém tem dúvida sobre si mesmo.

Podemos passar anos nos dedicando a um emprego sabendo que ele não nos trará recompensa emocional. Podemos conviver com uma pessoa mesmo sabendo que ela não merece confiança. Fazemos essas escolhas por serem as mais sensatas ou práticas, mas nem sempre elas estão de acordo com os gritos de dentro, aquelas vozes que dizem: vá por este caminho, se preferir, mas você nasceu para o caminho oposto. Até mesmo a felicidade, tão propagada, pode ser uma opção contrária ao que intimamente desejamos. Você cumpre o ritual todinho, faz tudo como o esperado, e é feliz, puxa, como é feliz. E o grito lá dentro: mas você não queria ser feliz, queria viver!

Eu não sei se teria coragem de jogar tudo para o alto.

Sabe.

Eu não sei por que sou assim.

Sabe.


É...
No fundo, lá no fundinho, nós sempre sabemos de tudo...

Beijos a todos!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ozzy X Rio

Li no jornal ontem, o que Ozzy Osbourne comentou sobre o Rio:
“Fiquei desapontado com o lugar. Tinha esperado ver a Garota de Ipanema em cada esquina, mas não vi nenhuma. Havia só um monte de crianças pobres correndo pelo lugar como ratos. As pessoas eram ou absurdamente ricas ou viviam nas ruas, parecia não haver nada no meio.”


E eu, que já não era nada fã do dito cujo, passei a odiá-lo profundamente.

Não sou carioca, não moro no Rio, até concordo, de certa forma, com a opinião dele a respeito da cidade, MAS...acredito que não tem coisa mais irritante do que alguém falando mal do lugar onde a gente mora.
Como boa brasileira que sou, achei uma afronta!

Claro que impressões de lugar são extremamente pessoais (como são todas as outras impressões), e o fato de se gostar ou não de uma cidade visitada é relativo- depende da companhia, do humor, da temperatura, de sorte...
E, sim, todos temos um cantinho preferido, que nos surpreendeu, que nos agradou, ou que teve mais a ver com a nossa personalidade...

Mas acho que, mesmo quando vem o desapontamento e a decepção com um lugar específico, até por questão de educação (e principalmente por questão de educação!), o melhor é fechar a boca e guardar essa péssima impressão pra muito poucos (até porque a gente não vai fazer uma visita pra um amigo e chega dizendo, em primeiro lugar, que a casa dele tá precisando de uma reforma...bons modos, cadê?).

Uma vez quase saí no tapa com uma amiga (super desagradável) de uma amiga que veio passar um feriado aqui na minha cidade-paraíso e reclamou por quase 3 dias ininterruptos...que aqui não tinha isso, que não tinha aquilo, que o transporte isso, que a gente aquilo, que o preço sei lá mais o que...
"Amiga, volta pra casa!"

Outra coisa que também não entendo: como que alguém decide viajar - pra visitar uma cidade, país, o que seja - na intenção de viver alguns dias agradáveis, de descansar, aproveitar, conhecer pessoas e hábitos novos, E...SÓ SABE RECLAMAR QUE NÃO "SEI EM QUAL LUGAR O CÉU É BEM MAIS BONITO"...

Tem dó!

Até entendo que, pra uns afortunados aí (os viajantes de 1a. ordem) é bem complicado essa coisa de comparação, porque quanto mais os destinos visitados, maior fica o referencial... Só que a pessoa tem que ser muito de mal com a vida pra perder tempo com crítica em dia de descanso.

Então, Ozzy, junte-se ao grupo da amiga super-desagradável-total-rabugenta:
volta pra casa!!!

Pra todos os efeitos, o Rio de Janeiro continua lindíssimo...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Paul no Brasil

Acordei inconformada.

Inicialmente não quis comprar ingresso pro show do Paul porque achei o preço meio salgado, e porque jurei pra mim mesma que ia gastar menos com shows, eventos e entretenimento daqui pra frente...Meu consolo é que já tinha visto um pedaço do show dele no Live8 em 2005 (nem 1% da graça, mas era um consolo assim mesmo!)...
Too late...claro que me arrependi!

Depois de relatos surpreendentes de alguns amigos que conferiram ao vivo e que estão até agora sem muito fôlego, e de matérias nos jornais, na internet (em todos os lugares por onde eu passo, droga!), e de uma parte do show transmitida pela Globo, só posso agradecer pelo fato de que, AINDA BEM, arrependimento não mata.
(Fisicamente, porque por dentro, estou aos pedaços...)

...

Pausa pro dèja-vú.

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Quando tava passando uma temporada nos EUA, em 2006, James Brown estava em turnê e ia se apresentar numa cidade pequena, próxima a que eu morava. Pensei na mesma hora em que fiquei sabendo: "Meu Deus! Preciso dar um jeito de ver um show desse homem, lenda do soul, a qualquer custo, antes que ele morra!"...
Eu quis fazer fila na frente do balcão da bilheteria horas antes de iniciarem as vendas, pra ter certeza de que teria meu ingresso garantido, mas achei a minha idéia estapafúrdia e tiete demais. Porque eu estava trabalhando e não tinha como me liberar (e queria mostrar pro meu chefe que existem brasileiros que levam o trabalho por lá a sério), acabei nem pedindo pra sair mais cedo, só pra comprar o bendito ingresso do show do homem...Que que eu ia dizer pro meu boss, sabe? Que eu tive uma diarréia no meio do expediente e que precisava sair urgente??? Ia falar a verdade, queimar meu filme, passar por louca, só pra matar o trabalho??? Não vi necessidade de mentir...era melhor ir bonitinha pro trabalho, afinal de contas ia ser um perrengue me deslocar até o local das vendas (ooooutra cidade), e imaginei que naquele fim de mundo onde eu estava, ninguém ia querer comprar o ingresso pro show dele, assim, imediatamente...Pensei com meus botões num fator extra: "tem tanto show bom por aqui, aposto que esses americanos não ficam nesse desespero todo..."

O que aconteceu??? Acabei me dando super mal por ser uma funcionária exemplar, porque americanos ficam, sim, nesse desespero todo e os ingressos se esgotaram pouco mais de 2 horas depois de liberados pra venda...Chupei meu dedo!
E ganha uma prêmio aquele que adivinhou que a história teve um fim bem trágico e o cara morreu poucos meses depois...

(Por também ser uma funcionária exemplar, naquela mesma época, perdi o show do BB King. Pra alívio da consciência, pelo menos, essa tá vivinho da Silva!)

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Volto ao Hey Jude!

...
Não comentei nada disso porque, como num filme que já vi antes, prevejo a morte próxima de Paul McCartney.
Longe disso - vida longa pro Sir Paul!

Mas porque revivi a sensação péssima de ter perdido talvez a minha última chance.

Conheço muita gente que acha o som dos Beatles um saco, que não dá a mínima pra esse cara, e que nem sabe cantar meio refrão de alguma coisa que ele tenha feito em carreira solo.
Eu, porém, tenho uma história com ele.
Ou posso dizer que ele fez parte de uma boa parte da minha.

Cresci ouvindo as canções dos Beatles, e digo pra todo mundo que eles foram meus primeiros professores de inglês (eu, bem pequena, com uns 5, 6 anos, cantarolando "You say yes/ I say no/ You say stop/ but I say go go gooo...").
Assistia aos vídeos que meu pai colocava no extinto vídeo cassete repetidas vezes; passava várias tardes de sábado entre Get Back e Penny Lane, numa viagem aos vários álbuns do quarteto que também meu pai guardava com carinho de colecionador; sabia tudo da vida de John, Paul, George e Ringo, e com eles guardava uma intimidade como se fossem da minha família; cansei de chorar ouvindo Let it be...

Eis que Paul foi, basicamente, o que sobrou disso tudo.
De passagens fantásticas da minha infância remota...

E o mais sensacional é que eu não fui a única. Nem muito menos a última.
Semana passada, mesmo, estava em um casamento, com uns 5 garotinhos de uns 7 anos na frente, pedindo enlouquecidamente que tocassem Beatles. Quando a banda atendeu ao pedido e fez um medley com meia dúzia de músicas, fiquei sem palavras quando vi que eles sabiam a letra de TODAS ELAS!!
É a isso que me refiro quando digo que gênios musicais são os que se inserem na história das pessoas, e as modificam de certa forma...

Várias gerações, vários gostos...mesmo quem não curte, duvido que não se acabe pelo menos com um "shake it up babe now/ twist and shout" numa formatura ou festinha de família...

E eu perdi de também me acabar com essas e muitas outras com o super simpático do Paul no show de ontem! Até agora, não me acredito!
Muito Hard day´s night a minha noite de Yesterday, pro meu gosto...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sim, Senhor!

Conheço muita gente que, como eu, tem muita dificuldade pra dizer um não.
Não falo pelos outros, mas no meu caso, é quase sempre pra não me estressar, não criar caso com a pessoa que me pede um favor e tal...Eu acho todo mundo legal, muy amigo de mi corazón, quero contribuir, ser útil...E as vezes nem vai me custar tanta coisa, mesmo (na verdade, na verdade, acaba dando um certo trabalho, muito mais do que eu imaginava que fosse dar, massss...quando percebo, já fiz!). Posso fazer com a cara meio contrariada, mas sempre faço. A frase "SIM, deixa comigo", sai mais do que automática, involuntária...deve estar no meu DNA.
O resultado é que costumo fazer bem mais coisas que conseguiria, e que deveria. Eu me desdobro em 500 pra dar conta de ajudar várias pessoas, de cumprir vários prazos, de executar vários trabalhos. Pra estar em vários lugares.
E quando a "pessoa que não consegue dizer NÃO" tem uma característica exigente e perfeccionista, assim como eu (e geralmente tem, porque as pessoas que não sabem recusar pedidos acabam atoladas de coisa porque, no fundo, no fundo, sempre acham que poderiam fazer melhor do que se apenas delegassem pra uma outra pessoa...acrescento aí também as péssimas características de egocentrismo e autocontrole - quando não controle do outro - excessivo), o estresse físico e mental é algo que beira o desumano.
Porque, imagina só...se a meta é fazer de tudo e dar conta do
recado, sem perder a qualidade, ALGUMA COISA vai ter que pagar por isso.
Não meu caso, são as ruguinhas precoces. Vez ou outra alguém me diz que ando meio estressada, também.

...

Nem preciso dizer que a dificuldade em dizer não me rendeu umas boas sessões de terapia.
Passei (e ainda passo) por péssimos bocados pra tentar achar o tal equilíbrio entre o "fazer concessões e ser uma pessoa acessível" e o "fazer concessões demais, perder o controle e entrar pelo cano"...
Porque, obviamente, são vários os contras de se falar amém pra tudo.
Eu já aceitei trabalhos que nem me agradavam tanto assim, já me envolvi com pessoas que nem me acrescentaram tanto assim, já assumi compromisso que não era meu, e comprei briga por causa alheia...entre outras várias coisas que entraram pra minha lista de "arrependimentos da vida".
Sei que é um defeito, ou característica negativa, e que, como tal, precisa ser mudada.
Só que...NÃO É FÁCIL MUDAR!
Sempre acabo com a frase "ainda aprendo a dizer um NÃO bem bonito da próxima vez em que vierem me pedir isso", e saio me sentindo a pior pessoa do mundo...

...

Tudo isso pra dizer que hoje fiz uma reflexão séria pra canalizar essa minha característica autodestrutiva pra uma coisa muito boa. Percebi que, se sofro por um lado, tem outros vários coitados e infelizes de outro, que penam porque não conseguem dizer...SIM!!
Assisti pela terceira vez ao "Sim, Senhor" (aquele com o Jim Carrey), que estava passando em alguma canal da tv a cabo, e foi onde me ressurgiu essa viagem toda na cabeça.

Na comédia (lançada em 2008), Carl (Jim Carrey) vive uma situação deplorável de desânimo e depressão, não vê mais graça em nada na vida, quando um amigo o convida a um culto de autoajuda. Na palestra, a idéia é "se abrir pra vida" através da premissa de dizer SIM pra todas as coisas que acontecerem. E a vida dele muda radicalmente - pra muito melhor!
Como é filme, aparecem várias situações em que ninguém diria sim (mas é comédia, precisa ser engraçado), e essa idéia do "vamos aceitar as oportunidades que surgem" fica muito exagerada e surreal. Mas a reflexão é interessante: quantas coisas perdemos porque tivemos medo de encarar, ou porque dissemos NÃO, pelo simples hábito de estarmos acostumados a negar o que não é convencional? Quantas oportunidades nos escaparam porque não ousamos encarar o desafio??? Quantas portas nem vimos serem abertas porque nossas mentes estavam enclausuradas, ocupadas com várias outras coisas (quase sempre, inúteis)??? Quantas foram as vezes em que dissemos NÃO só por medo de aceitar a idéia de um SIM????
Inclusive EU, a pessoa mais "não digo não" que eu conheço, já me flagrei pensando em algumas coisas que posso ter perdido por uma recusa idiota...
Nada mais óbvio: se não tentarmos, se não nos dermos uma oportunidade, como um dia saberemos se foi uma grande ou péssima idéia?

Agora, claro: nem tanto ao céu, nem tanto ao mar, Flipper!
Equilíbrio é essencial (e o mais difícil, falo com sabedoria de causa!).
Até no filme, repleto de piadas bobas, a questão do exagero prejudicial aparece no fim do enredo. Novas oportunidades não podem ser confundidas com grandes irresponsabilidades...

Mas só encerro dizendo o seguinte: hoje fiquei mais aliviada, não me levei pro tronco pela trocentésima vez por causa do meu sentimento de culpa (por me sentir sempre a boba que não consegue negar um favor), e vi que posso ter adquirido várias coisas sensacionais por causa dos inúmeros "SIM" que disparei ao longo da minha vida...Um rol quase infindável de coisas que, se pelo menos não foram tão boas assim, que me rendem até hoje excelentes lembranças...

Na dúvida, então, que optemos por um SIM!

Já estamos fartos de saber que, de irreversível nesta vida, só mesmo a morte...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A história do sapinho

Achei um textinho que ganhei de uma amiga querida há uns anos, e que na época foi valiosíssimo pra mim.
É uma histórinha bem famosa, mas que vale a pena se relida de tempos em tempos.
Compartilho com vocês:

"Era uma vez uma corrida...
...de sapinhos !
O objetivo era atingir o alto de uma grande torre.
Havia no local uma multidão assistindo; muita gente para vibrar e torcer por eles.
Começou a competição.
Mas como a multidão não acreditava que os sapinhos pudessem alcançar o alto daquela torre,
o que mais se ouvia era:
"Que pena!... esses sapinhos não vão conseguir...não vão conseguir!"
E os sapinhos começaram a desistir. Entretanto, havia um que persistia e continuava a subida,
em busca do topo.
A multidão continuava gritando:
"Que pena! Vocês não vão conseguir!"
E os sapinhos estavam mesmo desistindo, um por um...menos aquele sapinho que continuava tranqüilo, embora cada vez mais arfante.
Já ao final da competição, todos desistiram, menos ele.
E a curiosidade tomou conta de todos, que queriam saber o que tinha acontecido...
E assim, quando foram perguntar ao sapinho como ele havia conseguido concluir a prova, aí sim, conseguiram descobrir:
ele era surdo! "

...

Não era pra ser assim, mas o que mais tem é gente que não se alegra com a nossa trajetória, e que tenta frustrar os nossos planos a qualquer custo.
Que espalha teorias pessimistas a respeito de tudo, que procura nos fazer mudar de idéia, que tenta plantar uma sementinha de desânimo quando estamos alcançando o topo, ou a discórdia entre as pessoas que ficaram pra trás, através de fofocas, injúrias ou comentários desagradáveis.
Criticar é muito fácil! Não é preciso ser inteligente, ou ter opinião formada sobre muita coisa pra simplesmente discordar do que alguém fez, falou, pensou. Basta apenas assumir a postura irredutível do "sou contra".
Reconhecer o esforço ou a genialidade do outro é que é muito difícil...exige humildade, amizade e, por que não, exige um certo esforço. É só para os de alma leve e coração puro, coisa para uns pouquíssimos privilegiados.
Se por aqui vale um conselho, que não sejamos os burros que atravessam negativamente o caminho dos que querem voar alto! E que não nos preocupemos com o que fazem e falam os que estão na frente, ao lado, ou atrás de nós - nada pode ser capaz de malograr nossas expectativas, se nossa vontade de vencer for suficientemente grande!
Quase sempre, bem melhor bancar o surdo, mesmo...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Quase um "adeus ano velho"

E hoje, depois de quase 4 semanas de negação, realmente absorvi a idéia de que 2010 está chegando ao fim. Já estava assustada com as decorações natalinas e vendas de panetone há dias, minha família programando quem vai fazer o que na ceia, sondagens pra amigo secreto - achei tudo muito precipitado demais, na minha ingênua relutância. Mas agora é fato: faltam exatos 45 dias pra que acabe o ano, e eu não tenho como dizer que isso é mentira...
Não que eu me ligue em datas, espacial e temporalmente falando, porque, no fim das contas, são apenas dias corridos. Se formos pensar mais profundamente, muito pouco vai mudar...dezembro, janeiro, tudo igual! E quase todo mundo vai acabar fazendo as mesmas coisas.
Mas agora, nesta exata altura do campeonato, datas à parte, entra o psicológico e emocional: é quando eu sempre olho pra trás e faço um balanço do meu ano. Pra pensar nas coisas que aconteceram, em planos que cumpri, metas que estabeleci. De fatos bons, do que deixei de realizar, de onde me faltou a sorte...Tirar proveito de alguns fatos, e tentar correr atrás do prejuízo, torcendo pra que ainda dê tempo...

Para mim, não foi um ano daqueles (embora, admita, sou exigente demais pra afirmar que tive "qualquer coisa" digna de um bom suspiro de satisfação...).
Comecei a mil, depois tropecei, caí, afundei...estagnei, voltei a 500, corri uma maratona, e agora creio ter alcançado uma excelente quilometragem. Ou melhor que a esperada.
Também não conversei com uma só pessoa que tenha falado que 2010 tenha sido bombástico, o que me consola.
No fundo, passou tão rápido, que nem deu pra fazer uma análise mais detalhada.
Nem deu pra sentir.

Acredito que essa "insatisfação" com esse ano tenha sido geral, porque também não conheço uma alma que não tenha esperado tudo e mais um pouco de 2010. E é aquele mesmo problema de sempre: expectativas exacerbadas, frustrações exacerbadas.
Não tem como!

POR OUTRO LADO, antes que alguém pense que este é um post de lamúrias e reclamações, por mais que eu, particularmente falando, tenha tido uma série de tropeços, foi o primeiro ano em que consegui estabelecer e cumprir alguns planos que criei em prol da minha sanidade mental.
(E ponto pra 2010!)
Sabe aquelas coisas que juramos iniciar no dia 1 de janeiro (aula disso, aula daquilo, estudar mais, fazer uma dieta, investir meu dinheiro sei lá onde...), desejos antigos, velhos novos projetos, e que não conseguimos executar nos 364 dias seguintes???
Então...

Pois este foi o primeiro ano da minha vida em que consegui realizar 100% das coisas que anotei como "metas do ano novo" no meu caderninho em dezembro do ano passado.
Fora as situações extraordinárias que entraram na minha vida nos últimos meses, que fizeram com que tudo acabasse valendo a pena, no fim das contas.

Mas, como boa reclamona, parei pra analisar com frieza, e vi que falta ainda muita coisa.
Queria voltar a estudar idiomas, até voltei...mas não obtive o nível que queria; planejei dar mais aulas, e dei...mas não com tanta frequência como queria; sonhei conhecer mais pessoas e mais lugares, e conheci...mas não com a intensidade que queria; quis me organizar pra economizar mais dinheiro, e até economizei...mas não o montante que queria...
Por essas e outras que finalizo com um 7,5 pra este ano, se considerarmos que a média é 7.

O que fazer agora?
Além de chorar minhas pitangas, pensar em onde e quando eu devo começar pra correr atrás dos 2,5 pontos restantes. Pra isso, eu tenho (nós temos!) apenas pouco mais que 7 semanas...
Mas nada de impossível, ainda que pareça.
Então, olhando pro meu ano como como uma observadora de fora, prometo pra mim mesma: eu vou correr atrás dos meus pontinhos saltitantes!
A velha e boa história: meu copo está com água pela metade, e sou eu quem decide se ele está meio CHEIO ou meio VAZIO...

Pois pra mim, está decidido: copo em fase de preenchimento, AINDA.
E mais 45 dias pra eu me esbaldar e me encher de tudo.
Literalmente...